• Percival Puggina
  • 09/05/2020
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CELSO DE MELLO, AGENTE PROVOCADOR

 

 "(...) e, redesignada nova data para seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no âmbito da República, à condução coercitiva ou 'debaixo de vara'". (Celso de Mello)


 A forma desrespeitosa como o ministro Celso de Mello tratou as testemunhas arroladas por Sérgio Moro, destacadas figuras do governo e do Parlamento, entre elas três oficiais generais, é de uma grosseria que desqualifica a autoridade que emitiu a ordem.

 Desconhecer o intuito provocador dessa redação exige um cérebro com dependências para alugar. O ministro usou de seu poder para alertar às instituições sobre quem é que manda e não pede. Para testá-las ao limite. Valeu-se das autoridades mencionadas, integrantes dos outros dois poderes da República para, num mero ato de ofício, impor constrangimento às Forças Armadas e ao Congresso, e pôr a opinião pública nos eixos dele ministro.

É conhecido o desagrado dos ministros do Supremo com as apreciações feitas a alguns deles em manifestações de vulto nacional que refletem rejeição à instituição STF. Emergem desses eventos de rua, aqui ou ali, de modo episódico e esparso, anseios não democráticos. É indiscutível, porém, que cidadãos na rua, expondo seu sentir e seu querer, estão exercitando a democracia em uma dimensão que lhe é essencial e que deveria cobrar juízo de quem escuta.

Celso de Mello, inequivocamente, tratou as autoridades convocadas como se fossem bandidos. Em relação aos bandidos de verdade, aliás, o próprio STF ditou regras restritivas à condução coercitiva. Ele, no entanto, aplicou, em acréscimo, o arcaísmo “debaixo de vara”, usado no Código Criminal do Império, quase dois séculos atrás. Então, vara era vara mesmo, que intimida, cutuca e machuca.

A ordem foi e persiste como afronta. O ministro atirou sobre o que viu para acertar em todos aqueles cujas opiniões e manifestações o desagradam. Quando novembro vier ele vai embora, tarde. Sem deixar saudades. A nação não se sente servida.

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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
 


Natanael R. Oliveira -   14/05/2020 12:53:42

Se um trabalhador só se aposentará com 65 anos, por que os juízes do Supremo permanecerão até os 75?

Vicente Lino -   12/05/2020 19:11:55

Parabéns Professor. A lamentar a falta de outros textos com a sua coragem. Boa parte da imprensa foi tomada por medrosos , parciais e inúteis sub-jornalistas.

Carlos Edison Fernandes Domingues -   12/05/2020 13:26:22

PUGGINA ! Ao longo de 50 anos de exercício da advocacia não lembro de algum Delegado de Polícia que tenha chamado um cidadão INDICIADO, nos mesmos termos usados pelo ministro do S.T.F. Celso de Melo INTIMOU TESTEMUNHAS para comparecer no Tribunal. Os Delegados de Polícia; quase a maioria não era bacharel, mas tinham a habilidade e um senso de responsabilidade, que hoje serve para ensinar ministro. Acontecimentos como este, sob a mão de Celso de Melo, colocam mais uma pá de terra na confiabilidade do povo na Instituição que ele trabalha.

André Godoy -   12/05/2020 11:29:50

Como diria Saulo Ramos, " um juiz de m...." .

Paulo Tietê -   11/05/2020 21:40:43

Gostaria que os Ministros Militares, fardados, fossem para depor, não de carro ou caminhando pela Praça dos TRÊS Poderes(?), mas sendo conduzidos, cada um por um tanque de guerra, que ficariam apontando os canhões para o prédio enquanto eles depõem. Quando alguém extrapola o poder, que pensa ter, praticando um absurdo, só uma demonstração de poder MAIS FORTE COLOCARÁ AS COISAS EM SEUS DEVIDOS LUGARES. "Se é para chutar o balde, deixa que eu chuto. Tenho mais força que a que tu pensas que tem".

Antonio Bastos -   11/05/2020 15:26:40

Parabéns, por esse e outros brasileiros, é que o Brasil ainda se sustenta em pé. Chamam o Presidente de tosco e autoritário, mas só os imbecis dizem isso. Ele é uma cara calmo e paciente, pois se fosse comigo, pegaria a decisão do ministreco Celso de Mello e rasgava, assim como fez o Renan Calheiros com a decisão do Marco Aurélio. E mandava um recado para ele: Venha me prender.

Larry de Camargo Vianna Nascimento -   11/05/2020 13:07:04

Foi nomeado por quem? SARNEY o herói do sertão. Taí a resposta.

Adelmo Clementino da Rocha -   11/05/2020 12:06:54

Este senhor, tal excrecente juiz de merda, saíra pela porta da frente muito embora sem ser notado, e cairá no esquecimento de toda a nação, senão no desprezo de todos aqueles que um dia acreditaram na Justiça e no Direito.

Sidney -   11/05/2020 11:34:38

Como se naummm soube$$emo$$$ a que estão e a que vieram neeee !!!qdo ele vazaaaaa???;demora muito ???? z Brasil Teatros, Jogos de cena e das puríssimas e abjetas Maquiagens

Donizetti Oliveira -   11/05/2020 11:30:23

Nem nome de rua em sua cidade há de ter, tamanha a sua insignificância para a vida pública brasileira.

Nivaldo Presalino -   09/05/2020 18:55:11

Celso de Mello é aquele que Saulo Ramos muito bem definiu: "Entendi que você é um juiz de merda."

Gilson Pires -   09/05/2020 12:40:57

Mas um juiz convocar oficiais generais? Não tem um tribunal que cuida de casos dessas autoridades nas forças armadas?

Haremhab -   09/05/2020 11:10:18

Vislumbro duas alternativas: -comparecer permanecendo em silêncio -portador das forças armadas entregando vara com a mensagem "venha pessoalmente".

Wallace -   09/05/2020 01:35:35

O que fazer? Os ministros devem abaixar a cabeça e acatar ou desafiar com a ausência na convocação? Há uma terceira via? Qual? Cada dia, menos esperança...

Luis Gonzaga -   09/05/2020 00:54:08

Esse decrépito decano, no ocaso da carreira, esqueceu-se, talvez pelo já avançar da deterioração mental, que em breve deixará o Olimpo e sua capa preta que confere superpoderes. No ocaso de sua existência talvez venha a experimentar um pouco das agruras que os brasileiros do sopé do Olimpo experimentam diuturnamente, muitas das quais criadas o potencializadas por decisões dele e de seus congêneres. Como disse um parente distante certa feita, "praga não rogo não, mas bom fim não há de ter!"

Horacio Lima -   08/05/2020 23:14:07

Caro Prof. Puggina, Moro nos USA desde 1999 e ja sou cidadao americano, porem o Brasil nao sai do meu velho coracao de 65 anos. Desculpe meu texto, mas meu teclado nao tem acento, nem til e nem cedilha. Obrigado pelos seus sabios artigos. Sou seu leitor ha muitos anos. Gosto de apelidos. Assim, dei ao Ministro Decano do STFede um apelido completo: "Sua Excrecencia Deca-ga-no Cerssu Vara-de-Marmello" Abraco e que Deus abencoe os brasileiros de boa vontade e tenha piedade dos que tem olhos mas nao querem enxergar a Verdade!

EDSON REBELLO DO NASCIMENTO JUNIOR -   08/05/2020 22:07:23

Fez muito desserviços ao povo .

Luiz R. Vilela -   08/05/2020 20:56:23

O ministro Celso de Mello, há muito já não tem saúde para o desempenho da função, mas tem tempo de sobra para requerer a sua aposentadoria. Já a bastante tempo, poderia estar aposentado, mas por motivos desconhecidos, ficará até o último dia em que a legislação permitirá que fique. Será atingindo pela "expulsória', limite de 75 anos para que abandone a atividade. Lei que foi modificada a pouco tempo, alterando de 70 para 75 anos a permanência. Motivos que levaram a mudança? É desconhecido. Quase todos os ministros do STF, tem tempo suficiente para a aposentadoria, porque ficam? É desconhecido também o motivo. Celso de Mello foi nomeado por José Sarney, que foi uma espécie de presidente "bi iônico", pois o eleito foi Tancredo Neves, isto no colégio eleitoral, quando todos clamavam por eleições diretas e o PMDB era o seu arauto, mas que chegou ao poder por meio enviesado e logo esqueceu a pregação. Ulysses Guimarães, deveria ter assumido a presidência e convocado eleições diretas, mas não o fez, então Sarney fez o mais desastroso governo da história do Brasil, deixando inclusive como legado, o atual decano da corte suprema. A história poderia ter sido diferente, se os homens de então tivessem tido caráter e retidão de propósitos, talvez não estivéssemos vivendo a atual situação. Celso de Mello é ainda um fruto dos tempos da tal "democracia relativa", que impôs os presidentes da era militar e serviu de modelo para eleger o primeiro da era da redemocratização. Não é de se estranhar os arroubos autoritários do cidadão. Dizem até que possui um "epíteto" dado por seu padrinho na indicação a corte, o jurista Saulo Ramos.

Paulo -   08/05/2020 20:24:41

Como disse Saulo Ramos, Celso de Mello é "um juiz de merda!". Sai do STF como entrou... fedendo.

Cristina -   08/05/2020 17:29:24

Provocação para desestabilizar o governo. Podia se aposentar com um currículo mais honrado. Ninguém sentirá sua falta nem terá nada de bom para comentar a seu respeito.