• Percival Puggina
  • 04/11/2019
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A GRANDE CONSPIRAÇÃO CONTRA O BRASIL

A maior dificuldade enfrentada nestes dias pelo governo federal é criada pelo gigantesco mecanismo que os movimentos revolucionários acionam a um estalar de dedos no plano nacional e internacional. É impressionante a fidelidade e a dedicação à causa. Há muito que aprender observando sua atuação, na qual o mais relevante é a reciprocidade dos apoios.

 Não houve coisa sequer parecida na história dos povos fora do espaço religioso e das sociedades secretas. Nos dois últimos séculos, porém, os movimentos revolucionários trouxeram para o terreno da política uma energia capaz de lhes dar longa vida e efetividade. A rápida circulação de informações que caracteriza as últimas décadas, assim como acabou com a hegemonia da mídia formal e com o privilegiado poder dos formadores de opinião, serviu também, esplendidamente, ao papel pró-hegemônico da articulação esquerdista, exercida mundialmente, sem contraponto.

Durante a campanha eleitoral brasileira de 2018, a imprensa internacional, acompanhando a nacional, procurou desconhecer as possibilidades eleitorais do candidato vitorioso. Entretanto, no dia seguinte à eleição de Bolsonaro, a mesma mídia externa expressava sua repulsa ao sucesso de um candidato “machista, homofóbico, misógino, antidemocrático e de extrema-direita”. Onde foi que aprenderam isso?

É perigosa e alarmante a ausência de algo capaz de articular enfrentamento com orientação liberal e/ou conservadora. Nada, nem aqui, nem mundo afora. Só o governo brasileiro fala a favor de si mesmo e de seus programas. E só fala em português, nas redes sociais. Zero articulação internacional.

Em contrapartida, é imenso o volume de poder político e financeiro que se vai concentrando em mãos de grupos revolucionários, anticapitalistas, alinhados em formas de “democracia popular” (de novo, como no Leste Europeu!) ao molde adotado pelos governos de Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, com os quais o PT confraterniza e volta a se congregar no Grupo de Puebla. Alguém poderá se indagar sobre a necessidade desse novo grupo, dado que já existe o Foro de São Paulo. No entanto, mais um grupo é um grupo a mais, na linha do que aqui exponho.

Há uma miríade de fundações e organismos internacionais despejando dinheiro em pautas “progressistas” empenhadas em lutar contra o progresso e apoiando medidas antiocidentais ou anticivilizatórias. Em todo o mundo, organizações de direitos humanos, rescendendo a perfume barato de falso humanismo (oportunista, abortista, materialista e anticristão), fazem trabalho semelhante pelas mesmas causas. No seu horizonte estão o desejado poder político e a engenharia social.

Se pudermos deixar de lado a armação nacional e internacional a que o novo presidente está exposto, o que presenciamos nestes dias evidencia que o vencedor do pleito presidencial de 2018 está muito bem assessorado para conduzir uma gestão com resultados positivos. Embora os agentes da corrupção lutem por sobrevivência e restauração do status quo anterior, embora a Lava Jato tenha tantos inimigos no Congresso e no STF, as lâmpadas vermelhas acesas nos painéis dos economistas começam a apagar e as verdes a tremeluzir.

Bolsonaro, a despeito das características de sua personalidade, pavio curto e freio desregulado, faz um bom governo porque não delegou tarefas a picaretas. Seus ministros não são operadores de sistemas criminosos. Bem ao contrário, enfrentam uma luta de vida ou morte contra os criminosos remanescentes nos poderes de Estado. Tenhamos em conta, sempre, que política não é um jogo que se assiste, mas um jogo que se joga.
 

 

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
 


LUIS AGUIRRE -   09/11/2019 14:08:50

Fico trista em escutar tanta sabedoria, tantas verdades, e nao ver surtir efeito nesta maioria que nos assola.... que nos rouba a honra e direitos basicos. Minha pergunta fica sendo... " o que move esta corja"????

ODILON ROCHA -   07/11/2019 12:26:27

Caro Professor Existe barreira de coral na Austrália, lindíssima, que pode ser vista até do espaço. Só astronautas têm o privilégio de assistir ao vivo tamanha beleza. Aqui também temos uma barreira, a que faz CORAR, como o senhor já expôs muito bem, cujas bactérias e ácaros dos carpetes imundos, que adornam a maior Corte do país e os da Casa das Leis, têm o "privilégio" de assistir horrores todos os dias. Pobres animais! Cada país com as suas barreiras!

Sérgio -   05/11/2019 12:41:43

Parabéns, Puggina. Brilhante como sempre.

Luiz R. Vilela -   05/11/2019 11:22:10

Ser ou não ser, eis a questão. Como ser um democrata, mas não aceitar o resultado de uma eleição? Democracia é só quando eu saio vitorioso? Quando vence o adversário, é ditadura? Parece ser este o entendimento de toda a esquerda, a nacional e a internacional. Quando estão no poder exigem obediência total, mas fora dele, pregam a desobediência e até a reversão do resultado da eleição, mesmo a força. É o que esta acontecendo no Brasil. O PT, pela falta de uma inteligência lógica, jogo-se a praticar na política, tudo que as "raposas felpudas" da política nacional sempre fizeram. Deram-se mal, por conta da inexperiência, ou seja, nunca haviam comido melado, mas no dia que foram apresentados ao dito cujo, lambuzaram-se. Meteram os pés pelas mãos. Tivessem eles, os petistas, trilhado o caminho da honestidade e da retidão, não necessitariam da avalanche de dinheiro público roubado, para se perpetuar no poder, O povo os manteriam sem necessitar de compras de apoios ou revolução. O que pode imaginar um cidadão eleitor, quando descobre que o partido que jura que vai lhe ajudar, esta atolado até o pescoço em roubalheiras? Votará nos seus opositores, que justamente prometem honestidade. O PT perdeu o trem da história, muito por ser comandado por um indivíduo primário, sem visão de futuro ou idealista de uma causa, assim como Mandela, fez lá África. Pensou em criar um estado socialista, mas com uma "ilha" de capitalismo para si e para os seus. Um verdadeiro líder, teria se despojado de qualquer bem material, não se corromperia, nem corromperia ninguém, governaria apenas com a força moral, que seria inatacável por quem quer que seja. Não souberam se comportar, agora tentam denegrir um presidente que bem ou mal, foi eleito pela maioria da população. Pode-se acreditar nos propósitos democráticos desta gente? Se pegarem novamente o poder, poderão repetir o que já fizeram? E os círculos democráticos internacionais não viram o que ocorreu no Brasil? Ou viram, mas os apoiam, porque tem interesses também na causa? É muito difícil acreditar em socialismo, quando os socialistas ao chegarem ao poder, logo tratam de separar riquezas para si. É um contrassenso e uma certeza de que tudo não passa de engodo, Os devotos da causa, já não acham mais que conseguirão converter os "infiéis", pela palavra, já pensam em impor suas crenças, pela espada, e contra isso devemos estar preparados.

Vanda Luiza de -   05/11/2019 10:17:18

Parabéns pelo texto que esclarece e aponta caminhos. A sociedade que apoia as possibilidades de uma país mais decente precisa se fortalecer. Se a língua é um elemento que desfavorece, é preciso investir nisso, tem razão. Divulgar o país em outras línguas, pois senão vai ficar difícil. Vamos compartilhar.

FERNANDO A O PRIETO -   05/11/2019 08:37:00

Obrigado por nos brindar com opiniões sensatas, ao contrário da imensa maioria do que se lê (e principalmente, do que se ouve e vê) em nossos dias... A Esquerda mundial, muito bem financiada, faz uma campanha bem esquematizada. Também acho que o governo, em linhas gerais, tem gente competente e que está conseguindo resultados bons; mas suas falhas, especialmente de comunicação, são exploradas pelos inimigos (o temperamento explosivo do presidente, que devia tentar ficar calado sempre que não for sua obrigação falar, e deixar os ministros e assessores falando por ele), as inconveniências causadas pelos filhos mimados e intrometidos, e outras coisas assim. Mas nada disso tira dele o mérito de nos haver retirado das "garras" do PT e cúmplices. Sabemos que o PT faz parte de um esquema global a serviço do Mal (segundo alguns, de inspiração satânica); esse partido funciona como um seita. A seus fanáticos, nada há a dizer; apenas rezar para que vejam a verdade. Mas há muito a dizer àquela parte do eleitorado que, sem ser propriamente apoiadora de Bolsonaro, nele votou para evitar um mal maior. Essa parte pode e deve ser "conquistada" com discursos racionais e morais, longe de gritarias e manifestações. Não estou totalmente contra manifestações de rua e em redes sociais, mas elas tem que ser feitas de maneira adequada ("Até a verdade tem hora para ser dita").

Julio -   04/11/2019 23:30:44

O adversário é poderoso, organizado e desleal. Completamente desleal! Mas como foi dito, as tarefas mais importantes e que visam mudar o "curso do navio" não foi entregue a "grumetes". Estamos sendo dirigidos por "oficiais de alta patente". E voltaremos a navegar em águas tranquilas. Assim espero!

Ana Lucia Correia Lima Brandão -   04/11/2019 22:29:39

Excelente texto.

Marcelo Fernandes -   04/11/2019 21:37:43

Magistral como sempre, Puggina!