• Percival Puggina
  • 21/03/2016
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DE REVOLUÇÕES E INSTITUIÇÕES

 

 Fundado em 1980, o PT acolheu o maior quinhão da esquerda revolucionária que atuava ou atuara na clandestinidade. Nasceu como ente político igualmente revolucionário e passou a influenciar todos os setores da vida nacional. Com ele, imensa energia destrutiva se instalou no país. Idéias não são inócuas. Ainda hoje, graças a tais idéias, a maior parte de nossos pedagogos, por exemplo, afasta de suas atribuições proporcionar conhecimentos que permitiriam aos jovens ganhar a vida conjugando saber e trabalho. Optam por formar agentes de transformação social, militantes da causa. Tema de uma dissertação de mestrado que folheei outro dia: "Conscientizar os professores de matemática de sua tarefa como intelectuais orgânicos a serviço da construção da hegemonia dos excluídos, dos explorados em geral". O papel revolucionário da tabuada? O conservadorismo excludente da regra de três? A radicalidade da raiz quadrada? E as potencialidades de milhões de jovens abortados no ventre do sistema de ensino!

 O caráter revolucionário do partido se reafirmou quando, junto com o PC Cubano, criou o Foro de São Paulo. Era o ano de 1989, desabava o comunismo, o leste europeu abraçava a democracia constitucional, e uma reunião de emergência em São Paulo recolhia para a América Ibérica o lixo ideológico da época.

Foi como partido revolucionário que o PT chegou ao poder em 2003. Escaparam à compreensão de muitos as consequência daquela eleição. Organizações revolucionárias não se sentem limitadas pelos códigos vigentes nem pela ordem existente. Uma rápida espiada na memória dos "movimentos sociais" organizados no país fornece evidência suficiente do que afirmo. O espelho onde o alto comando petista se olhava após a eleição de 2002 não mostrava os vencedores de um pleito, mas os vitoriosos de uma revolução. E eram esses ventos que agitavam as bandeiras vermelhas nas festividades que se seguiram. O mesmo ânimo ajuda a compreender o que foi se tornando conhecido a partir de 2005. O grupo governante era responsável por uma causa e assumia o Estado como coisa sua. A estrela de flores vermelhas plantada por dona Marisa Letícia no jardim do Palácio da Alvorada não foi iniciativa de uma pessoa simples. Simbolizava, isto sim, uma percepção política.

Acabo de descrever o motivo principal de tantos e tão volumosos escândalos. O caráter revolucionário turbinou o velho patrimonialismo. Por isso, Lula entregou refinarias à Bolívia, tantas dívidas foram perdoadas, tantos favores concedidos, tanto negócio de pai para filho com os parceiros do Foro de São Paulo, tanto loteamento do Estado. Por isso, um sítio em Atibaia para Lula guardar "as tralhas" dos contêineres com que saiu de Brasília. Por isso, também, a posição no ministério serve para distanciá-lo do braço da Justiça e cobra gratidão de Janot. O palaciano ato de nomeação lembra papel higiênico: "Só usa em caso de necessidade", sublinhou Dilma.

(Por contrato, o restante deste artigo deve ser lido em zerohora.com/percivalpuggina)
 


ANA CELIA SANTOS MAIA -   25/03/2016 11:23:43

GOSTARIA QUE A POPULAÇÃO BRASILEIRA TIVESSE INSTRUÇÃO SUFICIENTE PARA LER E ENTENDER OS ARTIGOS DE PERCIVAL PUGGINA E OS EXCELENTES COMENTÁRIOS DE GENARO FARIA, FABRICE, MARIA-MARIA, RANIER BORGES... TALVEZ, NÃO TIVÉSSEMOS TANTOS "CEGOS" ESTÚPIDOS DEFENDENDO A FACÇÃO PETISTA E TODOS OS SEUS DESDOBRAMENTOS...

Percival Puggina -   22/03/2016 19:11:08

Senhor Roberto Jordan A partir da edição do último domingo, ZH adotou o mesmo procedimento de outros jornais, em que apenas assinantes podem ler o inteiro conteúdo de suas matérias (especialmente as opiniões dos colunistas). Na condição de contratado, não tenho como descumprir o ajustado, que me permite publicar ,aqui, apenas um trecho do artigo. Entre publicar um trecho e não publicar nada, opto pelo mais razoável. Os demais artigos que escrevo, dois ou três por semana, são totalmente disponíveis aqui. São escritos por mim para meu site. E reproduzidos Brasil afora para inúmeros jornais e sites aos quais os envio. Não quero obrigar ninguém a coisa alguma. Grato pelo seu interesse. Abraço

Roberto Jordan -   22/03/2016 12:16:08

Prezado Puggina: não consegui ler o resto do seu artigo na zh, pois só há acesso para assinantes. O Sr. quer obrigar seus leitores a assinar aquele pasquim?

Genaro Faria -   22/03/2016 11:39:16

Com a Lava Jato pescando de tarrafa na 26ª fase da operação, codinome Dona Xepa, o que vai aparecer de herói nas telas de telejornais e páginas dos jornais vai estufar de orgulho o peito de nossa mãe gentil, pátria amada, Brasil. Chutar cachorro morto é uma modalidade olímpica em que os atletas do mundo inteiro nem precisam vir aqui. Já podemos nos considerar campeões por antecipação. Lula e seu bando já devem estar experimentando o fel que os amigos de ocasião destilam quando o vento vira a folha das conveniências. Até os mais fiéis discípulos negarão que são galileus. Como é vã a glória humana!

fabrice -   22/03/2016 10:11:37

É preciso ter a clareza e a coragem necessárias para encarar e pôr abaixo essas bandeiras populistas agitadas pelos governos de ideologia comunista ou filo-comunista, tais como justiça social, opção preferencial pelos pobres, descamisados, sem-terra, beneficiários de bolsa família, cotas raciais e subsídios de vários tipos agrupados nas plataformas ditas sociais como forma artificial e matreira de arregimentar as massas em torno de projetos nitidamente demagógicos, usando e explorando essa população que é, programaticamente, desinformada, como uma reserva do mercado de votos. Daí a educação sucateada. Quando é que isso começou? Certamente já na Antiguidade como forma de aplacar as demandas da plebe ignara (ex., o pão e circo dos romanos), mas foi nos tempos d.C., na consolidação do catolicismo, que essa forma de conter a pobreza através de esperanças vãs ganhou maior status político. Que despossuído não gosta de ver todas as suas necessidades supridas sem ter que trabalhar até para a própria subsistência alimentar? Trabalhar cansa, física e mentalmente e, pior, diminui as horas de ócio... A maioria incorporou a ideia, que lhes foi ladinamente inculcada, de que ou Deus ou o Governo hão de provê-los (“até os lírios do campo...” como reza o Evangelho). É preciso dar um basta nessa letargia (relembrar a sentença do Criador condenando Adão ao suor do trabalho) o que só é possível através da educação e da informação de que todos - excetuados os deficientes mentais e nem todos os deficientes físicos - somos iguais em direitos, mas também em deveres. E o que compete a qualquer governo, empresa e mesmo ao cidadão, é abrir oportunidade para que toda pessoa de qualquer condição social ou etnia possa, individualmente, prover o seu sustento e conforto. É vergonhoso ver a humilhação de milhares de pessoas fazendo passeatas pró-governo em troca de trinta dinheiros, mortadela e tubaína! Política de “justiça e igualdade social” é a melhor ferramenta de perpetuação de qualquer Poder. É marketing. Portanto, abaixo o coitadismo utilitário - esperto e complementar - do topo e da base da pirâmide social. Vai trabalhar, vagabundo, que a vida é dura para todos! Chega de mulato inzoneiro, de samba, cachaça, futebol e loas à malemolência brasileira.

Genaro Faria -   22/03/2016 07:09:33

maria-maria . 21.03.2016 Foi-se o tempo , guria, em que os tribunais, escondendo-se numa linguagem indecifrável, pretensamente culta, e que exigia a paciência de um monge de pedra para não cabecear e cair vencido por um sono profundo do qual nem uma salva de tiros de canhões poderia despertar. Não há uma instituição que esteja mais na berlinda do que o STF. Nem com seus membros mais magoados. Acredite. Como dizia meu saudoso avô, "nunca mexa com gente que usa saia: padre, mulher e juiz".

maria-maria -   21/03/2016 19:48:11

Perfeito o uso que indicas para o papel sem armas da república, sem nada que demonstre sua classificação como um documento da presidência. Até quando forjam suas bandalheiras, os canalhas medem -nos pela ignorância que grassa entre eles. A criatura, em surto histérico irreversível, brandiu o papelucho e exigiu, entre os pobres-diabos que assistiam à bravata indecente, a prisão de Moro, referência moral nesta banânia apodrecida.Diante das multidões de manifestantes , aos milhões nas ruas, em lugar de manifestarem autocrítica sobre os sucessivos erros e crimes cometidos, os quadrilheiros assumem sua feição bolivariana e, desesperados, mostram a força advinda de tribunais comprometidos com o desgoverno .

Genaro Faria -   21/03/2016 17:51:56

Fidel Castro e Lula tiveram a sensibilidade "politicamente correta" de fundar a entidade que coordenaria partidos e movimentos de esquerda na América Latina e Caribe com um nome neutro: Foro de São Paulo. Pelo mesmo motivo, também evitaram, uma década antes, denominar o partido fundado por retornados do exílio em Cuba e alhures com as referências comuns - "comunista" ou "socialista" a essas legendas. E passou desapercebida a sintaxe arrogante que excluía as demais siglas trabalhistas - PTB e PDT - no emprego do pronome definido: Partido "dos" Trabalhadores - PT. Ora, ele não seria o "braço político" da CUT - Central "Única" dos Trabalhadores? São sutilezas que revelam o caráter mendaz e insidioso de seus fundadores. Com a desfaçatez de quem estaria criando um grêmio recreativo escolar, não deixam, porém, de impressionar as pessoas com a abrangência de suas expectativas. Tudo no PT ressuma a hegemonia, a totalitarismo. E a incoerência lógica e relatividade moral. As terríveis consequências de ter uma gente como essa no poder não tardariam. E já eram bem conhecidas de muitos que se calaram, se omitiram de alertar a nação, quando não se associaram com cupidez e abjeto oportunismo a quem tanto mal nos faria.

Renier Borges -   21/03/2016 17:16:07

Esse será só mais um escândalo, caso nada seja feito de verdade. Precisamos de educação nas escolas e não abaixar os critérios para aumentar indíces de aprovação. Os terminias públicos estão sucateados, principalmente os que mais precisamos (hospitais e escolas), sempre passo à frente de um hospital aqui na ceilandia(cidade satélete de Brasilia) e deparo-me com paradoxos estremamente irritantes. Ao redor desse hospital( e de tantos outros) um emaranhado de clinicas particulares, que ganham dinheiro com a necessidade do nosso povo, pois quando procuram a instuição de saúde ou não tem como atendê-los, ou demoram demais. Nas escolas coisas antes inimagináveis, hoje, são noticias rotineiras: aluno mata aluno; aluno espanca professor, etc. O exercito totalmente enfraquecido, o que na minha opinão é um dos maiores erros, não que tenhamos que viver numa ditadura militar, mas um país forte tem um exercito forte e atuante. Diretores de escolas e de hospitais deveriam ser do exercito. É tanto erro que se mudarmos apenas nossos lideres politicos, de nada vai adiantar.

Dalton Catunda Rocha -   21/03/2016 16:10:33

O pior é que o impeachment de Dilma, por poucos votos, não passará no Congresso. Teremos o pior dos mundos. Um governo falido e com minoria no Congresso. A superinflação voltará e veremos o dólar custar mais de dez reais, em alguns meses depois da queda do Impeachment.