Certas mensagens recebidas quando menciono o pleito do dia 7 de outubro provêm de eleitores que desconfiam de tudo. Duvidam das urnas e dos votantes, dos partidos e dos tribunais, dos políticos em geral e dos candidatos em particular. Enquanto esperam solução por meio de uma ruptura institucional que comprovadamente não acontecerá, colocam tudo e todos sob suspeita.
Ainda há pouco alguém se exclamava, em rede social, ante a notícia de que certo militar seria candidato a deputado federal. Tratava-se, no seu modo de ver, de uma traição à causa da ruptura institucional e uma absurda aceitação das urnas eletrônicas.
Queiramos ou não, essa é, hoje, uma questão nacional relevante, consequência da degradação institucional e da fragmentação social. Se o que desejam os proponentes dessa solução não for uma inaceitável ditadura, se for de ação rápida isso pelo que clamam, de onde vem a confiança em que logo ali adiante surgirão partidos, políticos e eleitores com elevado discernimento e sistemas perfeitos?
Fraudes sempre houve e sempre poderá haver. Eleições também podem ser fraudadas. Na Primeira República, o bico de pena e a degola comandavam os resultados. O primeiro adulterava as atas que provinham das mesas eleitorais e o segundo, através da poderosa Comissão Verificadora de Poderes, simplesmente declarava ilegal, no Parlamento, a vitória dos indesejados. Mesmo após a criação da Justiça Eleitoral em 1932, continuaram as fraudes no registro e voto de eleitores inexistentes ou falecidos, na cíclica transferência de votantes em eleições municipais, na existência de municípios com mais eleitores do que habitantes, na compra de votos, e por onde mais houvesse brecha para a malícia dos espertalhões. Fui fiscal de apuração em diversos pleitos e embora não tenha me deparado com tentativas de fraudes, pude verificar possibilidades para que isso acontecesse durante a manipulação das cédulas, bem como esforços maliciosos para interpretar indevidamente rabiscos de eleitores analfabetos.
Nos grotões continua a intimidação dos eleitores com a divulgação de sanções a serem aplicadas se o resultado das urnas não for o pretendido pelo cabo eleitoral da região. Não bastasse isso, ainda agora, com a introdução da identificação digital dos eleitores, e já cadastrados 65 milhões, o TSE identificou 25 mil títulos duplicados. Um desses "multicidadãos" portava 52 títulos. Também isso é fraude.
As urnas que o Brasil usa, afirmam muitos técnicos, podem ser fraudadas. Se têm sido é questão para a qual ainda não vi resposta afirmativa categórica, malgrado a persistente suspeita em relação à silenciosa reviravolta na apuração do pleito presidencial de 2014. Segundo se diz, aquela vitória petista não foi obtida lisamente. Ora, se essa porta existe e pode ser aberta, como explicar o resultado do pleito de 2016? Afinal, apenas dois anos após a reeleição de Dilma, o PT sofreu estrondosa derrota, caindo do primeiro para o sexto lugar entre os partidos brasileiros, vencendo em apenas uma dentre as capitais de estados da Federação. Deu pane no mecanismo? Estavam de férias os manipuladores?
Por outro lado, a arrogância com que os ministros do TSE desprezam a opinião pública em tema tão relevante à legitimidade do poder político não ajuda a democracia. No meu modo de ver, a apuração manual, malgrado lenta e com grande dispêndio de recursos humanos, suscita superior credibilidade e segurança, por ser menos hermética e proporcionar ampla fiscalização partidária em todas as fases do processo, possibilitando, inclusive, totalizações paralelas pelos meios de comunicação.
Não estou convencido, enfim, de que as coisas sejam como querem fazer crer alguns mais interessados em desacreditar eleição e eleitores. Haverá eleição e temos que fazer bom uso de nosso voto.
* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.
Isac - 11/06/2018 11:33:10
BOM QUE OS ELEITORES SAIBAM QUE HOUVE ELEIÇÕES. OS ELEITORES DE NADA VALEM, MAS OS QUE CONTAM OS VOTOS DECIDEM TUDO - Stálin. IMPRESSIONA-ME a quantidade de BANANEIROS nas redes, achando que o Brasil não irá para frente, não tem conserto, mas esquecem que a Europa e EUA etc. tiveram os seus, aos poucos tiram esquerdistas do poder e AQUI FOI NA MARRA, o povo na ruas e EXIGINDO dos deputados e senadores, despachando os comunistas do poder. Querem ver outros BANANEIROS PIORES? Merkel, socialista, na Alemanha, pró imigração descontrolada. Hollande e sua cria Macron na França Na Espanha, outro recente eleito dessa corja Obama por 2 mandatos, comunista e muçulmano A Italia, agora desempoleirou todos os vermelhos, contrariando o papa Francisco e querendo deportar 500 000 imigrantes ilegais e mais medidas anti globalistas. A Suecia, cheia de socialistas com eleições em outubro e certamente mudará e daí pra frente... NÓS, POR SERMOS MAIS ATRASADOS, NÃO FOMOS PIORES QUE ELES E TRUMP AJUDARÁ A DESMONTAR AS REPUBLIQUETAS VERMELHAS, JÁ AFIRMOU! O Gal Hamilton Mourão disse recentemente que os militares não suportarão a eleição de bandidos, doravante! Outra: só idiota acredita em pesquisas dos DATAFOIA E IBOPES DA VIDA, pessoas sem personalidade propria, folhas de bananeira ao vento, altamente manipulaveis! PRESTIGIEMOS A BANCADA MILITAR DO GENERAL HAMILTON MOURÃO para dar suporte ao Bolsonaro, além de FAZERMOS ASSEPSIA GERAL NAS CÂMARA E SENADO dos políticos profissionais enfiados na Lava Jato, de varias legislatura e evidentemente todos pertencentes a partidos comunistas, especialmente PT-PSDB e do MDB que eram da base do PT, votando em Bolsonaro, presidente! A vez passada Aecio teria ganho, porém a SMARTMATIC aliada das raposas "preferiu" Dilma nos últimos instantes com votos do "NORDESTE"! Apesar disso, dessa vez a apuração certamente não será fechada, aí sim, SERIA MAIS UM GOLPE garantido, mas os generais não aceitarão isso, sem dúvidas, dessa vez mais envolvidos nelas, de ENGOLIREM SAPO!GUSTAVO AUGUSTO DRUZIKI - 11/06/2018 10:39:10
Professor, sou analista de sistemas e trabalho com desenvolvimento de softwares há mais de 20 anos. As urnas eletrônicas não são confiáveis se não houver em paralelo um meio de auditoria por eleitor comum. No caso, o voto impresso. Apenas parte das urnas precisa ser auditada, ou seja, votos impressos contados e comparados com o resultado apresentado no boletim. Se esta parte auditada das urnas for escolhida pelo eleitor comum, podemos ter uma eleição honesta mesmo usando urnas eletrônicas. Do contrário, nosso voto é essencialmente manipulado. Em outros tempos, a manipulação era bem mais difícil, pois ocorreria apenas em pequenas escalas não sobre o todo da votação.Fábio Otero - 10/06/2018 21:46:32
Êêê, Brasiuiuiu...sempre se achando “de vanguarda” e sempre comendo poeira dos outros, rsrs...nem urna dos picaretas da Smartmatic , nem voto de papel! Já há tecnologias que tornam os pleitos mais transparentes / auditáveis. Leiam sobre as eleições com o uso do Blockchain: https://followmyvote.com/online-voting-technology/blockchain-technology/Natalino Oliveira - 10/06/2018 19:49:01
Caro Percival, Como sempre um alento para o intelecto, e para o bom senso. Um pinguim no deserto a trazer um frescor em meio a essa cacofonia delirante.Dalton Catunda Rocha. - 10/06/2018 18:27:50
Eleição com urnas eletrônicas, que não permitem a recontagem só em 2 países no mundo: Brasil e Venezuela. E para quem quer saber no que urnas eletrônicas e médicos cubanos fizeram à vizinha Venezuela, que veja estes sites: https://br.sputniknews.com/americas/2018041110962985-lula-kirchner-responsaveis-venezuela/ , http://www.dw.com/pt-br/onu-alerta-para-cat%C3%A1strofe-humanit%C3%A1ria-na-venezuela/a-42955850 , https://mises.org.br/Article.aspx?id=2687 , https://www.oantagonista.com/mundo/nunca-houve-na-america-latina-nada-altura-da-catastrofe-na-venezuela/ , https://istoe.com.br/venezuela-ameacada-por-mais-sancoes-e-agravamento-da-crise-apos-reeleicao-de-maduro/ , etc. Este palhaço e tiranete chamado Nicolau Maduro, que outrora tinha milhões de admiradores, usa o velho truque da absoluta demagogia e nacionalismo, para tentar esconder o quanto ele, Maduro é um decadente e um debilóide. Aos que ainda sejam, admiradores deste cabeça oca chamado Nicolau Maduro e, estejam preocupados com a vida deste imbecil, eu aviso logo uma coisa. Que todo ditador que tenha fortunas roubadas no exterior, sempre foge, sem nada chamável de luta. Eu que nasci em 1970, já vi as quedas de podre de vários ditadores que, tinham fortunas roubadas e depositadas no exterior. E para lá fugiram, sem nada chamável de luta. Vou citar os que eu me lembro, desde que estava no fim da minha infância: Idi Amin (Uganda - 1979), Xá do Irã(Irã -1979), Baby Doc (Haiti- 1986), Ferdinand Marcos (Filipinas - 1986), etc. Se Maduro vai fugir e depois, ir morrer no exílio como Idi Amin, Xá do Irã e Baby Doc ou vai fracassar na fuga e será eliminado, pela sua corrupção e roubalheira, como Nicolae Ceasescu (Romênia 1918 – 1989) e Muammar Gaddafi (Líbia 1942 – 2011) já o foram, só o tempo dirá. Prefiro a segunda alternativa, pois ela representará, uma verdadeira justiça. Em resumo: Maduro cairá de podre. Questão de meses.