• Bruno Braga
  • 02/09/2014
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O "PODER ECONÔMICO" NO PROJETO DE REFORMA POLÍTICA DA CNBB



Promotores, "apóstolos" e entusiastas do projeto de reforma política da CNBB frequentemente destacam - como sinal da inspiração divina dele - o item que propõe o "financiamento público" das campanhas eleitorais. Pregam que proibir doações de empresas privadas a partidos e candidatos - mantendo a permissão para doações de pessoas físicas - visa a eliminar a influência do "poder econômico" nas questões políticas e a evitar que os interesses do "capital" se sobreponham ao interesse público.

O componente ideológico do termo é escandaloso: demonização da iniciativa privada e divinização do Estado. É como se as empresas - representadas por seus proprietários - fossem excluídas da vida pública e ficassem impedidas de se posicionarem sobre o plano que determina o exercício de suas atividades.

Mas o item citado - o financiamento público das campanhas eleitorais - é ineficaz inclusive para os fins alegados. Primeiro. A proposta veta a doação de "empresa privada", mas não a do dono dela, a do "empresário" - pessoa física que pode figurar como doador. E mesmo que limite a contribuição individual ao valor de R$ 700, nada impede que "laranjas" sejam utilizados para burlar a limitação. E mais. Uma vez que as empresas privadas serão proibidas de fazer doações para candidatos e partidos, na contabilidade das campanhas não haverá mais nenhuma menção a elas - o que não coíbe as doações ilegais, pelo contrário, poderá inclusive facilitá-las.

Outro ponto. Se um dos propósitos da reforma política é diminuir os custos das campanhas eleitorais, então soa disparatado exigir - fixando a escolha dos parlamentares em dois turnos - o financiamento público para boa parte das despesas dos candidatos e partidos. Isso é exigir que o Estado, que o dinheiro público, do cidadão, banque as contas. Ademais, é necessário observar que "O Estado" não é uma entidade abstrata e supra-natural; ele é formado por pessoas de carne e osso que irão estabelecer - através do jogo político e do confronto de interesses - o valor das verbas e os "critérios" para a distribuição delas.

No entanto, há na proposta de reforma política da CNBB algo ainda mais grave. Se os seus "apóstolos" pretendem "exorcizar" o "poder econômico" da política, então, como explicar que as entidades e organizações que pretendem inserir na administração pública - sob o disfarce de "movimentos sociais" - sejam financiadas pelo "grande capital"? Duas amostras relevantes: a ABONG - que congrega uma série de organizações não-governamentais; e a Cáritas - que é um organismo da CNBB (Cf. Cartilha Coalizão pela Reforma Política e Democrática, p. 43) são financiadas por eminentes e poderosas organizações financeiras e empresariais através de suas fundações. A Caritas, pela Fundação Ford e a ABONG, entre outras, pela Fundação Ford, Fundação Bradesco, Bovespa Social, Fundação Bunge, Brazil Foundation.

Abong, consultar: [http://abong.org.br/links.php?id=13].

Cáritas, consultar [http://caritas.org.br/parceiros-e-apoiadores].


É preciso notar que aqui há outro problema. Quando um candidato recebe doação de empresa privada, o eleitor tem a liberdade de votar nele ou não; mas os "movimentos sociais" - patrocinados por fundações multibilionárias - serão introduzidos pelo projeto de reforma política em instâncias decisórias do poder público sem a participação do cidadão brasileiro.

Nestes termos, a pregação sobre o "financiamento público" das campanhas eleitorais é uma fraude em todos os sentidos. A proposta de reforma política da CNBB maquia o estabelecimento de um consórcio para o exercício do poder político - consórcio que inclui agentes determinados do "poder econômico". Para a Conferência dos Bispos, tal comprometimento é um pecado imperdoável porque implica contrariar os princípios e orientações da Igreja Católica - que ela, a Conferência, não representa - fortalecendo um projeto de poder totalitário - o PETISTA-SOCIALISTA-COMUNISTA - e a engenharia social e comportamental que o envolve, com o ABORTO, a IDEOLOGIA DE GÊNERO, a LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS, etc.


ARTIGOS RECOMENDADOS.

BRAGA, Bruno. "Padres pregam proposta de reforma política. Fiéis, não assinem!" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/07/padres-pregam-proposta-de-reforma.html].
______. "O porta-voz comunista da reforma política celebrada por padres" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/07/o-porta-voz-comunista-da-reforma.html].
______. "A reforma política da CNBB. Católicos, não assinem!" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/08/a-reforma-politica-da-cnbb-fieis.html].
______. "CNBB firma PACTO com Governo PETISTA: promover a reforma política SOCIALISTA-COMUNISTA" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/08/cnbb-firma-pacto-com-governo-petista.html].
______. "'O Chefe' convoca a militância para a reforma política da CNBB" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/08/o-chefe-convoca-militancia-para-reforma.html].
______. "Padre Rodrigo Maria. Eleições 2014 e a desastrosa proposta de reforma política que promove o projeto de poder PETISTA-SOCIALISTA-COMUNISTA [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/08/padre-rodrigo-maria-eleicoes-2014-e.html].