• Reinaldo Azevedo
  • 07/05/2009
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A BOBAJADA DO VOTO EM LISTA E DO FINANCIMENTO P?LICO - do blog do autor

N?sei se ?taque de maluquice, de cinismo ou de estupidez. Quem sabe as tr?coisas tenham se juntado num abra?insano, como diria o poeta. Confesso-me realmente impressionado que lideran? de partidos governistas e da oposi? tenham se juntado num momento como este para debater a tal reforma pol?ca, que instituiria no pa?o voto em lista fechada e o financiamento p?co de campanha. Como j?eixei claro aqui ontem, ataco essas propostas, boas apenas no papel, desde sempre. Neste blog, o primeiro texto a respeito foi publicado em novembro de 2006. Depois de not?as em cascata sobre a lamban?com as passagens a?as e a verba indenizat?, os valentes pretendem reservar quase R$ 1 bilh?para financiar as campanhas eleitorais??? Andei ontem de t?, e o motorista n?teve d?a: “O senhor viu? Agora querem que a gente pague a campanha pra eles. Cambada de sem-vergonhas”. Aconteceu exatamente assim. Ainda tentei dar uma de advogado do diabo, argumentando que o financiamento p?co talvez seja melhor, porque, assim, os pol?cos dependeriam menos de favores privados etc e tal. “E o senhor acha que eles n?v?receber dinheiro por baixo do pano?” ? meu bom motorista, eu acho — n?todos, ?erto. Acho que aqueles que j?ecebem hoje continuar?a receber. E essa ? tese essencialmente furada do tal financiamento p?co. Na pr?ca, vai-se elevar o custo da elei? — em vez de barate?o —, e aqueles que, hoje em dia, j?andam a lei ?favas continuar?a mandar. Para a popula?, restar? constata?, que nada tem de mentirosa, de que lhe meteram uma vez mais a m?no bolso. Acho incr?l que, num momento como esse, os valentes tenham se reunido para defender o que, na pr?ca, ?ndefens?l. Voto em lista O voto em lista ?utra piada de mau gosto na forma em que vem. N?faz sentido discutir o voto em lista fechada sem que se mude todo o sistema de representa?, instituindo-se, por exemplo, o voto distrital misto, que vigora em muitos pa?s. Parte dos deputados seria eleita por distritos, e, v??uma outra parte at?oderia vir de uma lista previamente definida, com o voto de legenda. Mas n?se faz isso da noite para o dia. Falar em aprovar o voto em lista, sem um pr?o debate com os eleitores, ?essas bobagens que, de vez em quando, tomam conta do debate pol?co sem que as lideran? se d? conta da gravidade de suas propostas. Aumentar-se-ia enormemente o poder das burocracias partid?as — e isso significa, obviamente, diminui? do poder do eleitor. Como diria o ministro Ayres Britto, tratar-se-ia de uma solu? de “menor extens?democr?ca”. Essa express?criada por esse poeta, como voc?t?percebido, desperta em mim os instintos mais primitivos... As excel?ias que perdoem a brutalidade desse povo e da imprensa, mas o fato ?ue tocar agora nesses dois assuntos, dada a realidade do Congresso, evidencia, mais uma vez, que os distintos ainda n?se deram conta do buraco em que est?metidos. Houvesse um plebiscito — e os esquerdopatas sonham com isso —, ?em poss?l que a popula? votasse em favor da extin? do Congresso. E como reage o Legislativo? Propondo que os parlamentares escondam a cara, o que alijaria os eleitores um pouco mais das elei?s, e arrancando um bilh?inho dos cofres p?cos para financiar campanha. ?o doido cantando e tocando ?eira do abismo. Recuem, excel?ias! Tentei consertar a barafunda em que se transformou o Congresso brasileiro, paralisado desde que o caso das passagens a?as veio ?ona. Oposi?s Ademais, o que fazem os oposicionistas nesta salada? Da forma como se queria encaminhar o voto em lista, os eleitores seriam chamados a escolher um partido. A maior legenda do pa?? PT. Tamb?deve ser a mais popular. Mais do que partido, trata-se de uma network composta por ONGs, sindicatos, igrejeiros de esquerda e os tais “movimentos sociais” — al?de todo o aparato pr?o de quem aparelha o estado. Adivinhem quem seria o principal benefici?o do sistema de voto em lista... Dada a celeridade com que essa hist? tomou o Congresso, fica parecendo que est?m curso um esfor?para que se mude de assunto: saem de cenas as passagens a?as, entra a reforma pol?ca. Cabe citar o clich?a emenda ?uito pior do que o soneto.