• Percival Puggina
  • 14/10/2016
  • Compartilhe:

A LAVA JATO E A CRIMINALIZAÇÃO DA CORRUPÇÃO

 

 O leitor destas linhas deve saber que foi instalada em nossos hábitos e costumes uma distinção entre o crime contra o patrimônio praticado por um e o mesmo crime praticado por muitos. O "coletivo" da segunda situação permite atribuir-lhe a característica de movimento social, ideologicamente credor de benevolência e reverência. As razões pelas quais as coisas se passam assim no Brasil permanecem envoltas pelos mistérios inerentes à alquimia marxista. Tremem as luzes do intelecto, borbulham as retortas cerebrais, fumegam os neurônios e pronto: afirmar que qualquer dos ditos movimentos sociais violou dispositivo do Código Penal torna-se pura e simples criminalização do movimento e isso não é coisa que se faça.

 O MST já conta 32 anos empenhado em crescente pluralidade de causas, entre as quais a que menos importa é a reforma agrária. Até o PT, com o tempo, descobriu que desapropriar terra para assentar o pessoal indicado pelo MST é jogar dinheiro fora. Sob o ponto de vista político, resulta mais eficiente e mais barato dar dinheiro para o movimento e bolsa família para seus militantes. Tanto isso é verdade que após 13 anos e quatro governos federais petistas, Michel Temer esquentava sua cadeira há apenas uma semana quando o MST lhe apareceu com extensa pauta de reivindicações. Sem nenhum constrangimento.

Denunciar a "criminalização" dos movimentos sociais é ato de extrema astúcia, cujo objetivo consiste em criminalizar a denúncia do ato criminoso. Hoje, são condutas e expressões inseparáveis. Basta que alguém denuncie ou reaja a um crime contra a propriedade privada ou pública praticado por muitos para que, imediatamente, passe a ser acusado de estar criminalizando movimento social. Esta acusação pretende conseguir (e pela insistência e repetição consegue) que o denunciante seja percebido como réu ele mesmo. Invertem-se as culpas e responsabilidades. Graças a isso, o MST e os exércitos rurais do senhor Stédile sempre agem impunemente. Graças a isso, as milícias urbanas do MTST e do senhor Boulos obtêm a mesma proteção. Graças a isso, os truculentos máscaras-negras do senhor Freixo, conhecidos pela alcunha de Black Blocs, podem queimar lixeiras e espatifar vidraças sem serem tolhidos. Graças a isso, também, os adolescentes intelectualmente abusados por professores militantes podem invadir escolas e prédios públicos sem serem perturbados pelas instituições da República. E por aí vai a semeadura cultural da impunidade.

Se o leitor destas linhas observar a reação desses mesmos grupos, bem como a dos partidos e lideranças políticas que os sustentam, perceberá que a mesma estratégia está sendo aplicada em relação à força-tarefa da Lava Jato e, especialmente, ao juiz Sérgio Moro. Atacam os delegados, os procuradores e o juiz por estarem "criminalizando" condutas criminosas. O petrolão não foi um movimento social. Foi mais um movimento societário. Mas a Lava Jato está criminalizando a corrupção e isso deixa muita gente indignada.

________________________________
* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 



 


Aliene Santos -   24/10/2016 16:14:44

Esse cretino do Stédile é um criminoso, deveria está preso e apodrecer na cadeia, juntamente com toda militância dele. Ele comanda uma quadrilha de militantes que invadem propriedades alheias, além de destruir pesquisas que levaram anos de estudos. Esses canalhas petistas acham que podem intimidar o povo brasileiro... apoiaremos o Sérgio Moro sempre... pois é o único Juiz que de fato está fazendo justiça. E é o único que faz com que tenhamos mais esperança e credibilidade na justiça brasileira... pois o nosso judiciário dá nojo, cheio de ministros defendendo criminosos.

Carlos Edison Fernandes Domingues -   17/10/2016 01:50:08

PUGGINA ! Este assunto, escrito por tí, estimula a nossa responsabilidade e nos mantém atentos. Carlos Edison Domingues

Gustavo Pereira dos Santos -   17/10/2016 01:10:24

Vou além. O voto decisivo do esquerdopata Celso de Melo (6x5) na inexistência de crime de quadrilha no Mensalão criou uma jurisprudência malévola no STF. Depois daquilo, fatiar um artigo da Constituição foi barbada. E criminalizar condenações de crimes coletivos é um doce de coco.

Joma Bastos -   16/10/2016 21:39:53

O MST já conta 32 anos empenhado em destruir o país, mas o país irá destruir o MST.

Artus James Lampert Dressler -   16/10/2016 20:12:35

Graças a GERAÇÃO JUIZ SERGIO MORO que faxina esse país, mostrando que legislação existe para tanto, o futuro da nação terá um alento pois a juventude de hoje parametriza nele seus “LIVRE-ARBÍTRIOS” para os aplicarem quando se fizerem comandantes da pátria.

Reni Rui Tres -   16/10/2016 13:51:27

Parabéns pelo artigo em ZH"quinta coluna" como sempre, no cerne da questão.

Silas Velozo -   15/10/2016 23:45:59

E assim vamos desconstruindo a civilização que tanto nos custou edificar... Bravo mais uma vez, Puggina!

Áureo Ramos de Souza -   15/10/2016 23:44:54

É bom vindo de uma pessoa honesta nas palavras e através destas nos dá entendimento de coisas que as vezes nos deixa dúvida. Eu agradeço e deixo meu amplexo ao querido professor. Felicidade é pouco para lhes desejar e o que tenho é agradecer e continuar a ler.

DIRCE MARIA HENSEL -   15/10/2016 17:57:10

... Concordo com o texto , mestre e o meu sentimento é da mais pura indignaçao...!!! parabéns, professor pelo seu dia...!!! Ao mestre, com carinho...!!!

Odilon Rocha -   15/10/2016 17:48:20

A materialização do que o senhor disse, caro Professor. Um acinte!, criminoso no meu entender. https://cdn.oantagonista.net/uploads%2F1476482085641-image.jpeg Abraço

Genaro Faria -   15/10/2016 15:04:49

Deve ser, meu caro professor Puggina, a "releitura histórica" dos chamados progressistas, na qual as tribos de índios são a civilização e os colonos cristãos formam a hordas bárbaras europeias invasoras do Novo Mundo. Segundo essa visão "humanista", esses luminares, para se vingarem da conquista dos bárbaros cristãos ocidentais, pespegam uma estrela vermelha na lapela dos bandidos, seus heróis, na luta sem tréguas do crime contra a lei, os xerifes e juízes. Governos do PT e assemelhados institucionalizaram o crime com a sua organização entronizada no poder central mas, antes, claro, fizeram a cama com a infiltração militante na mídia, nas escolas e no mundo cultural, já então dominados pela perversão marxista.

ANDRÉ ABRAMCZUK -   15/10/2016 14:18:02

Caro Percival, essa tática de transformar o acusador em culpado e o acusado (geralmente uma turbamulta anônima e acéfala) em vítima é a nossa desgraça e entrave quando pretendemos acabar com a corrupção na esfera do bem público. É a agressividade vitimista em ação. Como professor diga a um jovem afrodescendente que ele deveria se esforçar mais nos estudos e certamente você vai ser acusado de racismo. Aconteceu comigo.