• Percival Puggina
  • 07/05/2009
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ALI ONDE O FUTURO COME?

Lendo o interessante livro de Gustavo Grisa “RS sem medo do futuro”, percebi que muitas das reflex?nele contidas s??s para qualquer sociedade que pretenda ser justa, solid?a, eficiente e moderna. O Rio Grande do Sul, objeto da obra, talvez tenha maiores urg?ias porque, sob diversos aspectos, perdeu posi?s no contexto nacional ap??das de crescentes d?cits e baix?ima capacidade de investimento p?co. Uma realidade que s?ora se reverte. O receitu?o proposto pelo autor inclui algo que os ga?s sempre alinhamos entre nossas mais atraentes disponibilidades: nossos recursos humanos. Com efeito, s?as pessoas que fecundam todos os demais meios de produ?. Quanto mais preparadas, animadas, criativas e competentes, ou seja, quanto melhores forem as pessoas, mais apta estar? sociedade para promover seu desenvolvimento econ?o e social. E foi a?ue percebi a luz vermelha sobre o X da quest? Est?m curso no Rio Grande do Sul, j??lgum tempo, um processo doloso de desqualifica? desse seu mais valioso potencial. O mau desempenho dos alunos nos exames do IDEB e do ENEM e a consequente perda de posi?s no ranking nacional da Educa? fornecem a prova provada do que afirmo. A educa? brasileira est?ntre as piores do mundo e ?esse meio que afundam os indicadores educacionais do Rio Grande do Sul! Sob tais condi?s, fica dif?l olhar para o futuro sem medo. O que determina t?alarmante realidade? N?hesito em afirmar que a causa principal est?o contexto em que se desenvolve o ensino p?co, domado pelo conservadorismo dos m?dos e pelo corporativismo funcional. O corporativismo s?nsa em si e o conservadorismo n?aceita mudan?. ?o velho paradoxo: est?udo errado, mas n?mexe. O mais antigo exemplo que me ocorre j?onta vinte anos. ?de quando Bernardo de Souza, como secret?o de Educa? do governo Pedro Simon, pretendeu fazer com que cada escola tivesse o seu quadro de pessoal, abrangendo a discrimina? dos recursos humanos e as compet?ias funcionais requeridas para as atividades. Foi um escarc?e a palavra QPE (quadro de pessoal por escola), coisa l?a e indispens?l a qualquer gest?respons?l de pessoal, virou pauta de xingat?, esp?e de palavr?no vocabul?o corporativo. E vem sendo assim com tudo. O tema da educa? foi capturado pelo sindicato da categoria, que foi cooptada pela esquerda mais retr?da e a maioria do professorado ga? se transformou em militante do atraso, em freio ABS do progresso, insens?l ?rescente desqualifica? dos alunos. Para informa? de quem n?sabe: malgrado os p?imos resultados de suas sucessivas atua?s, mesmo na estreita pauta sindical, ?ada vez maior o controle da esquerda sobre o professorado rio-grandense. Na ?ma elei? para o Cpers/Sindicato, duas das tr?chapas foram de esquerda. E venceu a esquerda da esquerda. Se algu?tem d?a sobre o que pensam nossos professores sobre a vida, sobre o que lhes ?nsinado nas faculdades a respeito de suas miss? e sobre o seu desejo de serem “intelectuais org?cos” a servi?da captura de cora?s e mentes nas salas de aula, a?st?ma boa demonstra? do tamanho da encrenca com que se depara o futuro do Rio Grande do Sul. Interrogados, nove em dez professores estaduais dir?que seus principais objetivos s?ganhar mais e preparar os alunos para a “cidadania”. E, pelo que se v?a vida vivida, dentro e fora das escolas, n?est?conseguido coisa alguma. Nem transmitir conhecimento, nem ganhar mais, nem formar cidadania. Mas enquanto o tempo passa, perde-se futuro. E perde-se o futuro bem ali onde ele come? nas salas de aula. Lamentavelmente, nossas elites s? articulam, s?o ao Parlamento, s?locam crach?o peito contra a cria? de tributos. ?pena, porque, c?ntre n?se a disposi? para mobiliza?, para percorrer gabinetes parlamentares, para pressionar, se limitar a tanto, tamb?isso ?orporativismo, sabe? www.votors.com.br