DE ONDE SAIRÁ O DINHEIRO DO METRÔ
DE ONDE SAIRÁ O DINHEIRO DO METRÔ
Érico Valduga, em Periscópio
Noves fora a propaganda, os números apontam que a parte da União é menor do que a soma dos recursos locais no investimento de R$ 2.488 bilhões
Há quatro dias, em texto assinado no Jornal do Comércio, a deputada Manuela D?Ávila (PCdoB) referiu que o governo federal, aquele que embolsa 63% do bolo tributário total do país, e transformou a federação brasileira em ficção, é o ?grande financiador? do metrô de Porto Alegre. Ela está errada, mas erra acompanhada de um bocado de gente do chão farroupilha, induzido a assim pensar pela propaganda oficial, que, no caso, teve grande colaboração da imprensa provinciana na recente visita ?histórica? de Dona Dilma Rousseff ao Estado. A presidente da República anunciou, então, o investimento federal de R$ 1 bilhão na obra, a fundo perdido, mesmo montante que, horas antes de aqui chegar, anunciara para o metrô de Curit iba. A quantia deve ser semelhante à destinada aos trens de Salvador e Recife, e certamente inferior à de Brasília.
Os valores do empreendimento e a origem do dinheiro foram informados pelo governador Tarso Genro ao mesmo jornal na semana anterior. O projeto da linha Rua da Praia-Fiergs está orçado, em princípio (isto é Brasil), em R$ 2.488 bilhões, o equivalente a 7% do Orçamento estadual do corrente ano. O total será custeado desta forma: o bilhão federal, R$ 600 milhões da Prefeitura da Capital, R$ 300 milhões do Governo do Estado, R$ 265 milhões de isenções fiscais municipais e estaduais e R$ 323 milhões de financiamentos a prováveis parceiros privados. O desembolso começa no próximo ano e será concluído em 2016, na melhor das hipóteses. Não há um patrocinador de relevo, ainda que o Município possa destacar-se na comparaç 27;o de seus recursos com os das outras duas esferas de governo.