• Percival Puggina
  • 05/07/2020
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DESARMAMENTISMO, O RELATIVISMO VESTIDO DE BRANCO

 

 Como entender que pessoas esclarecidas defendam, com argumentos tão pouco sensatos, a vulnerabilidade dos cidadãos de bem? Como entender que, no referendo de 2005, mais de 33 milhões de brasileiros, minoritários na votação, mas ainda assim, num expressivo contingente, tenham votado contra seu próprio direito de defesa? Cidadãos de bem que não querem o direito de defender a própria vida, a vida de sua família e o seu patrimônio? Que confiam essa tarefa essencial a um poder estatal comprovadamente incapaz de executá-la? Custei a descobrir a resposta a essas inquietações. Ela se encontra, exatamente, na ideia um tanto abstrata de “cidadão de bem”! Incontáveis vezes, ao longo dos anos, em centenas de debates, esse tema me foi lançado como carta forte, em forma de pergunta: "O que é, afinal, um cidadão de bem, quem são tais pessoas?".

 Aqueles que no começo do século XXI conceberam o Estatuto do Desarmamento e os que se recusam a votar uma lei que atenda melhor os anseios e necessidades dos cidadãos de bem não sabem responder a essas perguntas e as propõem como quem sugere um enigma!

É claro que não saber o que seja uma pessoa de bem, se a indagação sobre as características de tais seres humanos se dilui no silêncio de nebulosas dúvidas, se a diferença entre um cidadão honrado e um bandido é tão sutil que não pode ser estabelecida, então todos somos suspeitos e perigosos. Não podemos ter acesso a armas. A ideologia que dominou o país durante tanto tempo tornou politicamente incorreto, preconceituoso e elitista pretender estabelecer distinção entre os leitores destas linhas e a bandidagem que os acossa e intranquiliza.

Deu para perceber? Desarmamentismo é o velho relativismo vestido de branco!

Quem o defende não sabe mesmo, olhando no espelho ou ao redor, o que seja um profissional correto, um governante probo, um bom aluno, um comerciante honesto, um atleta leal, um soldado valoroso, um pai de família dedicado, um trabalhador esforçado, um patrão justo. É ruim, não? Pois bem, senhores e senhoras que não sabem o que seja uma "pessoa de bem": a resposta à vossa pergunta é...

Não, não a darei. Embora congruente com a indagação, o esclarecimento seria descortês.


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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 


ROBERTO TADEU TESCK -   06/07/2020 13:06:13

Caro Luiz. Complementas, com brilho indiscutível, o Mestre Puggina. Parabéns.

Luiz R. Vilela -   06/07/2020 12:20:26

Dizia o falecido Samuel Correia, na rádio Tupy do Rio de Janeiro, num programa policial: "Quem não reage, rasteja". É isso mesmo, a criminalidade no Brasil alcança índices alarmantes, devido ao acovardamento a que os governos de esquerda incutiram no povo brasileiro. Luis Inácio Lula da Silva, sancionou a maior violência já cometida neste pais contra o cidadão dito de bem. Confiscou-lhe sua arma de defesa pessoal, tornando-o um ser rastejante na mão do banditismo crescente no pais. Todos os dia, nas televisões e rádios por este Brasil afora, gritam os apresentadores de programas policiais: " Não reajam, entreguem tudo ao assaltante". Se isto não é APOLOGIA ao crime, não sei o que então esta palavra quer dizer. Mandar colaborar com o ladrão, é de uma vigarice sem par. É incentivar a criminalidade, porque os bandidos se sentem mais protegidos e sabem que o terror empregado contra suas vítimas, esta dando resultado. Reagir a criminalidade, é de livre arbítrio de cada um, e é no incentivo a passividade, que prospera a criminalidade. Dizem que o verdadeiro desenvolvimento do oeste americano, não foi proporcionado por máquinas agrícolas ou animais de raças selecionadas, mas sim por COLTs e WINCHERTERS calibre 44, que davam aos pioneiros a certeza de se defenderem contras os bandoleiros. Adolf Hitler quando tomou o poder na Alemanha, umas das primeiras medidas, foi o desarmamento da população, depois então ficou-se sabendo quais eram seus propósitos. A arma como instrumento de defesa, é um direito inalienável de qualquer cidadão cumpridor das leis e pagador de impostos, e criminoso é o governo que deixa a cidadania a mercê da criminalidade, principalmente se este "desarmamento" tiver conotações ideológicas, como parece ter sido o caso brasileiro. Os carros também matam, mas nem por isso alguém pensou em proibi-los, com as armas, ocorre o mesmo fator, quem não desejar se armar, que não se arme, mas também não busque impedir aqueles que tenham a coragem de defender a si, sua família e seu patrimônio. Já existem bastantes salvaguardas para um cidadão possuir uma arma, então o negócio é carregar na legislação que penalize a posse e o porte de arma ilegal, inclusive impondo a quem for pego com armas de guerra, prisão perpétua. O respeito é o fruto mais dileto do medo. Para que a lei seja respeitada, ela precisa impor o medo. Com leis duras, tenham a certeza que tudo muda, mesmo a OAB discordando.