Percival Puggina
Frequentemente, durante palestras, proponho à plateia esta tarefa pedagógica: “Anote numa folha de papel os bens não materiais de seu apreço que a extrema esquerda brasileira esteja empenhada em preservar”.
Estimuladas a responder, as pessoas assumem, primeiro, uma atitude de reflexão, depois, se entreolham e, por fim, extraem de suas impressoras mentais uma folha de papel em branco. Ou seja: a extrema esquerda que manda no país precisa destruir e age para acabar com todos esses bens! Eles incluem temas como:
- a eminente dignidade da pessoa humana e os direitos que lhe correspondem, inclusive o direito à vida desde a concepção;
- o valor da instituição familiar, o zelo pelas crianças e sua inocência;
- a liberdade de opinião, sem censura;
- o direito à propriedade privada e livre iniciativa;
- o amor à pátria e a reverência a seus símbolos;
- as salas de aula como espaços para proporcionar e desenvolver conhecimentos, habilidades e competências para a vida produtiva em sociedade;
- o Estado a serviço da sociedade e não o contrário;
- a imparcialidade de quem exerça a justiça;
- a contagem pública dos votos.
Contra isso e tudo mais que lhes ocorra operam os militantes da guerra contra o Ocidente.
Meu primeiro contato com esse esquerdismo hegemônico fora do ambiente acadêmico, ocorreu ainda jovem, como leigo católico, ao defrontar-me com essa coisa herege, biscoito comunista molhado em água benta, que atende pelo nome de Teologia da Libertação. Ela rachou a Igreja como o comunismo faz com tudo que toca.
O leitor destas linhas talvez repita o refrão dos distraídos dizendo que “o comunismo acabou em 1989” ... A esses, pergunto:
- não viram para que lado os donos do poder “empurram a história” dando trambolhões no bom Direito?
- não ouviram Lula dizer ao Foro de São Paulo, logo após a posse, que ser comunista é motivo de orgulho?
- não o ouviram dizer que nomeou um comunista para o STF com o mesmo orgulho?
- não veem o que fazem com a Educação no Brasil e ao que ela serve?
- não os veem valer-se da agenda indigenista para acabar com o direito de propriedade porque somos todos invasores?
- não perceberam ainda a quem serve a agenda ambientalista?
- nem a quem serve a campanha desarmamentista?
- nem a quem serve a política de desencarceramento que solta bandidos reais e prende adversários políticos?
- nem a quem servem, aliás, os julgamentos em massa, as prisões políticas, a censura e a mão pesada do Estado precavendo-se contra a sociedade?
- não percebem que sob seu poder o Brasil parece um membro tardio do Pacto de Varsóvia, abraçando-se aos inimigos do Ocidente – Rússia, China, Irã, Venezuela, Cuba, entre outros?
É por tais e tantas razões que o “centro” do gradiente político (Centrão, na vida brasileira) é inútil para corrigir de modo consciente, lícito e democrático a alarmante realidade nacional. A política do Centrão, desde os anos 90, monetiza mandatos e votos. Só a direita, conservadora e liberal, tem olhos de ver e sólidas razões para confrontar essa realidade.
Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
Marli - 18/12/2024 09:58:19
Curto sempre seus posts #Tamujunto3n3cfMenelau Santos - 17/12/2024 06:36:51
Prezado Professor, PARABENS pelo seu aniversário, parabéns pela sua companhia intelectual, pelos seus artigos que se tornam bálsamos no nossa luta diária contra a ignorância e a favor da verdade. Grande abraço!EZIQUEL DE ALMEIDA SANTOS - 16/12/2024 18:50:58
Foi lendo em 2011 o brilhante artigo "Carta a um jovem fã de Che Guevara" que caíram escamas dos meus olhos sobre a esquerda. Obrigado, bravo Puggina!Odilon Rocha - 16/12/2024 11:12:37
Excelente artigo, como sempre, prezado Professor Puggina. Só para corroborar o que está no texto. Minha neta fez o ENEM. Perguntei a ela como foi. Ela tranquila e convictamente respondeu que teve de "militar", senão, não conseguiria responder o que eles queriam como resposta certa. Que maravilha, não?Decio Antonio Damin - 16/12/2024 09:07:16
MÁ FÉ? O papel aceita tudo...! O feminismo exacerbado leva, às vezes, a mulher a assumir atitudes intempestivas e a expor ideias que agridem o bom senso, e até, o direito de terceiros! É o que ocorre em relação ao aborto, em que elas pretendem ser as donas exclusivas da nova vida que albergam em seu ventre. Querem que o aborto volitivo seja admitido...! Anencefalia, perigo de vida da gestante, são motivos óbvios para a aceitação, mas, como controle populacional, ou atendimento a desejos (volitivos) por motivos os mais diversos, não podem, eticamente, ser aceitos...! Há um terceiro interessado nessa decisão unilateral, “o concepto”..., que não tem voz...!!! PS: foi publicado em ZH como resposta a artigo feminista de Martha MedeirosBernardete Moraes - 16/12/2024 08:42:56
Bom dia, Professor É um desalento só. Eles tomam o poder, mentem, enganaram e fazem o povo sofrer. O mesmo povo que elege esses políticos espertalhões. Como pode, depois de tudo o que fez, dos inquéritos que respondeu e das condenações que levou? Em 2022, logo após a eleição, tudo o que queria era que as Armadas exigissem o código fonte, mas não aconteceu. Solicitaram, assim "confiantes", e não foram atendidas. Perdemos o último refúgio, ou proteção, contra o Pacto de Varsóvia revisitado com a inclusão do Brasil. A dúvida é se verei o retorno ou se isso caberá aos filhos. Ou pior, aos netosJorge Scheidegger - 16/12/2024 08:39:31
Caro Puggina, faça tudo que puder para ampliar sua audiência. Nunca tantos dependeram tão fortemente de tão poucas vozes esclarecidas quanto agora, parafraseando Sir Winston Churchill em discurso aos bretões na WWII.DAGOBERTO LIMA GODOY - 16/12/2024 08:39:02
BRAVO!Ivaldo de Holanda Cunha - 16/12/2024 08:33:09
O Puggina brilha muito em meio a jornalistas/ colunistas, que mais parecem com militantes.