Segundo informações do IBGE, o Estado brasileiro conta com 39 Ministérios (por que ainda não arredondaram para 40?) que consomem 400 bilhões de reais por ano. Só para comparar: Getúlio tinha 11 Ministros, os governos militares tinham 16 e Luiz Inácio pulou para 35. Comparando com outros países, os Estados Unidos têm 15 e a Alemanha 14... Temos também 900.000 funcionários públicos federais, dos quais 113.000 apadrinhados, a maioria rotulada de assessores (não concursados); eles consomem 214 bilhões de reais por ano em vencimentos. Muitos nem podem ir à repartição em que estão lotados, por falta de espaço; ficam em casa mesmo. Temos ainda carros oficiais de luxo com motorista que gastam 1,5 milhão de reais por ano; apartamentos de luxo, mobiliados, em Brasília; escritórios políticos nos Estados; centenas de funcionários para cortar cabelo, engraxar sapatos, servir água e cafezinho, abrir e fechar portas... etc. etc. etc. Podem estar certos: se esse quadro contém erros é para menos – a realidade é muito pior.
Que faz esse monstruoso Leviatã? Deveria dar-nos: a segurança de que necessitamos e não nos dá; dar-nos as ferrovias, hidrovias, rodovias de que também carecemos e não nos dá; os portos que nos fazem falta; aeroportos eficientes; o tratamento à saúde pública que o povo reclama com razão; a superação da falência de nossas escolas mendicantes. Em compensação, suportamos a falta d’água, de energia elétrica, de medicamentos, de hospitais, de creches e escolas. Enfrentamos a produção industrial em queda, o comércio paralisado... A economia em recessão, o PIB que cai, a dívida pública que aumenta e a balança comercial que despenca... Como consequência, o Brasil entra na faixa dos maus pagadores no mundo financeiro internacional.
Sob esse tétrico pano de fundo, no qual a inflação e o desemprego gracejam sorridentes, fala-se em projetos para superar a mais terrível crise político-econômica que enfrentamos, como nunca antes nesse País. Remédio simples e corretíssimo seria reduzir o tamanho desse Governo monstruoso e ineficiente: menos Ministérios, menos casas legislativas (por que duas?), menos Deputados e Senadores, menos assessores, menos funcionários e mordomia zero: menos apartamentos, carros, viagens, cartões de crédito... menos, muito menos! Mas não. O que fazem é paralisar os investimentos, diminuir os já paupérrimos benefícios dos aposentados, aumentar o número e os vencimentos dos funcionários, a carga tributária, os juros e o preço dos produtos administrados pelo governo. Ou seja, os mesmos políticos, que anunciam dramaticamente estarem dispostos a cortar a própria carne, só cuidam de salvar o deles e sangrar o povo; o resultado é exatamente mais inflação e mais desemprego. Nesse ambiente eles descobrem, em um círculo vicioso, a necessidade de mais crescimento do Governo; e o Leviatã satisfeito aplaude!
Que será que nos falta para a redução desse governo gigantesco? Líderes inteligentes e honestos? Seriedade e racionalidade? Parece que sim.