Em julho de 2007 eclodiu nos Estados Unidos a "Crise do subprime", que se derramou em cascata sobre as economias livres. Aqui no Brasil, porém, marxistas dos mais variados tons espocaram rojões. Tempos de festa! Comemoravam o fim do capitalismo.
Era compreensível. Ninguém pode ser comunista se não tiver fé irrestrita no profeta do Das Kapital e em suas escrituras. A festejada catástrofe haveria de mostrar aos infiéis que Marx tinha razão. Surgira a hora do Juízo Final para a economia de mercado. Lembro-me bem de Lula e seus companheiros, Brasil afora, vangloriando-se de que entre nós, sob comando de um governo de esquerda, aquele tsunami não passava de marolinha. De lá para cá, as economias livres foram buscando suas soluções, retomaram fôlego, e o Brasil se arrasta, na contramão e no acostamento, numa recessão de extensão imprevisível.
Além da corrupção, da proverbial e bem motivada incompetência dos governos petistas para quaisquer ações na área da economia, a crise de muitas faces vivida pelo país é causada, também, pela irresponsabilidade fiscal. O petismo sempre foi contra leis de responsabilidade fiscal. Sempre jogou os piores adjetivos sobre quem exigisse dos governantes uso parcimonioso dos recursos públicos. E sempre foi predador de quantos, no exercício das funções de Estado, seguissem critérios de responsabilidade fiscal. O partido se opôs à lei federal que disciplinou a matéria e, no poder, violou-a de um modo que ela define como criminoso. O PT, contra tudo e contra todos, vê mérito no que faz.
Recentemente, aqui no Rio Grande do Sul, o governo Tarso Genro, após quatro anos de gestão, deixou o Estado em situação falimentar de tal proporção que a seu sucessor não restaram nem mesmo as batatas de Quincas Borba. E saiu cheio de razão! Nestes dias, quando o novo governo gaúcho envia à Assembleia Legislativa um projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal estadual, quem se insurge contra ele? Pois é, os mesmos de sempre.
A inevitável conclusão que se extrai de tais condutas é a seguinte: quem se põe contra a responsabilidade fiscal está avisando a todos que quer liberdade para usar desmioladamente os recursos públicos. A nação está constatando isso e pagando o prejuízo.
Convém lembrar que o consentimento sobre tributos, dado por quem os haveria de pagar, e o respectivo controle, estão na origem dos parlamentos e, portanto, do moderno constitucionalismo. No sentido inverso, o desvario gastador leva descrédito às instituições, sobrepeso ao Estado, atrofia e miséria à sociedade.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.
Gustavo Pereira dos Santos - 29/12/2015 13:58:34
Mandei pro FB, o título deveria ser "As batatas do Quincas Borba".Jorge Luiz Fenerich - 27/12/2015 17:04:35
Como sempre digo nosso problema é sempre o mesmo, não produzimos cabeças boas para termos governos bons, procurem saber quantos prêmios Nobel possuímos, então vejam de que dispomos quando da extinção dessa corja do poder : Um mineirinho idiota, estupido e incompetente ou dois paulistas onde um é pior que o outro ( Temer e Geraldo ) ou algum outro aventureiro de plantão tão inútil quanto quanto os citados , essa é nossa sina , somos o que somos e assim permaneceremos !josé paulo - 27/12/2015 04:36:43
Prezado Sr Pugina, o PT não governou SC, PR e SP, citando os 3 estados mais próximo do RS, e veja a economia deles. Saudações.João Guilherme do Rozario de Souza Maia - 26/12/2015 22:35:39
A situação do Brasil econômica e moralmente a cada dia que passa se complica a cada dia mais. Este governo comunista e corruPTo do PT há treze anos no poder, não fizeram as reformas que o Brasil tanto necessita. Eles apenas fizeram uma maquiagem na reforma, como acabar com 9 ministérios da montoeira que tinha , mas esses ministérios inoperantes foram criados desde o governo do ex-presidente Lula, justamente para atender a sua famigerada política do toma-lá-dá-cá, justamente para atender a sua base de apoio e com isso ele não pensou duas vezes em criar essa montoeira de ministérios. O pior de tudo é que a presidente Dilma seguiu direitinho a política do seu padrinho Lula. Por isso, a salvação para o país é ocorrendo o impeachment da presidente Dilma, até porque ela já demonstrou com todas as letras que ela não condições nenhuma de administrar o país.Genaro Faria - 26/12/2015 21:40:36
O que está acontecendo em nosso país não é uma crise. Não no sentido de que a economia, de um modo amplo, geral e irrestrito, tenha produzido resultados diversos, e contrários, aos que produziram as economias de todos, absolutamente todos os países governados pela mesma regência socialista do PT e seus satélites partidários. Então, onde está a crise? Onde a estranheza de que tenha a semente de uma fruta germinado conforme se esperava? Há de nascer uma parreira onde se plantou uma semente de limão? Ora, o Brasil está colhendo a mesma safra maldita que colheu a Venezuela, por exemplo. E Cuba, exemplo mais expressivo dessa agricultura que planta miséria para colher escravidão. Se existe uma crise - e que crise! - esta é a dos discípulos de Belzebu, que veem seus frutos apodrecer antes da colheita da ditadura socialista que com tanto esmero semearam em nosso continente latino-sul-americano. Uma crise que se chama rejeição popular aos seus sinistros desígnios . E essa crise apenas começou.