• Percival Puggina
  • 12/07/2019
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A DESNECESSÁRIA MORTE DE MAIS UM POLICIAL


 Chamava-se Gustavo de Azevedo Barbosa Júnior e tinha 26 anos. Estava dentro da viatura policial e recebeu tiro fatal no rosto enquanto, junto com seu colega, se deslocava para deter um automóvel com registro de furto. A viatura em que Gustavo rodava por zona conturbada não era blindada. Uma das testemunhas do crime fazia parte do grupo que o praticou e identificou os demais pelos respectivos apelidos. Tudo indica que a polícia, em breve, alcançará os responsáveis. Essa é a resenha da notícia.

 E tudo estará resolvido quando prenderem os bandidos? Vitória da lei e dos mocinhos? Não. Está tudo sofridamente errado! A viatura em que Gustavo e seu parceiro faziam a ronda noturna deveria ser blindada, mas não há dinheiro para isso. Com toda certeza, os criminosos que o mataram não são adolescentes que pegaram o carro do pai, mas são bandidos com extensa ficha policial. Em qualquer país onde as instituições sirvam à sociedade estariam atrás das grades, isolados do convívio social, porque essas instituições jamais seriam confiadas a alguém que se vangloriasse de “construir escolas e não presídios”, como se uma coisa invalidasse a outra.

Mais de 60 mil homicídios por ano, um roubo de carro por minuto, e nos dizem que violenta é a polícia e que no Brasil se prende demais. Foi por esse caminho que a sociedade acabou disponibilizada ao mundo do crime e as escolas passaram a diplomar analfabetos funcionais. Está tudo errado, também, por serem tantos os que, no ambiente jurídico, político e intelectual, deram ouvidos aos teóricos da revolução social e do garantismo penal. Com voto, cátedra, ou malhete de juiz, tornaram-se bandidólatras a inculpar as vítimas e a inocentar sociologicamente os criminosos, pois diante da desigualdade, outra conduta não lhes poderia ser exigida! Está tudo muito errado, por fim, quando pessoas se mobilizam e se comovem mais diante de bandidos algemados a viaturas policiais do que perante familiares de suas vítimas nos necrotérios. Caridade seletiva e de muito mau gosto.

Impressiona saber que a surdez, a cegueira e a insensibilidade das instituições, malgrado haverem levado o país a uma taxa de homicídios cinco vezes maior do que a média mundial, não são um problema técnico-institucional, mas um problema de pessoas concretas nessas posições de mando. E, normalmente, atribuíveis à arrogância intelectual que caracteriza o pensamento de esquerda, convicto, contra toda evidência, de sua superioridade moral.

Essa mesma arrogância, no plano econômico e fiscal, quis lecionar economia e quebrou o país. No plano político, enamorou-se de longevas e intoleráveis ditaduras. No plano social, multiplicou os dependentes do Estado e deles faz bom proveito. No plano ético, energizou os redemoinhos da corrupção. No plano estético fez da recusa à beleza e da militância política credenciais para a prosperidade subsidiada.

E agora, por todos os meios, combate qualquer tentativa de reverter esse miserável cenário.

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


NELSON SANT ANNA FERREIRA DE AZAMBUJA -   14/07/2019 12:50:23

A GLOBO deve estar feliz da vida! Ela faz festa toda vez que é morto alguém que combate os criminosos! Abra champanhe, Globo!!!

Armando Micelli -   13/07/2019 17:22:37

Concordo com o Luíz Vilela. O policial entrega tudo no cumprimento do dever. Até a própria vida.

Luiz R. Vilela -   13/07/2019 11:04:46

Eu também acho que esta tudo errado. A começar pelos cuidados excessivos que se tem com a bandidagem, e pouco ou nenhum com as vítimas. Quando é a polícia que mata em confronto, logo aparecem os defensores dos "excluídos", mas quando são eles que matam policiais, nada acontece. Sempre achei que policial é o menos favorecido na questão remuneratória do serviço público. Todas as categorias vendem ao estado, a sua força de trabalho, com exceção dos policiais, que além de vender sua força de trabalho ao estado, também alugam as suas vidas, ao poder público. Nenhuma outra carreira de estado, tem a periculosidade da carreira policial, onde a cada atuação, é um risco a sua integridade, sem contar que ao tentar se preservar, ainda correm o risco de ter que matar, e depois não é o policial que vai responder pelo ato, é o cidadão. A polícia é incompreendida, talvez pelos anos que viveu fechada em si mesma, onde angariou a antipatia das pessoas, devido ao fato de que a atuação policial sempre se da contra interesses de alguém que deseja viver em desacordo com a lei. Quem transita pelas estradas, observa que cidadãos cumpridores da lei, se tornam cúmplices de outros, não tão aplicados, quando se deparam com uma viatura parada em determinado lugar. É um festival de sinais de luz, onde pessoas inconscientes não se dão conta de que atrapalhando a polícia, estão ajudando os bandidos. Muitas vezes já pensei que pela sociedade não gostar das polícias, até poderiam ser extintas, parece que nem cidadão engravatados, ou de sandálias de dedo, gostam da polícia. Achei justíssima a intervenção do Bolsonaro, quanto a questão da aposentadoria dos policiais, que além do risco constante de morrer em ação, tem a atividade mais estressante de todo o serviço público. Policial quando morre em combate, ou decorrência da função, só é homenageado pelos colegas, já bandido quando é morto pela polícia, logo surgem seus eternos defensores, com homenagens de toda a comunidade onde viviam e até com o fechamento do comércio, como no Rio de Janeiro. Do jeito que a coisa vai, não será surpresa se algum dia o banditismo tomar conta de tudo. Neste dia então, teremos que nos curvar a esquerda, porque eles apoiam a instalação do caos, até que tomem o poder, depois é o PAREDON como forma de manter o pais em ordem. Em pais comunista, o lema, "bandido bom é bandido morto", é uma verdade, pois eles não aceitam oposição nem de discurso, e muito menos com armas nas mãos. Nunca ouvi falar em criminalidade em Cuba, Coréia do Norte ou outro reduto marxista, e agora andam falando muito é do presidente das Filipinas, que não é de esquerda, mas trata o banditismo com as mesmas características do comunistas.