• Percival Puggina
  • 24/12/2011
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A PROPÓSITO, É NATAL

A PROPÓSITO, É NATAL Percival Puggina A noite de Natal é a mais diferente das noites. Silenciam as fábricas, quedam-se as ruas, ficam no solo as aeronaves. Até a mais insana das tarefas humanas, a tarefa de fazer a guerra, ganha na noite de Natal o silêncio das trincheiras. Numa noite assim, quando os mais nobres sentimentos varrem o pó do cotidiano e rompem a carapaça com que paradoxalmente sufocamos o bem para nos proteger do mal, inspiram-se os escritores para iluminar a literatura com páginas comoventes. São as histórias de Natal. Em cada uma delas se encontram fragmentos desse insondável mistério que é o homem, habitual espantalho de si mesmo, que cresce quando se ajoelha e se humaniza quando chora. Entretanto, leitor amigo, por mais histórias de Natal que você tenha lido, em nenhuma delas nem em todas elas existe a força do episódio ocorrido nas cercanias de Belém, a cidade de Davi, numa noite fria da Palestina. Nasceu o Menino, o Senhor da História, o Rei dos Reis. Envolto em panos estava; deitado numa manjedoura estava. Penso, às vezes, sobre como escreveríamos nós se nos coubesse conceber o roteiro daqueles fatos. Certamente não escolheríamos aquele local, nunca aquele povo e aquela época, jamais personagens assim. A humanidade já produziu ambientes melhores bem como circunstâncias e elenco mais promissores. E é exatamente por isso que não havia lugar na estalagem. Essa história de Natal, a própria história do Natal, tecida com os fios sutis com que o divino autor urdiu sua rede de amor à humanidade, vence os séculos, se torna eterna e se impõe ao coração dos homens. É tempo de repetir: ?Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade?.