• Percival Puggina
  • 27/06/2016
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CONJUNÇÃO CARNAL DAS LETRINHAS

 

 Dia 15 agendei-me para ir ao centro de Porto Alegre tratar de um assunto na Secretaria Municipal da Fazenda. O taxi não conseguiu chegar nem perto. A região central e seu entorno estavam bloqueados em indescritível engarrafamento. Segui a pé. Diante da Secretaria, uma tenda e um carro de som tocavam pagode. Pequeno grupo de funcionários ocupava a via e uma grande faixa afirmava com admirável senso de humor: “Essa crise não é nossa!”. Meninos, eu vi!

 A poucos metros, defronte à agência do Banco do Brasil, o distinto público era informado de que o governo Temer, quando propõe que os fundos de pensão (esses que as gestões petistas quebraram) tenham administração profissional e conselheiros independentes, não partidários, está pretendendo privatizar e age contra o interesse de seus participantes.

 Na Assembleia Legislativa, um grupo de supostos estudantes retirava-se do prédio que invadira dois dias antes. No Centro Administrativo do Estado, professores mantinham-se no edifício que haviam invadido na segunda-feira anterior. Estado afora, mais de uma centena de escolas continuavam tomadas por pequenos grupos de professores e estudantes, como parte de uma ação orquestrada. Tudo coincidência? Fruto indigesto do acaso? Claro que não. Trata-se de uma conjunção carnal. O descontentamento com o impeachment uniu-se ao oportunismo ideológico dos demais partidos revolucionários.

Examinemos por partes esse roteiro, começando pela piada emplacada diante da Prefeitura. "Essa crise não é nossa!". Em que país vizinho vivem aqueles manifestantes? A qual cidade estrangeira, próxima a Porto Alegre, servem tais funcionários? Onze milhões e meio de desempregados, inflação reduzindo o poder de compra de toda a população, empresas fechando as portas, economia encolhendo para além do mais negativo registro histórico, receita fiscal em queda, e eles se consideram cidadãos de uma bolha onde, por vontade do "coletivo", a crise não está autorizada a entrar. Disse-me um dos guardiões da porta do prédio a quem expus meus direitos de ser atendido e de livre movimentação na cidade: "Se não fizermos isso, politicamente não se consegue nada". Politicamente - palavrinha mágica. "Conheço bem as letrinhas dessa política", respondi.

Diante do Banco do Brasil, as mesmas letrinhas armavam o velho truque de atribuir aos outros os próprios erros. O governo petista e as administrações sindicalistas e partidárias servis, entre outros abusos, usaram recursos dos fundos de pensão para os fracassados delírios do pré-sal e das empresas campeãs. Em alguns casos essa conta vai para todos. Mas para as letrinhas em conjunção carnal, quem pretende meter a mão nos fundos é o novo governo. Então tá.

Malgrado as portas fechadas e aferrolhadas, não havia como esconder ao conhecimento público o caráter político e ideológico da invasão das escolas. Ainda que tratadas eufemisticamente pela mídia como "ocupações", o que ocorreu em todo o Estado foram invasões. Pequeno grupo de alunos e um número ainda muito menor de professores agiram a serviço da causa num indisfarçado treinamento de militância. Qual causa? A causa das letrinhas, ora essa: envenenar as mentes juvenis com a ideologia do atraso econômico e social, desconstituir os poderes, corromper o conceitos de democracia e liberdade, atacar a autoridade dos pais, romper com a ordem. "A escola é nossa!", proclamavam os invasores, mão canhota erguida, punho cerrado. É? Ganharam-na de quem? Quem acha que esses alunos e professores apenas brincam de "cidadania" saiba que não é brincadeira e que o objetivo disso, lá adiante, é revolução. Leia o restante do artigo aqui:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noticia/2016/06/conjuncao-carnal-das-letrinhas-6165685.html

Especial para Zero Hora, 25 de junho de 2016.

 


Leonardo Melanino -   29/06/2016 21:19:59

31 de dezembro de 2018, uma segunda-feira sistólica, um Silvestre, seria o último dia do mandato de Dilma Rousseff, por regra. Esperamos que o próximo governante a assumir a Presidência a partir de 1 de janeiro de 2019, uma terça-feira sistólica, um Basílio, não cometa os mesmos erros dela, do interino Michel Temer e dos anteriores a ela. Também esperamos que os novos parlamentares eleitos não cometam os mesmos erros dos atuais e dos anteriores. Queremos que nossas áreas estatais, como "Abastecimentos, Agriculturas e Pecuárias", "Bancos Centrais e Fazendas", "Cidadanias, Justiças, Direitos Humanos e Seguranças", "Culturas, Educações, Esportes e Turismos", "Previdências e Trabalhos", "Relações Exteriores", "Saúdes e Vigilâncias Sanitárias", "Soberanias Nacionais" e outras, sejam mantidas em dia, mas também devemos fiscalizá-las, pois uma Sociedade que não participa disto é uma covarde.

Genaro Faria -   28/06/2016 08:59:23

Prezado Puggina e colegas comentaristas, A economia brasileira é semelhante à de uum devastado por uma guerra ou por um gigantesco desastre da natureza. Mais difícil que um jovem conseguir seu primeiro emprego, ou que um desempregado recuperar o empregro que perdeu é abrir um novo negócio. Ou recuperar o negócio que perdeu. Não obstante, é da política que todos parecem esperar por uma solução. Da política que nos deixou nessa situação. Quanta tolice! O melhor que a política pode fazer por todos, trabalhadores, empregadores, profissionais autônomos, liberais ou informais, ambulantes e domiciliados ou itinerantes, principalmente neste momento de crise, é que nos esqueça. Como ironizou o inesquecível Stanislaw Ponte Preta em seu Febeapá (Festival de besteiras que assolam o país), em vez das madames patrocinarem aquelas campanhas benemerentes que os colunistas que os colunistas socias divulgavam em jornais e revistas que as tornaram famosas - Aqueça um pobre neste inverno - as celebridades deveriam patrocinar outra campanha: Esqueça um pobre neste inverno.

Genaro Faria -   27/06/2016 14:56:37

MORO LEVA PÚBLICO AO DELÍRIO O juiz Sérgio Moro representa o país real, dos indivíduos que se tornam cidadãos numa democracia, dos que se identificam com os valores da sua formação moral familiar e que se responsabilizam por seus atos. Enfim, Moro representa os brasileiros conscientes de sua nacionalidade e inseridos na cultura ocidental, na qual todos somos livres e dotados de ética e dignidade de nossa criação "à imagem e semelhança de Deus". O "mundo novo" propalado pelos "progressistas" não passa de um estado febril do intelecto presunçoso dos cleptocratas e mentirosos impenitentes disfarçados de benfeitores da humanidade.

Genaro Faria -   27/06/2016 11:28:02

É assim que os revolucionários entendem a cidadania que tanto fingem exaltar: o direito de uma minoria se impor sobre a maioria. Até que essa minoria deles tome o título de eleitor da maioria que, assim, perde sua cidadania, e implante um regime onde só os comissários do povo têm o direito de servir-se do Estado enquanto o restante da população fica com o dever de servi-los como vassalos de seus suseranos. Isso é que é ser progressista, o resto é troco. Essa histeria militante e estridente desconhece a lei e despreza o indivíduo em nome de um deus onipotente, o Estado dominado por seus ungidos revolucionários aos quais tudo é permitido, até "eliminar fisicamente seus opositortes" (Lênin), "hereges" pela religião social revelada pela matéria biológica, segundo o profeta Karl Marx.

João Carlos Carvalho -   26/06/2016 23:44:16

Caro Percival Não esqueça da REDE que é tão ruim quanto esses outros partidecos esquerdopatas !