• Percival Puggina
  • 09/11/2014
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ANTIPETISMO, IMPOSIÇÃO DA RACIONALIDADE

Na recente campanha presidencial, o lado em que 51 milhões de brasileiros se arregimentaram foi apresentado por Lula como síntese de todas as perversões e maldades. Dando continuidade a isso, na última terça-feira, o Diretório Nacional do PT divulgou uma Resolução que reduz a pó a busca de entendimento sugerida pela presidente no dia 6. A referida Resolução diz como deve ser a luta pela hegemonia, que é a supremacia do pensamento partidário sobre a sociedade. Para viabilizar isso, o partido insiste na sua reforma política, na imposição do controle social da mídia (agora com o nome bem bolivariano de "Lei da Mídia Democrática"), e na retomada da criação dos conselhos populares recentemente barrados pela Câmara dos Deputados. Assim é o petismo.

 Sob vários aspectos, o documento é uma resoluta declaração de guerra. Lá pelas tantas diz assim, referindo-se à campanha recém finda: "A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar". Não importa que nada disso tenha acontecido. É da mera afirmação que os resultados são colhidos. Também assim é o petismo. E, mais adiante: "A oposição, ressentida, insiste na divisão do país".

Claro que a nação resulta dividida! É uma divisão feia, fruto de retórica maligna, como a do vociferante Lula e como a que explodiu na Resolução mencionada acima. No entanto, se a divisão entre grupos sociais é indesejável, a divisão para o jogo político se faz necessária. A superação dos conflitos fantasiosos produzidos pelo marketing da tal hegemonia exige que se estruture e consolide o antipetismo. Havendo o petismo, o antipetismo torna-se uma imposição da racionalidade política. As redes sociais servem à construção de uma oposição, mas não dispensam a oposição parlamentar, com representatividade, mandato, tribuna e voto. Por isso, a defesa da democracia clama por unidade suprapartidária oposicionista, compondo, nos parlamentos, frentes que restabeleçam o democrático e indispensável papel da oposição.

O fracionamento dos partidos pelo poder de compra do governo da República precisa ser vencido por uma força política organizada e coesa que expresse o que metade dos brasileiros manifestou com seus votos e prossegue reafirmando em sua mobilização nas redes sociais e nas ruas. Que haja, enfim, governo e oposição atuantes no país. E que nunca mais tenhamos que votar num sistema no qual poucos ainda insistem em confiar cegamente.

ZERO HORA, 9 de novembro de 2012
 


CLAUDIO SILVA RUFINO -   15/11/2014 14:15:15

Dr. Puggina. Ótimas reflexões. Cabe as lideranças oposicionistas estabelecerem uma agenda comum e criar-se uma consciência eleitoral para varrer os partidos cartorários. O ultimo resultado, conseguindo a situação uma apertada diferença de três milhões de votos num universo de 140 milhões anima os propugnadores de mudança logo. Claudio Rufino.

Sérgio Alcântara -   11/11/2014 16:35:46

Meu caro Puggina, considerando o fato de que nossos partidos de DIREITA se apequenaram ( não necessariamente no coeficiente eleitoral, mas tendo isto como consequência dos próprios erros e equívocos) , também sou partidário convicto da ideia de que o ANTIPETISMO é, ao mesmo tempo, uma imposição da realidade atual e a maneira mais simples e direta de protestarmos contra este ESTADO DE COISAS que aí está, reivindicando reais perspectivas de construção de um país JUSTO e DEMOCRÁTICO. Sou um entusiasta das trocas e enriquecimento de ideias via redes sociais, bem como da possibilidade da consolidação de uma consciência suprapartidária que, efetivamente, poderá devolver a liberdade ao povo brasileiro e o REAL SIGNIFICADO à, já tão ultrajada, DEMOCRACIA.

Sérgio Alcântara -   11/11/2014 11:55:15

É sabido que o petismo-marxismo criou, com eficiência, uma série de estratagemas que lhe asseguram uma, quase intransponível, estrutura de poder e opressão. Porém, precisamos admitir a decepcionante atuação dos partidos que DEVERIAM representar o pensamento político da DIREITA que, aliás, provém de nada menos que a METADE da população brasileira. Esta displicência e, ouso afirmar, descomprometimento de NOSSOS políticos, foi perfeitamente visível durante os últimos 30 anos da história política deste país. Querem um exemplo claro do que afirmo? Se reportem ao ( inevitável, necessário) processo de transição do nosso Regime Militar para a normalidade democrática. Poderíamos ter saído fortalecidos politicamente deste processo, não fossem o pragmatismo, o oportunismo e, por que não dizer, a MEDIOCRIDADE política de alguns de nossos representantes. Poderíamos ter-nos constituído, mesmo com subsequente derrota eleitoral, em uma PODEROSA e VISÍVEL ALTERNATIVA ao já iminente PROJETO DE PODER marxista. Em vez disto, o que aconteceu foi o lamentável RACHÃO, que deu origem à famigerada, desorientada, PRAGMÁTICA e descomprometida FRENTE LIBERAL, que até hoje, seja como PFL ou DEM demonstra sua inobjetividade política e sua desorientação ideológica. Não bastasse isto, atualmente, de maneira vergonhosa, muitos de NOSSOS parlamentares se deixam cooptar por TETAS no governo petista e pelo pagamento dos mensalões da vida! Assim é muito difícil! Mas, não esmoreçamos nem desistamos de acreditar no Brasil e na DEMOCRACIA! Bola pra frente!

Pedro -   10/11/2014 18:53:09

Gostei muito mas é preocupante o que o PT está tentando fazer que Deus nos abençoe

Nelson Carvalho -   10/11/2014 18:33:47

Excelente texto dentro de uma proposta de formação crítica conservadora.

Carlos René de Oliveira -   10/11/2014 16:55:47

Idéia e voz que se somam às trincheiras efetivamente democráticas. Gostei.

Odilon Rocha -   10/11/2014 13:42:34

Prezado Percival Com os 'desmancha-prazeres' Alkmim, Richa e Perillo, como manter uma unidade suprapartidária? Fora um deputado (do PSDB!!!), nojento, denunciando acordo do PSDB sobre a CPMI não chamar políticos envolvidos no 'petrolão'! Aí, não dá! Ou tem oposição ou não tem p...nenhuma, como diria o pedófilo (foi ele que se delatou!) de Garanhuns. O PSDB deveria lançar também a sua Resolução, não aquelas notinhas cheia de melosidades. Se bem que a segunda foi mais ríspida. Deveriam tocar no aspecto Foro de SP (não vão!). E por quê? Porque são esquerdas com aspectos diferenciados, brigando. Isso, em tese, é um problemão. O que não falta é denúncia! Então? Inteligência e paciência, sempre! Mas, tudo tem um limite. E, passado o limite, pode ser tarde. Abraço PS: Quem está acompanhando a auditoria das urnas? Particularmante penso que não dará em nada. É bom assim. O PT que se engasgue com os sapos, cobras e lagartos que criou.

Raul Sallenave -   10/11/2014 13:18:38

Os meios de comunicação devem cumprir com o seu papel de informar a sociedade. O jornalismo sério tem essa obrigação. Estamos diante de uma situação muito séria para o futuro de nosso país. O povo está sendo doutrinado nos sindicados, nas escolas e universidades. Mais do que doutrinados, já chegamos ao ponto de vermos as pessoas sendo INTIMIDADAS. Isso não é democracia, isso não é o que queremos.

Ismael de Oliveira Façanha -   10/11/2014 00:40:48

O governo petista, agora, vai ter de governar em tempos de vacas magras; a recessão da Europa e EEUU já é coisa do passado, eles crescem e o Brasil encolhe... A prosperidade acabou, o País é governado por arrivistas, oportunistas; por uma gente aventureira e sem moral, incapaz de enfrentar problemas reais, sempre resvalando para uma retórica populista, enquanto tenta encilhar, pear e amordaçar o povo brasileiro, mantendo assim o poder que lhe anda escapando.

André Carvalho -   10/11/2014 00:32:59

A resolução do PT é uma incrível amostra de sua paranoia política. Paranoicos "pessoas físicas" já são perigosos; imaginem se isso se projeta em um partido que detém o poder político do país. A verdade é que o PT está acuado e confuso, atirando para todos os lados e projetando em seus adversários os próprios defeitos. Alega que a oposição não se conformou com a derrota, mas quem parece continuar na disputa eleitoral é ele. A linguagem belicosa e agressiva do documento apenas reitera os métodos de campanha, e demonstra que o partido deseja enquadrar a qualquer custo quem não se verga à sua vontade.

Sérgio Alcântara -   10/11/2014 00:29:56

Prezado puggina, este artigo sintetiza bem o que penso e desejo para a vida política do país há muito tempo. Já que os partidos que deveriam representar a DIREITA esfacelaram-se em virtude, ou do poderio da máquina ideológica esquerdista-marxista, ou pelo próprio descomprometimento de NOSSOS políticos em relação ao que realmente DEVERIAM defender, é chegada a hora de parlamentares de diferentes partidos, numa grande organização suprapartidária, planejarem e desenvolverem uma estratégia de ação que, além de representar um OBSTÁCULO aos desmandos petistas, torne VISÍVEL ao já ENTORPECIDO povo brasileiro um projeto de governo e de Estado capaz de livrá-lo do continuísmo a que está atrelado. Além disto, também concordo que a politização por intermédio das redes sociais é de suma importância para o desenvolvimento ou o resgate de uma verdadeira CONSCIÊNCIA POLÍTICA em nosso país, capaz de suplantar os DOGMAS MARXISTAS tão insistente, ardil e maquiavelicamente plantados no IMAGINÁRIO COLETIVO, sobretudo pelos DISCÍPULOS de Gramsci. Importante também seria que estas ações pudessem ser coordenadas e articuladas com um intensivo trabalho no interior das instituições do Estado e da sociedade civil, não , evidentemente, agindo com a DESLEALDADE com que o fazem os gramscianos, mas exatamente objetivando BRECAR sua ação nociva. Um exemplo do que defendo seria DENUNCIAR de maneira sistemática e insistente a VIOLÊNCIA INTELECTUAL sofrida pelos estudantes secundários e universitários que são OBRIGADOS a ouvir e incutir às SENTENÇAS proferidas pelos seus VOCIFERANTES MESTRES MARXISTAS. Desculpe ( m ) minha chatice. Sérgio.