• Percival Puggina
  • 14/12/2015
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DESARMADOS II

 

 Tenho muito orgulho dos meus leitores. É admirável a riqueza de conteúdo dos comentários que fazem no meu site (www.puggina.org). Por isso, recomendo sempre que acessem os artigos ali. Também meus espontâneos, inteligentes e criativos comentaristas merecem a atenção dos leitores.

 Quero destacar uma das observações feitas ao texto sobre desarmamento (DESARMADOS!) que pode ser lido em http://www.puggina.org/artigo/puggina/desarmados/5593. Nela, o leitor José Luiz de Sanctis chama a atenção para o fato de que as estatísticas usadas pelos defensores do desarmamento distorcem a realidade porque apenas registram os casos em que as vítimas reagiram e se deram mal, mas não levam em conta todas as outras em que reação oportuna e correta as protegeu de um ataque. E lembrou: "Ninguém registra uma ocorrência para relatar que foi quase vítima".

A leitura dessa mensagem fez-me lembrar episódio do qual fui protagonista. Ele serve como bom exemplo sobre como a atitude de prontidão pode evitar um ataque criminoso. Eu estava fora do carro totalmente exposto a dois meliantes que se aproximavam. Não havia tempo para embarcar pelo lado oposto. O simples gesto de abrir a porta do carona, fingir que manipulava de costas o porta-luvas e postar-me em atitude de espera, com as mãos vazias para trás, evitou o que certamente seria um assalto. A mera hipótese da arma foi suficiente para desestimular o ataque. Em contrapartida, a certeza da inexistência de meios de defesa permite aos criminosos selecionarem milhares de vítimas, todo dia, com a tranquilidade de quem escolhe frango assado em forno de lancheria.

A posse de arma de fogo, por proprietário treinado e bem orientado, pode ser artefato supérfluo num país civilizado, policiado, onde a lei penal funcione e a população se sinta segura. Mas o Brasil tem dez das vinte cidades mais perigosas do mundo! É o país onde o Estado oferece mais garantias aos bandidos do que aos cidadãos. Aqui, o crime compensa, proporcionando muito lucro a baixíssimo risco. Impor a uma população submetida a tais condições, obstáculos intransponíveis à posse de armas, não é apenas negar-lhe um direito fundamental. É perversidade, travestida de benignidade. Ou seja, é o pior tipo de perversidade.

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

 


Marco Antonio Buzzo -   23/12/2015 16:01:07

Perfeito, um espelho da realidade como ela realmente se apresenta, nada mais a dizer além do que realmente ocorre no dia a dia do cidadão honesto e de bem, sempre mal visto pelo estado opressor

Guilherme Frederico Lamb -   22/12/2015 15:31:45

Meu caro amigo José Luiz de Sanctis, primeiramente você merece toda deferência, por toda trabalho que tem feito em nome da liberdade individual, boa parte disso anonimamente. Nem preciso dizer que estou de pleno acordo com seu comentário, apenas quero deixar aqui um complemento: "Quando qualquer nação não confia em seus cidadãos armados esta mandando uma clara mensagem. Já não confia em seus cidadãos porque este Governo tem planos malignos". George Washington, primeiro presidente dos EUA O fato é que as armas também nos servem contra governos tirânicos e despóticos, como esta na segunda emenda da constituição dos EUA.

Vanildo -   19/12/2015 18:59:46

A arma está na ira, na inveja, no rancor, na genética espúria de alguns, felizmente. Enquanto alguns vêem para salvar, outros aqui chegam para matar, lacerar, estrupar, roubar. Assim o direito à legítima defesa é ilanienavel. Defenda-se pois com o que melhor lhe convier : arma de fogo, faca, borduna, katana. etc. Eu prefiro arma de fogo: é mais compacta e eficiente .

José Luiz de Sanctis -   19/12/2015 14:20:31

Fico envaidecido e ao mesmo tempo meio constrangido em ser citado em um texto do arquiteto, urbanista e renomado escritor Percival Puggina, a quem agradeço tão honrosa deferência. Sou advogado civilista e praticante do tiro esportivo há mais de vinte e cinco anos, me submetendo a burocracia estatal, testes psicológicos, apresentado certidões negativas de antecedentes criminais de todas as esferas periodicamente e cada vez maiores exigências do Exército que controla armas desses praticantes, inclusive me submetendo a vistorias, pois estou convencido que o proprietário LEGAL de armas de fogo é visto como um inimigo do atual governo. Minha relação com armas vem desde o nascimento, pois todos os meus antepassados as possuíam, sendo que nenhum jamais se envolveu em qualquer ocorrência policial devido ao mau uso do objeto ou por qualquer outro motivo. Sempre foram vistas como instrumentos utilizados para a caça, quando era permitida, e para a prática do tiro ao alvo. Estou nessa luta pelo direito de escolha de cada cidadão ter ou não ter arma de fogo há mais de vinte anos, quando ainda tramitava o projeto de lei que culminou com a revogada Lei 9437/1987, que começou no governo FHC, um socialista fabiano. Por isso afirmo que o desarmamento civil só favorece criminosos e tiranos, o resto são falácias para enganar os incautos. É um grave sinal de que as liberdades individuais estão sendo extintas quando o governo se acha no direito de decidir o que o cidadão pode ou não pode comprar, a como deve se comportar, o que pode ou não pode comer e assim por diante. É o Estado babá ditando regras a um povo que julga incapaz e que precisa ser tutelado. Outro ponto que respeitosamente ouso discordar do escritor Percival Puggina é no tocante a ser a arma um objeto supérfluo em países civilizados. Devido a essa minha atuação no combate ao desarmamento civil e a intensa troca de informações com escritores que se dedicam ao assunto e realizam pesquisas aprofundadas, bem como autoridades em segurança públicas desses países, afirmo que por mais preparada, equipada e eficiente que seja a polícia, mesmo a melhor do mundo, ela não é onipresente, onipotente e onisciente. Por mais rápida que seja ao atender a um pedido de socorro, alguns segundos podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Pegue o telefone para discar 190 com uma mão mas tenha uma arma na outra, pois segundos contam. Por isso advogo pelo direito ao acesso aos instrumentos para o efetivo exercício do direito natural e sagrado a legítima defesa da própria vida, dos seus familiares, do patrimônio e até de terceiros que não queiram ter uma arma. A experiência por qual passou o próprio Percival mostra que naquele caso o telefone seria inútil. Quanto ao comentário do leitor Ismael de Oliveira Façanha, afirmo que delegados da PF vem negando sistematicamente a compra de arma por cidadãos que preenchem todos os requisitos. É um ato discricionário e arbitrário que foi inserido no Decreto 5.123/2004, pelo ministro da injustiça petista (vide Art. 12, § 1º). A PF é orientada a indeferir uma simples aquisição, por isso a lei precisar ser modificada.

Jandro Dimer -   17/12/2015 17:34:05

Segundo Maquiavel em seu livro O Principe, os suíços são o povo mais livre do mundo e também o mais armado.

Percival Puggina -   16/12/2015 11:07:48

Prezado "observador". A primeira matéria corresponde ao que se sabe a respeito do caso. Na segunda leio que o mesmo bispo é referido como "bispo emérito", título usado para designar o bispo que não mais está no desempenho de suas funções. É a situação em que se encontra Bento XVI - Papa emérito.

Observador -   16/12/2015 02:49:48

Prezado Puggina - A algum tempo já tem sido falado sobre "ex-comungados da CNBB". Pesquisando na internet, encontrei um exemplo bem estranho. Este sacerdote REJEITOU o cargo em julho/2015, em meio a um tumulto com escândalos http://www.portal21.com.br/noticias/dom-altieri-renuncia-e-nao-e-mais-bispo-da-arquidiocese-de-passo-fundo/ . MAS misteriosamente, vemos na mídia católica, artigos desta semana (dezembro/2015) com o mesmo sacerdote ainda sendo NOMINALMENTE tratado por aquele cargo http://www.comunidadeboasemente.com/noticias/no-ano-santo-criar-o-habito-de-viver-a-santidade-indica-bispo/ .Gostaria que alguém me explicasse esta situação, pois parece que temos um "Bispo Quântico", que é e não é ao mesmo tempo.

Odilon Rocha -   15/12/2015 23:08:04

Caro Professor É interessante notar que, corroborando o seu texto, nos EUA, o aparato policial é enorme. Nem é preciso entrar em detalhes. E, no entanto, o cidadão tem livre acesso ao armamento individual. Não há porque ser mais claro. A leniência do governo (g minúsculo mesmo!) é condescendente e, por isso, criminosa.

Ismael de Oliveira Façanha -   15/12/2015 16:20:22

Para possuir ARMA DE FOGO nos limites da própria moradia, basta fazer teste de tiro numa escola, teste psicológico com profissional elencado em uma lista de credenciados pela P.Federal, prova de residência e ocupação lícita, - seja servente de obras ou funcionário público etc., atestado de bons antecedentes criminais. Os alvos utilizados são adicionados ao processo da PF, e aprovado o candidato, lhe é permitido adquirir arma. A AUTORIDADE NÃO PODE IMPEDIR A POSSE DE ARMA DE FOGO, se atendidas as exigências legais tem de conceder o registro. Já o PORTE de arma de fogo, é uma PERMISSÃO da autoridade, que decide segundo arbítrio próprio. A Lei do Desarmamento deveria ser modificada no item do PORTE ilegal, descriminalizando se o infrator não tivesse ANTECEDENTES CRIMINAIS a sugerir perigosidade.

Genaro Faria -   15/12/2015 06:58:28

Prezado Puggina, seus argumentos são sempre judiciosos. Que alguém possa deles discordar, seja em sua essência ou apenas circunstancialmente, é absolutamente natural. Só os arrogantes podem considerar sua opinião a respeito desse tipo de assunto como um resultado de operação aritmética. Que só admite uma resposta certa: 2 + 2 são 4. Você ilustrou seu raciocínio com um exemplo pessoal. De testemunha ocular, auricular , personalíssima. Que talvez impressionasse nossos legisladores. Não seria o meu caso, felizmente. Nunca passei por essa experiência. Mas acredito que possa levar uma questão ao debate desse tema. Eu lhes perguntaria quantos delegados da polícia civil, da polícia federal, e oficiais da polícia militar são a favor do desarmamento. Sabe quantos? NENHUM. Os agentes públicos encarregados da nossa segurança são unânimes em repudiar o estatuto do desarmamento. Só os xerifes de estrela vermelha na lapela o defendem. Será preciso desenhar?

Alexandre Lima -   14/12/2015 22:21:55

O que mais me preocupa no estatuto do desarmamento e na discricionariedade deste estatuto são as pessoas que não tem nenhum poder aquisitivo. Comprei minha arma e todo o processo me custou R$ 8.000,00, entrec certidões, exame psicológico e prático, arma e munição. Digo isto porque a maioria dos meus amigos não tem se quer a possibilidade de levar a esposa a um restaurante para comemorar alguma data. Como esse tipo de politica aplicada hoje, os menos favorecidos, seja por herança ou por mérito sofrem por não conseguirem se quer pensar em ter uma arma, quanto mais poder mantê-la. Agradeço a você Percival, por entrar nesta luta. Nosso governo simplesmente não liga para a vida de seus cidadãos. Grande abraço !

Gilson Scherengovski -   14/12/2015 22:04:36

Há poucas semanas a RBS TV de Porto Alegre noticiou matéria sobre a violência que cresce na capital. Na matéria de chamada, o repórter ficou exaltado ao mostrar as imagens,dizendo que ficou espantado ao ver que as pessoas que passavam e viam uma menina,menor de idade, sendo assaltada por quatro delinquentes, que se soube após serem pêgos eram três menores e um de maior,não reagiram em defesa desta. Ora Percival,vivemos em um Brasil,onde a mídia deturpa e orienta a seu bel prazer,sem ser muito incomodada,até porque as matérias que vão ao ar são editadas ao seu gosto e é notória a orientação dada quando se avista alguma violência contra uma pessoa ou a sí mesmo, eles dizem:" NÃO REAJA"!! Como podem se indignar quando as pessoas passam a agir como foram orientadas? E também não entendo esta luta pelo desarmamento,porque a mídia em bloco quer o cidadão de bem desarmado.Fica o registro!! Saudações!!