É impossível negar o que todos constataram. No último dia 28 ocorreu no Brasil uma rebelião de sindicalistas que, mediante um sem número de ações criminosas, impediram o ir e vir dos cidadãos. Convém, a propósito, ler o disposto no Código Penal sobre crime de constrangimento ilegal:
Art. 146 - "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, (...) a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa". A pena se agrava quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas.
Ora, em muitos casos havia mais pneus queimando do que delinquentes praticando o crime de constrangimento ilegal. Mas, visivelmente, sempre eram mais de três a pôr fogo na pista, com a finalidade de impedir a população de fazer o que a lei permite. A necessidade de ostentar como adesão à greve aquilo que foi o seu inverso, ou seja, a paralisia forçada de um sem número de atividades, incluiu a reiterada prática de uma outra conduta criminosa capitulada no Código Penal:
Art. 163 - "Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pena - Detenção de um a seis meses ou multa". Uma das hipóteses de agravamento da pena se refere, especificamente, ao dano causado em patrimônio público.
Convocaram a greve geral com voz de gente grande, como expressão de uma eminente tarefa, mas se comportaram qual marmanjos incivilizados. Como pretende essa esquerda voltar ao poder se nem uma greve assim é capaz de realizar? O evento foi do esmero do planejamento à selvageria da execução. A data, escolhida a dedo na folhinha: sexta-feira, véspera de feriadão. O Brasil já estaria em slow motion natural, com milhões de brasileiros na malemolência da beira da praia, sob o sol dos trópicos. Passo seguinte, cometeram duas nítidas incongruências: 1ª) terceirizaram, a soldo (a CUT terceirizando!), contratando ações de fechamento de rodovias, avenidas, pontes, ferrovias; e 2ª) buscaram, à base de "miguelitos" e queima de ônibus, o objetivo principal do desastrado empreendimento - a paralisia forçada do transporte de passageiros. Tudo em nome da liberdade de manifestação. Tudo em nome do butim de R$ 2,1 bilhões referentes à contribuição sindical compulsória.
"E o povo?", perguntará o leitor destas linhas. O povo não conseguiu chegar aos hospitais ou comparecer a consultas médicas. O povo ficou parado nos congestionamentos forçados, impedido de cumprir tarefas e honrar compromissos. O povo indignou-se com o constrangimento a que estava submetido. O povo sabia que seus detratores, nutridos com os direitos que lhe tomavam, arrotavam sucesso nos megafones.
De toda aquela atrapalhação não se aproveitou um discurso, não surgiu uma ideia útil para as reformas, nada aconteceu que conferisse substância e força aos que as antagonizavam. O fracasso da greve geral se mede pelos milhares de vezes, Brasil afora, que o Código Penal foi violado para que a rebelião dos sindicalistas se tornasse visível.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Genaro Faria - 05/05/2017 10:28:19
A propaganda veiculada pelo seita holding da ORCRIM - o PT - teve sua apoteose delirante na fala do seu líder - o "intelectual orgânico" (Gramsci) Lula da Silva. Mal saiu tornozelado o "herói do povo brasileiro", o segundo na hierarquia do organização - Palocci - dispensou os seus consiglieri de preparar uma delação premiada e entrou na fila de saída do expediente para também ganhar seu troféu no tornozelo. Não passou de um blefe articulado. Os capi da ORDRIM sabem que a denúncia de colegas é punível com justiçamento extensivo à família- remember dom Tomaso Buschetta. O capo di tutti i capi já confia na justiça, pois vai percorrer as suas instâncis de 1º e 2º graus em liberdade com a garantia de que, se um juiz "abusar da autoridade" e executar a sentença condenatória antes do trânsito em julgado, o STF está lá para garantir sua liberdade mediante um HC. E até lá, mesmo com o vento soprando a favor, ele já terá aportado na terra onde cada cidadão comum realiza o feito de ter seu nome inscrito numa lápide de granito pela eternidade.Genaro Faria - 02/05/2017 15:51:13
Esses sindicalistas falam em trabalhadores como pretexto para o único objetivo que perseguem: a tomada e manutenção dopoder por tempo indeterminado, isto é, eternamente. Essa falsa greve é emblemática da atuação da CUT a serviço do seu verdadeiro, mas inconfessável, beneficiário: o PT. É sempre o PT, e não sua central sindical, que inspira, dá o tema e escolhe o momento das greves. A CUT, seu braço sindical, só executa o comando partidário. Isso não é, de modo algum, um legítimo e democrático exercício dos direitos trabalhistas. É apenas, tão somente, uma ação comunista.Odilon Rocha - 02/05/2017 00:25:49
Caro Professor A esquerda, aqui e no mundo, vem, paulatinamente, se autodestruindo pelas cartilhas fedorentas de bolor e péssimas atitudes apresentadas. Que momento! Eu gostei da greve, como ela se apresentou, mas por um outro motivo. Creio que o senhor entendeu. Mas, quem esbravejou, detestou e execrou o que viu, nada mais fez do que manifestar o seu desprezo por uma ideologia vagabunda e enganadora. E isso é bom.Dalton C. Rocha - 01/05/2017 22:38:02
Caso não se extinga o nefasto câncer getuliano e mussolinista chamado de "Imposto sindical", estes baderneiros terão mais uma vez, vencido nas suas imbecis patifarias. "Porém o suprassumo da cretinice é contestar a fidelidade de Lula ao comunismo mediante a alegação de que é um larápio, um corrupto. Qual grande líder comunista não o foi? Qual não viver como um nababo enquanto seu povo comia ratos? Qual partido comunista subiu ao poder sem propinas, sem desvio de dinheiro público, sem negócios escusos, sem roubo e chantagem?" > http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/el_mayorIvoHM - 01/05/2017 17:46:05
Atos de terrorismo com emprego de táticas de guerrilha urbana. Se o jornalismo, por imposições legais, não pode dar nome aos bois, deixa que eu dou.joao jose fogolin - 01/05/2017 14:37:02
escrevi hoje no meu face Blog do Fogolin As grandes revoluções que ocorreram no mundo tiveram como estopim as mesmas mazelas que esta acontecendo hoje no Brasil. À insatisfação com a classe dominante, miséria, desemprego, só para citar algumas. Somente duas situações não estavam presentes: a minguada cesta básica e a terrível desunião do povo. A classe politica conseguiu disseminar o ódio entre o povão e sair ilesa. Continuando os abusos de toda ordem. Os três poderes absolutamente corrompidos. Conta-se no dedo as exceções. Como diria meu querido pai, é tudo farinha do mesmo saco. Precisamos sim de mais abraços de ver o outro como irmão. Não é poesia, se não houver união entre todos infelizmente continuaremos neste caos. Confirmando mais uma do meu pai “Tudo mundo briga e ninguém tem razão”. Já que não há uma bandeira que nos uma, vamos eleger a do desemprego. Somos 15 milhões de desempregados hoje. Se acrescentarmos a família seremos algo em torno 60 milhões de brasileiros, que juntos faremos um grande estrago. Ou melhor, arrumamos a casa.Valério Ferraz - 01/05/2017 11:26:33
Puggina sempre espetacular!