(Publicado originalmente em midiasemmascara.org)
Ainda estamos celebrando as pequenas vitórias eleitorais conquistadas no último domingo contra o PT e lamentando a ida do PSOL para o segundo turno do pleito carioca. Mas, longe das prefeituras e das câmaras municipais brasileiras, uma outra disputa eleitoral — infinitamente mais importante — está sendo concluída em Manhattan, onde o Conselho de Segurança das Nações Unidas chegou a um consenso e formalizou a indicação do português Antônio Guterres para o cargo de Secretário Geral da ONU.
Poderia ser pior. Mas não muito. Guterres tem um longo histórico de serviço à causa revolucionária. Membro do Partido Socialista Português desde sua fundação em 1973, foi secretário-geral deste mesmo partido de 1992 a 2002, período em que também fez parte da cúpula da Internacional Socialista, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. Durante sete anos, ele também esteve à frente do governo de Portugal, oportunidade que ele aproveitou para demonstrar toda sua habilidade como interventor obsessivo e péssimo gestor, um sujeito tão ávido em desperdiçar o dinheiro público quanto em promover a agenda dos engenheiros sociais globalistas — o Nimrod ideal para essa torre de babel moderna que é a organização das nações unidas.
Evidentemente, não é isso que você está lendo na grande mídia, onde a escolha de Guterres está sendo celebrada em textos que mais parecem transposições, quase literais, do material de relações públicas da ONU e do Partido Socialista Português.
Além dos aplausos dos jornalistas, o português foi elogiado simultaneamente pelos representantes da Rússia e da China e pela embaixadora americana (e obamista) Samantha Power. Mas o que exatamente fez com que o candidato português encantasse igualmente os representantes do Putin, do Xi Jinping e do Obama? Além do longo rol de serviços prestados à esquerda, Guterres também atuou, durante os últimos dez anos, como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, sendo um dos responsáveis pela desordem causada pela atual crise dos refugiados e um dos principais promotores das políticas de fronteiras abertas, que são apoiadas com igual entusiasmo pelos três esquemas globalistas e que comprometem as soberanias nacionais e colocam em risco a preservação de comunidades locais européias e americanas; e, junto com elas, todo o Ocidente.
Nas próximas semanas, a indicação do Conselho de Segurança será ratificada pela Assembléia Geral da ONU e, em janeiro de 2017, Guterres assumirá a liderança das Nações Unidas. E então teremos um comunista histórico, com ampla experiência em guerra cultural e engenharia social, liderando uma organização multi-bilionária, sem transparência e ávida por promover uma agenda que vai do aborto à eutanásia, passando pela ideologia de gênero e pelo desarmamento civil. O que pode dar errado?
(Foto: Ricardo Stuckert)