Percival Puggina
Por vezes, são noticiados casos raros em que pessoas no desempenho funcional ou por estarem ocasionalmente presentes em momentos dramáticos, se destacam por iniciativa e coragem que vai além do dever. O cinema norte-americano se vale de fatos dessa natureza para reconhecer o mérito de personagens reais ou fictícios; se militares, essas pessoas são agraciadas com medalhas que exaltam virtudes como coragem, iniciativa, determinação “beyond the call of duty” (além do que o dever chama).
Vivemos momentos que exigem personagens assim. Tolos não percebem e inimigos da liberdade festejam as dificuldades impostas a quem tem coragem de pensar e expressar o que pensa nos meios de comunicação. A mente totalitária se compraz com a injustiça que a beneficia; ama o jornalismo que tem opinião a soldo e se deixa pastorear.
Os leitores destas linhas assistiram o êxodo de conhecidos e competentes profissionais que, repelidos pelos veículos onde atuavam, foram defender a liberdade criando seus próprios canais de trabalho. Alguns enfrentaram problemas com o regime, sofreram sanções. Outros, escaldados, buscaram água fria no exílio.
Aqui no Rio Grande do Sul acompanho a lida de dois amigos jornalistas. Júlio Ribeiro e Guilherme Baumhardt. Dois homens de rádio, experientes, bem formados e informados, não se deixaram arrebanhar para o curral onde o jornalismo brasileiro tem pouca diferença do cubano. Mostraram coragem além do que o dever indicava e uniram forças.
Não foi por si mesmos que trocaram a estabilidade pelas incertezas. Seu mérito se amplia porque fizeram isso por pessoas que sequer conhecem, que estão na outra ponta da comunicação e que têm o direito de receber informação e opinião fora dos sofismas e malabarismos retóricos que tanto agrado causam aos tutores e censores da nação.
Em outubro, Júlio Ribeiro deixou a Rádio Guaíba e criou a Rádio + Brasil. Agora, Guilherme Baumhardt junta-se a ele na emissora que dá seus primeiros passos rumo àquele sucesso para onde a liberdade impulsiona seus devotos. Numa visão liberal/conservadora, a Rádio + Brasil apresenta e comenta, em seu canal do YouTube (YouTube.com/@RadioMaisBrasilOficial), notícias de política e economia, do Brasil e do mundo. Guilherme Baumhardt apresenta o programa “Agora, Brasil” das 07h às 09 h da manhã (mesmo horário do programa que ancorava na Rádio Guaíba) e Júlio Ribeiro, o programa “Rádio + Brasil” das 13h às 15h.
No cenário devastado do jornalismo brasileiro, todo sinal de vida e inteligência me reanima o espírito.
Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
Maria da Graça Reina Lima - 25/12/2023 21:13:38
Parabéns pela chegada do Guilherme, maravilha. Qual número da frequência do rádio para acompanhar . Feliz Natal boa noiteaaa - 25/12/2023 08:46:44
Seria interessante o link para o canal.Lair Cobianchi - 24/12/2023 18:43:59
Fico contente que ainda há quem tenha a coragem de se expressar, como deve fazer qquer um, que tenha personalidade e conhecimento, para tentar tirar da inércia aquele que tem conhecimento, mas que seu medo é maior que a sua vontade!!! Abcos!!! Bom Natal!!!Armenio Santos - 24/12/2023 11:59:31
Parabéns Puggina! Oportuno e veraz esse depoimento. Sobral Pinto dizia que “a advocacia não é profissão de covardes" e digo eu: o Jornalismo também não o é! Ab.Luiz Antônio - 24/12/2023 00:15:40
Dois grandes comunicadores deste estado enquanto houver jornalistas assim podemos ter esperança que este país não cairá nas trevas deste governo.paulo antonio papini - 23/12/2023 23:58:47
Belíssima homenagem, tive o prazer de conhecer o Julio Ribeiro há 2 anos e poder chamá-lo de amigo. Parabéns a ambos.Jose Rui Sandim Benites - 23/12/2023 04:36:06
A moral ê um conjunto de regras que nos faz diferenciar o que é certo do que é errado em um dado momento cultural. A partir dessa premissa vimos fatos e atos, que muita gente a pouco tempo atrás diziam serem errados, notadamente, críticos do atual presidente da República, fatos gravíssimos. Mas agora, numa reviravolta, apoiam e se juntam ao seu desgoverno. Pergunto: Que moral tem está gente de quererem julgar os seus semelhantes? Ou quererem impor regras de convivência? Na minja himilde opiniao, uma situação de que parte da sociedade está moralmente doente. Ainda, existem pessoas que mantém no seu discurso uma certa coerência. Por isto, continuamos acreditando. Na resistência de valores pela vida, liberdade de ir e vir e de opinião, pela propriedade privada, ao respeito à família, liberdade de crença religiosa, contra a regulação das redes sociais, a favor da livre iniciativa, contra todo o tipo de discriminação e de censura. De um Estado que tenha um tributação que os seus cidadão possam pagar. Não uma tributação de confisco. Um Estado que facilite a vida do cidadão e não atrapalhe com educação, saúde, segurança, infraestrutura e previdência de qualidade. E que possibilite que estas funções tambem possam serem exercidas pela iniciativa privada. Sem burocracia excessiva, com regras previsiveis e segurança jurídica.Rubilar José Bernardes - 22/12/2023 16:19:29
Honro as minhas homenagens a esses dois profissionais da imprensa gaúcha que souberam honrar as suas origens e sempre defenderam as suas ideias perante um dos microfones que já foi grande e hoje é uma pequena peça de museu sem nenhuma importânciaEduardo D Souza - 22/12/2023 12:09:13
Já me inscrevi no canal deles: https://www.youtube.com/@RadioMaisBrasilOficialGerson Carvalho Novaes - 22/12/2023 11:43:15
Aqui, em São Paulo, vejo um monte de jornalistas que se venderam para não sei quem, dignos do ‘Prêmio Óleo de Peroba’, a honraria máxima para a calhordice e covardia…Menelau Santos - 22/12/2023 11:35:55
Muito oportuno seu texto, Professor. O Professor Olavo dizia que o Homem verdadeiramente elevado não hesitaria em sacrificar a Vida, a Liberdade, seus Bens e sua Honra, na defesa de suas convicções. Hoje em dia, na vida pública, esse tipo é raríssimo.