• Neemias Félix
  • 23/12/2018
  • Compartilhe:

QUATRO PERIGOS DO NATAL



O Natal é uma das festas mais importantes para o mundo cristão. No entanto é preciso celebrá-lo com a consciência do seu real significado. Apresento aqui quatro perigos que devem ser afastados nesta época de tanta euforia e tão pouca reflexão.


1.º Colocar o berço acima da cruz
É importante celebrar o Natal, e os anjos nos deram o exemplo, pois quando Jesus nasceu a Bíblia diz que eles louvaram a Deus pela chegada do seu Filho, que veio em carne a este mundo, como qualquer um de nós, menos no que se refere ao pecado. Além desses seres celestiais, pastores vieram de longe trazer presentes para Jesus.

No entanto devemos lembrar que aquele menino da manjedoura não ficou sempre menino. Foi adolescente sábio entre os adultos doutores da lei; foi jovem, adulto, e aos trinta e poucos anos, entregou-se por nós na cruz para salvar a humanidade do pecado e da morte. Uma de suas mais importantes ordenanças, a Ceia, que ele nos mandou celebrar, figura como ato memorial de maior importância que a celebração do seu nascimento, já que é uma ordem direta para lembrar o outro extremo de sua existência, a morte, até que Ele volte.


2.º Colocar a Ceia de Natal acima do Pão que desceu do céu
Nada contra saborear as gostosas iguarias do Natal. É um costume que promove a unidade, a comunhão dos seguidores de Cristo. Sem os excessos, tão comuns nessa época, os quais devemos evitar, a Ceia enseja a alegria e a boa conversa. Lembremos, porém, que o alimento por excelência é o próprio Cristo. Nutrir-nos de seus ensinamentos preciosos, seus valores e ideais expressos na sua Palavra, a Bíblia, é o que faz diferença entre nós, seus discípulos, e aqueles que não o são. Assimilar seus preceitos, assumir o seu jugo, seu domínio, e viver segundo a sua lei, a lei do amor, é a razão maior de nossa existência neste mundo.


3.º Colocar o Papai Noel acima do Papai do Céu
Papai Noel deve ser colocado no seu devido lugar. Ele é um mito, uma lenda que está incrustada no imaginário popular, nada mais que isso. Transformá-lo em alguém de carne e osso como se fosse uma realidade palpável pode fazê-lo mais importante do que é. Mais que isso, pode desfazer a tênue linha que separa a realidade da fantasia e confundir até os adultos, imagine as crianças. Inadmissível é deixar o velhinho roubar a cena e transformar-se no personagem central do Natal, às vezes ofuscando quase por completo o brilho do Aniversariante, que é Jesus Cristo.


4.º Colocar o presente acima da Presença
É bom ganhar e dar presentes, e não apenas na época do Natal. Mas é preciso lembrar que o maior presente que podemos ganhar é a presença de Jesus na nossa vida, no nosso coração, por meio do Espírito Santo. O presente material deteriora-se com o tempo ou é deixado de lado por desuso, por aparecer outro mais atraente. Além disso, valorizá-lo demais pode ocasionar uma febre consumista jamais desejada por aquele que nasceu numa simples estrebaria. Bem diz Tiago 1.17: "Toda dádiva perfeita provém do Pai das Luzes, que não muda nem sofre variação". Jesus é, ao mesmo tempo, Pão da Vida e Presente vivo que desceu do céu.


Todos esses perigos apontam para a necessidade de uma visão correta do Natal, privilegiando o espiritual sobre o material, a realidade bíblico-cristã sobre o simbólico e o fantasioso, sem deixar de reconhecer a importância desses dois últimos aspectos. Assim estaremos resgatando o verdadeiro sentido do Natal, com o Aniversariante ocupando, finalmente, o seu devido lugar.