A ALMA DOS NEG?IOS
Meu artigo anterior sobre Cuba suscitou mensagens de contrariedade procedentes de leitores que enaltecem a cinquenten?a revolu?. Duvido que tenham visitado a ilha porque quando a gente vai e sacode o discurso na peneira dos fatos, o que resta, al?de um pa?em ru?s e cacarecos, ?ouco, muito pouco, pouco mesmo.
Garganteiam que o ?dice de Desenvolvimento Humano de Cuba (0,855) ?uperior ao brasileiro (0,807). Convenhamos que essa diferen?de 0,048 n?significa grande coisa quando a gente conhece a realidade verde-amarela. E note-se: para aceitar essa pequenina diferen??reciso acreditar que as informa?s cubanas sejam ver?cas, o que constituiria um caso singular, pois os comunistas, sabidamente, mant?com a verdade uma rela? de conveni?ia. Tal suspeita se ampliou em mim, ap?onhecer e estudar Cuba, porque n?combina com o que se observa, l? c?o fato de o IDH cubano equivaler, por exemplo, ao do Rio Grande do Sul. Fica dif?l engolir.
No entanto, ainda que se tomem como verazes tais n?os, soa v?do o que me disse um senhor de idade a quem indaguei a respeito enquanto convers?mos, sentados ?murada do Malec? “Si uno no est?studiando ni enfermo, todo lo dem?es una mierda”. Com efeito, o resultado de cinco d?das de totalitarismo comunista, numa ilha privilegiada pela natureza, com popula? igual ?o Rio Grande do Sul e metade do PIB, resulta p?o. Sabe por que, leitor? Porque para proporcion?os o governo comunista de Cuba remunera o trabalho de seu povo com um sal?o m?o de US$ 10 mensais e se apropria da quase totalidade da renda nacional. ?o bem estar da senzala. Assim at?u.
Perdoem-me, ent? os pedagogos e professores brasileiros que v?a Cuba, gostam do que v? e chutam o balde da gera? e transmiss?do conhecimento em benef?o da tal “forma? para a cidadania”. O que praticam n??duca? e tem nome: estupro ideol?o das mentes juvenis. A educa? cubana, constitucionalmente comprometida com a forma? de uma sociedade comunista n?tem como ser boa.
J? propaganda ?utra coisa. At?u ca?essa quando anos atr?me apresentaram um casal cujo marido sofria de retinose pigmentar. Gente humilde. Ela servente, ele guarda noturno. A enfermidade lhe destru?a vis?e tinham ouvido que em Cuba isso tinha cura. Orientei-os sobre como proceder com vistas a obter ordem judicial para o tratamento, acompanhei o processo e l?e foram eles para Havana. O SUS pagou a viagem do casal, os procedimentos m?cos, o tratamento posterior e a alimenta?. Um dinheir?
E da?Bem, eles voltaram estarrecidos com a mis?a que viram. Funcion?os do Hospital Camilo Cienfuegos passavam nos quartos dos estrangeiros indagando se podiam levar para suas fam?as o que eventualmente restava da alimenta? servida. Ao obterem alta, a senhora deixou com as servidoras as pr?as roupas. Uma granfina brasileira? N? gente humilde daqui escandalizada com as car?ias de l?E o marido? Inutilmente retornou mais tarde ?lha. A doen?seguiu seu curso, conforme haviam advertido oftalmologistas brasileiros. Mas a propaganda, ora, a propaganda ? alma dos neg?s tamb?no comunismo.
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