Frequentes indagações têm sido dirigidas ao governo estadual gaúcho sobre a solução a ser dada ao problema das finanças. O cenário é de cobertor velho, surrado e, principalmente, curto. Para o verão ainda deu, mas a partir do outono e, principalmente, no inverno, a coisa vai ficar feia. Até dezembro faltarão cerca de R$ 5 bilhões para cobrir os pés.
Nos últimos dois ou três anos, ZH publicou, seguramente, mais de uma dúzia de artigos do economista Darcy Francisco Carvalho dos Santos advertindo para o abismo a que estavam sendo conduzidas as contas do Estado. As despesas de custeio cresciam mais rapidamente do que a receita, assumiam-se encargos para muito além do mandato então em curso e as perspectivas da economia negavam cobertura a qualquer otimismo quanto ao aumento da arrecadação. A preocupação levou aquele autor a escrever um livro - "O Rio Grande tem saída?" - lançado em tempo de ser lido e estudado durante a campanha eleitoral. Quem leu, leu. Quem não leu...
O que me interessa aqui, aliás, não é a pergunta, mas a contestação errada que davam às advertências. E ela é habitual, quando se fala sobre despesa pública com governantes estrelados. Trata-se de uma dessas frases cujo único efeito é seduzir a parcela do eleitorado que prefere acreditar numa mentira saborosa do que numa verdade amarga. Já a sabemos de cor: "Não nos submetemos à essa lógica neoliberal!". Há quem aplauda tais bobagens e, depois, pranteie o leite derramado. Carpideiras da própria vítima! O calor da bravata não faz aumentar o leite dentro da leiteira. Não faz, mesmo. O que denominam lógica neoliberal tem tanta ideologia quanto as quatro operações.
Dá pena saber que o esforço fiscal levado a efeito nos governos Rigotto e Yeda se perdeu em quatro anos. Saímos de um apertado mas efetivo equilíbrio entre receita e despesa para uma explosão do endividamento e para o buraco negro de 2015. Nada diferente do que vem acontecendo com o Brasil desde a metade do segundo mandato do presidente Lula. Aumentar o tamanho e o peso do Estado, ser incontinente com o gasto, tomar sempre um pouco mais da sociedade, fazer dívidas para pagar o custeio, são manifestações de prodigalidade que deveriam ser objeto de interdição legal.
****
A crise política tem gerado preciosidades à arte de sofismar, de tentar convencer sem ter razão. A técnica empregada nasceu na Grécia (sec. 5º a.C.) e se denomina erística. Aliás, erística é outra senhora idosa. Recentemente ela vem inspirando manifestações e textos que fariam a estátua de ouro de Górgias, seu expoente máximo, corar de vergonha.
ZERO HORA, 29 de março de 2015
Sérgio Alcântara, Canguçu - RS - 31/03/2015 12:57:29
Engajemo-nos às manifestações do próximo dia 12. Eis o evento que poderá marcar o ponto de partida a um verdadeiro e eficiente enfrentamento ao , há mais de 10 anos, implementado processo de instituição e institucionalização da mentira neste país.RICARDO MORIYA SOARES - 30/03/2015 13:18:12
Mestre Puggina, O velho e ainda atrativo método de declarar guerra à matemática continua mais vivo do que nunca na mente da esquerda mundial; e no caso específico dos países periféricos, há o agravante de analistas da dita grande mídia estarem participando da mentira. Vou dar um exemplo gritante: o comentarista Ricardo Amorin do Manhattan Connection, disse em 2010 que não tinha medo nenhum da eleição da Dona Dilma, para o desespero de seus colegas de programa, especialmente do Diogo Mainardi; no dia em questão, o renomado economista (Ricardo Amorin) citou o bom estado das contas públicas, a queda dos juros e o mercado externo, etc... Esse depoimento está gravado, ele não pode simplesmente 'apagar' o que disse em 2010. Já se sabia que desde 2008 o tripé macroeconômico não mais vigorava, e que era uma mera questão de tempo até o crescimento chinês desacelerar, e com isso interromper o fluxo de capital barato para países como o Brasil; fica então a indagação: foi negligência-imperícia profissional ou estava tudo combinado? Posso estar sendo chato, fico insistindo na mesma tecla inúmeras vezes, mas creio que é importante lembrar: a nossa imprensa é diretamente responsável pela manutenção do PT (e da máquina comunista) no executivo - e não apenas uma parte dela, mas ela como um todo! Mesmo hoje, ainda continuam a apoiar descaradamente, e chega a ser inacreditável, pois num mero intervalo comercial de uma emissora qualquer vemos anúncios seguidos da Petrobras, da Caixa, do Banco do Brasil, dos Correios e de outros programas do Governo Federal.Ernesto Barros - 29/03/2015 22:48:33
Ei, você, cidadão mediano, não esta cansado de aturar intelectuais de esquerda tentando enfiar na sua cabeça que este socialismo requentado vai acabar com a injustiça social no mundo ? Pergunta longa, resposta curta: não perco tempo com vigaristas!Genaro Faria - 29/03/2015 14:49:08
A primeira lição que todo político metido a dirigente estatal deveria aprender é esta: Dinheiro não aceita desaforo. Não é de nenhuma moeda ou cédula a natureza lúdica, ser palhaço. Economia não é circo nem parque de diversão. Nem aqui nem na China. Alguém já viu a efígie de um saltimbanco impressa em papel moeda ou no metal sonante? Mas a escola do petismo ignora essa realidade. Prefere ensinar que o Estado é um mecenas. Ou Robin Hood que toma dos ricos para dar aos companheiros e, se sobrar algum trocado, distribuir com os pobres. Que precisam ser pobres e multiplicar suas proles, a fim de garantir a freguesia dos currais eleitorais. É claro que o resultado dessa "filosofia da miséria" é sempre o mesmo. E nem poderia ser outro. O inevitável caminho que leva à escravidão, à desonra, à escalada da violência social e ao descrédito da política. Numa palavra, à anomia. Recuperar a credibilidade de nossas instituições de Estado e dos homens públicos é a primeira providência que precisamos tomar. Urgentemente.Data Venia - 29/03/2015 14:32:38
Pátria Grande é uma “franquia de ditadura bolivariana” que o Foro de São Paulo formatou, a pedido do franqueador (Cuba), e está sendo implantada por toda a América Latina. Existem muitas similaridades no modus operandi dos partidos que estão no poder na Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador. No Brasil, o PT também segue à risca o manual da franquia. Mas, graças à imprensa independente e ao Povo Brasileiro, este negócio do mesmo partido no poder para sempre não vai dar certo. A Pátria Grande vai à falência na Pátria Amada!