• Percival Puggina
  • 07/08/2017
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A NECESSÁRIA DESCONSTRUÇÃO DE PAULO FREIRE

 

  "Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes". Paulo Freire

 A frase em epígrafe, repetida da mais singela salinha de professores ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), é um primor de incorreção pois nega existência à própria ignorância, transformada em cada vez mais comum forma de saber. No entanto, esta frase e tantas outras platitudes de Paulo Freire são a isca que atrai para seu objetivo central: a militância revolucionária através da educação. E aí se instalam minhas mais profundas divergências em relação ao produto do autor de "A pedagogia do oprimido".

Quem lê Paulo Freire rapidamente chega a uma conclusão: sob o ponto de vista literário, o patrono da educação brasileira é medíocre; sua escrita não tem originalidade; a forma é descuidada; o vocabulário é reduzido e, não raro, incorreto ou inadequado. Se o revolucionário quer fazer revolução, calce as botas de campanha e arme-se até os dentes, se esse é o objetivo, ou, se preferir a via institucional, limpe a garganta, agarre-se ao megafone, suba no palanque ou produza seus panfletos. Se o professor quer ensinar, pegue seu material didático e vá ministrar os conteúdos que domina. Mas não venha o pedagogo plantar revolução nas mentes infantis e juvenis. Isso pode ser objeto de lauréis distribuídos em quitandas acadêmicas ou nos mais altos níveis do mundo intelectual, pode granjear elevadíssimo reconhecimento entre camaradas, mas não é um bom serviço prestado às sucessivas gerações sobre as quais se exerce sua influência.

A ideia da pedagogia fazendo revolução e da revolução fazendo pedagogia foi amplamente transformada em experiência histórica. A ela foram submetidos centenas de milhões de jovens, em sucessivas gerações, na Ásia, no Leste Europeu e na África, durante boa parte do século passado. O produto foi, sempre, um enorme sacrifício da liberdade, da criatividade, da espiritualidade. Sacrifício, por vezes, cruento, daquilo que há de mais humano no ser humano, portanto.


Nota do autor: O texto acima é um pequeno extrato do capítulo que escrevi para o livro "Desconstruindo Paulo Freire", obra coletiva, coordenada pelo prof. Thomas Giulliano, composta por seis ensaios sobre o legado do patrono da educação brasileira (!), visto desde diferentes ângulos.

Enfrenta-se, no livro, a tutela que Paulo Freire, em pleno século XXI, continua exercendo sobre os cursos de formação de educadores, a despeito dos desastrosos resultados colhidos nas avaliações dos alunos e das eloquentes lições da história. A estes professores, principalmente, se dedica a obra.

 

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.


 


LUIZ FERNANDO MORAN FILHO -   25/08/2017 12:29:43

O imensurável estrago que as idéias deste vigarista provocaram já condenou a nossa sociedade a um longo período de trevas e de ignorância sistematizada. O mal que este marxista gramsciano provocou, é, talvez, o mais impactante de toda nossa história. Levaremos décadas para limpar todo esse lamaçal.

Nelson Soares de Oliveira -   12/08/2017 15:05:32

Se a "palavra de ordem" , ,por si só , infantiluzaliza, a influência ideológica esmaga o livre arbítrio inerente aos humanos e suprime o poder de opção que deve ser estimulado ao longo de toda a vida. Parabéns mestre Puggina. Tua reflexão identifica o núcleo do mal. Saudações a todos que pensam.

Eduardo Mendonça de Lima -   10/08/2017 17:08:20

Parabéns Professor Puggina. Seus artigos são esclarecedores. Uma luz nesse mar de imbecilidade esquerdista, com o qual vimos nos defrontando diariamente.

EMÍLIO GUTIERREZ SOBRINHO -   10/08/2017 16:27:30

Prezado Percival Puggina, somente incautos acreditam em balelas relativistas como a registrada na frase freireana. Ora, é bem verdade que a existência humana é dinâmica, mas isso não quer dizer tudo é relativo, até porque isso é um erro performático. Certas coisas e certos valores são absolutos, porque funcionam como balizas morais. O errado nunca estará certo, pouco importando o quanto de retórica se empregue para dizer o contrário. O grande problema é que estamos a viver momentos de cegueira moral e os indivíduos estão, a todo custo, querendo universalizar sua visão pessoal e particular das coisas da vida. Claramente isso é fomentado por correntes revolucionárias, que querem destruir a sociedade para reconstruí-la segundo suas crenças.

Nelson Valente -   10/08/2017 01:49:18

Prezado Confrade Percival Puggina, li e reli - excelente artigo! A pedagogia brasileira é uma espécie de colagem de modelos importados, que resulta em um quadro sem sequência bem definida. Não existe uma pedagogia “pura”, ou seja, sem influência de outras pedagogias ou do contexto social em que se desenvolve. Última moda é o construtivismo, que nem é método pedagógico, mas sim um conjunto de teorias psicológicas sobre as estratégias utilizadas pelo ser humano para construir o seu conhecimento. As escolas brasileiras têm um punhado de papéis reunidos sob o nome de “proposta político-pedagógica”- (PPP), seja lá o que isso queira dizer: começa com uma frase do Paulo Freire e termina citando Rubem Alves. Interessante: "Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes". Paulo Freire. A certeza, sempre provisória, sempre em movimento, é coletiva. Todo conhecimento é interpretativo, condicionado pelo que existia antes e revelado em momento posterior, ou seja, dependente do tempo. Um indivíduo não tem como alcançar certeza absoluta, já que depende de outras mentes para estar em rede semiótica. Prezado Confrade Percival, Em famoso pensamento de Peirce, temos o entendimento de que o pensamento não está em nós, nós é que estamos em pensamento. Não reagimos mecanicamente às situações, de forma sempre igual. Estamos sempre em movimento, criando novos signos, aprendendo. O importantíssimo é ter em mente: há comunicação, há aprendizado. Se há ação do signo, mentes elaborando conteúdos, há aprendizado, há diálogo. Abraços, Nelson Valente

Susana -   09/08/2017 00:41:00

Li sobre Construtivismo na internet e confesso que não entendi nada. Muita subjetividade para a minha limitada capacidade de compreensão. O que posso dizer a respeito é que o meu filho estava no primeiro ano da escola quando esse sistema de educação foi implementado e posso afirmar que foi um verdadeiro caos. Ao invés de aprender as letras para depois aprender as palavras, eram dadas palavras para os alfabetizandos "pinçarem" as letras e... Eureka! "aprendi o a b c"! Ele não aprendia nada e as semanas iam passando, em casa eu, em uma tentativa um tanto quanto desesperada, comecei a ensiná-lo como eu aprendi: a, b , c...; b com a = ba e assim por diante. Ele acabou alfabetizado, não sei se por insistência minha ou da professora. Mas ao invés de ser uma experiência enriquecedora para ele, foi traumático e essa apresentação que ele teve ao mundo escolar deixou danos que somente muito tempo depois conseguiu superar. Acho que ele nem lembra mais, mas eu não esqueço.

Donizete Duarte -   08/08/2017 20:18:21

Temos um problema. Deixamos por tanto tempo essa erva daninha dominar nossas mentes que como sociedade perdemos as referências de outrora. Basta avaliar nossos políticos, em particular nossos legisladores, as lideranças empresariais, e os trabalhadores (mesmo os supostamente qualificados). Como os professores não vieram do além e sim dos mesmos bancos escolares, podemos generalizar e dizer que todos nós padecemos de profunda ignorância, a qual não percebemos, e assistimos em contrapartida a destruição da economia, a incapacidade de inovar em quaisquer ambientes, a espera de uma mão forte que nos salve. Como fazemos para estancar esse mal?

Dalton C. Rocha -   07/08/2017 15:00:32

Até os gringos já perceberam, em quanto é nociva, a obra de Paulo Freire ( 1921 — 1997). O judeu e gringo Sol Stern, no site https://www.city-journal.org/html/pedagogy-oppressor-13168.html escreveu um interessante artigo, sobre o habitante do Inferno, chamado de Paulo Freire. Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coréia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A