• Percival Puggina
  • 20/04/2020
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AFINAL, QUEM É GOLPISTA?

 

Perderam a eleição para Bolsonaro porque preferiram atacá-lo em vez de se perguntarem por que o povo o seguia. Agora, pelo mesmo motivo, caçam fantasmas e conspiram contra ele.

 

 No noticiário desta manhã de segunda-feira, alguns veículos se desencaminharam e noticiariam sobre as carreatas ocorridas ontem em inúmeras cidades do país, descrevendo-as como “de apoio ao presidente”, “a favor do fim do isolamento”, “contra Rodrigo Maia”, “contra João Dória”. No entanto, para os grandes noticiosos da noite de domingo o que importava era exibir cartazes com que manifestantes pediram intervenção militar e lançaram maldições, anátemas e imprecações contra o Congresso e o STF. A cereja do bolo, porém, era o presidente da República falando a um grupo de intervencionistas. O G1 (Globo) reproduziu uma seleção de frases então proferidas pelo Presidente. O que disse ele?

"Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza, todos nós juramos um dia dar a vida pela pátria. E vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política", afirmou.

Bolsonaro falou aos manifestantes que podem contar com ele "para fazer tudo aquilo que for necessário para que nós possamos manter a nossa democracia e garantir aquilo que há de mais sagrado entre nós, que é a nossa liberdade".

Arrepiaram-se, fingidos, os barões assinalados. Era preciso induzir a população a temer o autor de frases tão simples e o perigo representado por não se sabe bem o quê. Então, acusaram-no de tossir uma vez e não fazê-lo sobre o cotovelo... Desabituados a usar palavras que expressem pensamentos reais, viciados com bastidores, useiros de conchavos e conspirações, grandes autoridades da República medem o presidente com sua própria escala. Não funciona.

Li hoje um artigo em que o autor, advogado e empresário Luiz Carlos Nemetz faz a seguinte resenha de patranhas belicosas do Congresso pilotado por Maia e Alcolumbre contra o presidente.

Deixou caducar as medidas provisórias do 13º do bolsa família, da carteira estudantil, da revogação do imposto sindical, da publicação de balanços; desfigurou completamente o pacote anticrime e de combate à corrupção; enfraqueceu a operação lava-jato com a lei de abuso de autoridade; articulou o aumento do fundo partidário e impediu seu uso para combate à COVID-19; aprovou o orçamento impositivo; não põe em pauta o marco do saneamento de gastos, da PEC emergencial 186/19 e do pacto federativo; junto com o Senado não vota a prisão em segunda instância dando chances para que a nata da aristocracia medieval corrupta não seja investigada, nem punida e, mesmo quando condenada, saia às ruas e goze a vida com os bilhões que roubaram.

Agora, neste exato momento, articula com os seus, a completa desfiguração do Plano Mansueto, que é um programa de acompanhamento e equilíbrio fiscal, que, em síntese, visa ofertar aos Estados uma solução para que consigam equilibrar suas folhas de pagamento e quitem suas despesas mais urgentes.

É estarrecedor que uma suposta elite dos poderes Legislativo e Judiciário tenha desvirtuado de tal modo sua percepção sobre a finalidade do poder que exercem! Nada aprendem das manifestações da opinião pública que com exaustiva frequência superlota ruas e avenidas por não encontrar outro canal de expressão.

Com mais sensatez e menos presunção, com mais senso de responsabilidade e menos vaidade, com mais amor à pátria e menos amor próprio, haveriam de chegar às câmeras de TV e às páginas de jornal para refletir sobre a estupidez de nossas instituições e sobre as razões de seu próprio descrédito junto à sociedade. Desapreço, aliás, que cresce a ponto de muitos ansiarem por uma ditadura.

Não temam, senhores, por uma ditadura de Bolsonaro. Temam, antes, as consequências de vossa ambição, de vossos conchavos, de vossa fatuidade e de vosso desprezo aos cidadãos.

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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


 


Pedro Ubiratan Machado de Campos -   27/04/2020 13:16:04

O clamor que sobe aos céus contra tais iniquidades não será em vão, creiamos , pois jamais houve tanta fé pra remover esse Himalaia de maldades.

PAULO CEZAR ALVES MONTEIRO -   22/04/2020 19:48:18

Maravilhoso o seu artigo, como sempre, Dr. Percival Puggina. Peço que dê uma lida neste atigo que escrevi recentemente: https://www.cultseraridades.com.br/eu-apoio-bolsonaro-parte-2/

Rosa maria -   22/04/2020 19:10:05

Excelente!!! E isso e muito msis, que nem caberia num jornal inteiro

adao silva oliveira -   22/04/2020 18:44:52

Que nada!!! Muita fé no velho Roberto Jefferson, convertido a nova política. Pelo jeito, o Centrão está tomando jeito. Acabou o toma-lá-dá-cá. Agora é o dá-cá e recebe lá. A ordem dos fatores é muito importante.

Rivo Fischer -   22/04/2020 16:06:33

Há muito tempo a Globo, e especialmente o JN, abandonou sua missão de informar. Agora parecem um bando de crianças brincando de "vaca amarela", vigiando Bolsonaro. Ele falou! Ele tossiu"! Ele entrou na padaria! Ridículo.

Esmeraldo Ramos Neto -   22/04/2020 15:44:14

Ao ler, a cada dia, os artigos do Mestre Percival Puggina, encho-me de satisfação pela escolha acertada que fiz, quando votei em Jair Messias Bolsonaro para Presidente, dirigente maior do nosso grandioso Brasil! Lucidez, visão de mundo e da nossa realidade que, infelizmente, muitos dos brasileiros ainda não conseguem enxergar. Mas estamos juntos Percival, estamos juntos brasileiros, "tamos juntos Jair"!

António Moreira -   22/04/2020 08:16:39

Belo texto, mas para corrigir esses erros, desde 1988, so mesmo com uma intervenção... Em 2009, no auge do Mensalão, o movimento pedindo a intervenção cresceu, e se os militares tivessem agido não teria existido o Petrolão e nem asv"doaçoes" do BNDES para as ditaduras "parceiras"...

Carlos Edison Fernandes Domingues -   22/04/2020 01:20:49

PUGGINA. Com a leitura do que escrevestes, encerro este recolhido dia de Tiradentes, com mais ânimo para continuar a lutar na defesa do candidato que escolhi para a Presidência da República. Carlos Edison Domingues

Sidiney José de Lima -   22/04/2020 01:09:37

Admirável a qualidade dos seus textos que a cada dia ilustra mais e mais os nossos entendimentos sobre a política brasileira e admirável também sua postura que praticamente é um socorro para os que pretendem um país com seus filhos dispostos a qualquer coisa para salvaguardar essa nação e protegê-la dos canalhas que assumiram de maneira pérfida suas instituições basilares.

Randulfo da Silva Pereira -   21/04/2020 19:26:31

Sr. Puggina, eu acho que infelizmente sem luta vai ser muito difícil tirar esse monte de vermes incrustados nas instituições nacionais. O povo pode tirar, mas com todas as nossas carências, como contar. Temos hoje muitos articulistas como o Senhor, bem intencionados, mas convenhamos falam para poucas pessoas, e geralmente não aos mais carentes. Esses continuam mal informados , alienados dos nossos reais problemas.

Eliel De Salles -   21/04/2020 18:52:13

Parabéns professor! Excelente artigo!

Davi A Carvalho -   21/04/2020 17:11:45

Seus comentários lúcidos me trazem à tona "Elogio à Loucura". Um misto de satisfação e revolta, pois quanto mais se sabe mais se encontra num circulo vicioso onde parace que as forças contra a honra, moral e bons costumes se fortalecem a cada ciclo. A loucura nos salvaria de todos os males, e até o fim de nossas vidas não sentiríamos tamanhas perversões!

Armentano -   21/04/2020 16:21:19

Uma pena bem usada, vale mais que mil canhões

PERCIVAL PUGGINA -   21/04/2020 15:42:59

Carmelina Sampaio, agradeço o apontamento que fizeste à ambiguidade do último parágrafo. Correção feita. Abraço!

Marilda Ivany Machado -   21/04/2020 14:56:42

Perfeita leitura dos fatos.

Menelau Santos -   21/04/2020 11:36:54

Obrigado Professor, por mais este brilhante texto. "Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz". É a máxima revolucionária sempre presente. Vejo na grande mídia que a Prevent Senior está sendo investigada porque não tinha autorização quando iniciou os estudos sobre a cloroquina, que salvou centenas de vidas em São Paulo. Essa situação me remete àquela anedota lusitana onde um clube está pegando fogo, mas os bombeiros são impedidos de entrar porque não são sócios.

Leonardo -   21/04/2020 03:07:10

Brilhante !

Carmelina Sampaio -   21/04/2020 01:11:09

Bolsonaro tem muitos defeitos e enfrenta enormes dificuldades para exercer o cargo. O último parágrafo me pareceu ambíguo. O pronome "sua" é referente a Bolsonaro?

Vicente Lino -   20/04/2020 22:42:11

Brilhante mais uma vez, grande Percival. Fico muito incomodado quando noto que são pouquíssimos aqueles , na imprensa, que enxergam os fatos como fatos. E como a maioria se uniu contra o governo. Claro, que contra o Brasil.

Erika -   20/04/2020 22:21:55

Perfeito ??????

Jorge Luiz Schwerz -   20/04/2020 22:11:11

Parabéns, Mestre Puggina! Sempre certeiro!

Fabiano -   20/04/2020 21:15:49

Brilhante, mestre. Simplesmente brilhante!

Luiz R. Vilela -   20/04/2020 18:44:10

STF e congresso repudiam ida de Bolsonaro a ato pró ditadura. Bolsonaro disse no mesmo evento: " No que que depender do presidente, democracia e liberdade acima de tudo". Isto ai foi dito no mesmo veiculo de comunicação. Quando em qualquer manifestação, quem participa, não tem controle com o que dizem ou mostram em alguns cartazes. A democracia é respeitosa, inclusive com quem quer acabar com ela, e o sentimento democrático, não deve ser totalitário, porque inclusive pode ter quem não a deseje. Quem for anti democrático, também deve saber que enquanto for minoria, vai ter que engolir a dita cuja assim como ela é. No dia que o desejo de se ter algum outro regime que não contemple o sistema democrático, for maioria, paciência, os ditatoriais passam a mandar e quem não gostar que pegue em armas, passa valer a lei do mais forte. É natural que quando os cidadãos comecem a descobrir que o seu regime de governo baseado na democracia, deixe de ser honesto e passe a ser usado e abusado por ladrões, prefiram ser governados por honestos e com poderes totais para desestimular a roubalheira. Para muitos hoje, eleição é apenas a obrigação de escolher o ladrão que passará a roubar-lhe doravante. Democracia, é muito diferente de "cleptocracia" e muitas vezes os roubados sonham com alguém com poder que possa acabar com a farra dos desonestos, e o imaginário pensa em ditadura. Portanto o caminho para se manter o regime democrático, passa inexoravelmente pela honestidade dos seus homens públicos. Se querem continuar na democracia, é indispensável a honestidade, porque sem ela, mudam-se os sentimentos, inclusive aqueles mais primitivos, como dizia um ex deputado.

Marcelo Pinho Santos -   20/04/2020 18:24:27

Brilhante Mestre, simplesmente, brilhante!