• Gilberto Simões Pires
  • 06/02/2009
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CHE - O FILME

O ator Benicio del Toro, que fez o papel de Che Guevara no filme de Steven Soderbergh (em breve nos cinemas), ?m grande mentiroso. Simplesmente quer dar a entender que n?sabe quem realmente foi o infame personagem que representou. A prova disso est?a gagueira que Ben?o demonstra nas entrevistas, quando lhe perguntam sobre as centenas de assassinatos e outras crueldades praticadas pelo serial killer, que n?est?retratados no filme. Assustado, a ?a coisa que Ben?o del Toro responde ?ue n?sabia disso. ?not? que as hist?s de Hollywood s?muitas vezes absurdas. E Che, o revolucion?o rom?ico vivido por Benicio del Toro no filme nunca existiu, como bem escreve Guy Sorman, fil?o e economista franc? autor de Empire of Lies. Eis o que diz Guy: Che n?era humanista. Nenhum l?r comunista, de fato, j?eve valores humanistas. Karl Marx certamente n?era um. E seus fi?: Stalin, Mao, Castro e Che n?tinham respeito pela vida. Era preciso derramar sangue para que um mundo melhor fosse batizado (at?arece coisa do F? Social Mundial). Mao, quando criticado pela morte de milh?durante a Revolu? Chinesa, disse simplesmente que in?os chineses morriam todos os dias. Da mesma forma, Che era capaz de matar e dar de ombros. Treinado como m?co na Argentina, optou por acabar com vidas em vez de salv?as. Depois de ter tomado o poder, Che causou a morte de cinco centenas de –inimigos- da revolu?, sem julgamento algum. Fidel Castro, que tamb?n?era humanista, tentou neutralizar Che, indicando-o como ministro da Ind?ia. Como era de se esperar, Che aplicou pol?cas sovi?cas aos cubanos: a agricultura foi destru? e f?icas fantasmas pontilharam a paisagem. Ele n?ligava para a economia de Cuba ou seu povo: seu objetivo era buscar a revolu? por si s?eja l? que isso queira dizer, como a arte pela arte. O verdadeiro Che merece ser mais bem conhecido. Quem sabe, se o filme for bem sucedido nas bilheterias, seus financiadores queiram filmar uma seq?ia mais verdadeira. Certamente n?faltaria material para uma fita mais real, com o t?lo: Che, a Hist? N?Contada. PARA PIOR- Che, como muitos apaixonados imaginam, realmente transformou o mundo? A resposta ?im - mas para pior. A Cuba comunista que ele ajudou a moldar ?m fracasso indiscut?l e absoluto. Muito mais empobrecida e menos livre do que era antes de sua - libera? -. Apesar das reformas sociais que a esquerda gosta de alardear sobre Cuba, sua taxa de alfabetiza? era bem maior antes de Fidel Castro chegar ao poder. E o racismo contra a popula? negra era menos disseminado. De fato, os l?res da Cuba de hoje t?probabilidade muito maior de ser brancos do que nos tempos de Batista. DITADURAS MILITARES- Mais al?de Cuba, o mito de Che Guevara inspirou milhares de estudantes e ativistas por toda a Am?ca Latina a perder suas vidas em insensatas lutas de guerrilha. A esquerda, inspirada pelo canto de sereia de Che, escolheu a luta armada em vez das elei?s. Ao faz?o, abriu caminho para ditaduras militares. A Am?ca Latina ainda n?est?urada dessas conseq?ias inesperadas do guevarismo. AM?ICA DIVIDIDA- De fato, 50 anos depois da Revolu? Cubana, a Am?ca Latina continua dividida. Os pa?s que rejeitaram a mitologia de Che e escolheram o caminho da democracia e livre mercado, como Brasil, Peru e Chile est?melhores do que nunca: igualdade, liberdade e progresso econ?o avan?am como um todo. Em contraste, os pa?s que continuam nost?icos pela causa de Che, como Venezuela, Equador e Bol?a, est?neste exato momento equilibrados ?eira de uma guerra civil.