• Nádia Lúcia Fuhrmann
  • 23/08/2018
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O BRASIL E A BATALHA INVISÍVEL

 

Impressiona o alto grau de aparelhamento de todas as instituições brasileiras. O PT foi capaz de timbrar com a ideologia comunista, em alto relevo, todos os poderes públicos e privados estruturantes da nossa sociedade, em curto interregno temporal. Financiado por grupos progressistas internacionais e conluios espúrios com a elite política e empresarial nacional, ávidos por abduzir as riquezas do País, os que antes se autoproclamavam anti-imperialistas sucumbiram asquerosamente ao poder autoritário e aos bocadinhos de privilégios oferecidos pelo globalismo predatório. A ganância os cegou. Passaram, então, a laborar para os interesses de grupos radicais da nova ordem mundial de forma sorrateira, com o objetivo de subverter o ordenamento social/cultural da sociedade brasileira, defendendo valores insólitos como a ideologia de gênero, escola doutrinadora, Estado sem religião (diferente de Estado laico), racismo, feminismo, uso indiscriminado de drogas, famílias alternativas, fim das polícias, aborto, arte degenerada, migrações em massa, entre outras pautas estranhas ao nosso povo. Os intelectuais de esquerda, "acomunados" com Gramsci e Marcuse, foram os grandes propulsores desse discurso dominante, em especial nesta última década e meia no Brasil. Foi dentro das universidades que, usando o método do "adestramento do pensamento único" auxiliaram na administração dos "negócios estatais" com base na engenharia social. Todos os programas de inserção ( e não foram de inclusão) universitária visaram a este fim - formar um contingente máximo possível de militantes para o sistema. E foi assim, por exemplo, que os poderes judiciário, legislativo e executivo foram colonizados pelos Tribunais do Santo Ofício, digo, pelos mais diversos Conselhos e Comissões - compostos por olheiros do sistema que abortam qualquer tentativa de insubordinação aos ditames do Estado autocrático. Pense (...) quantos conselhos institucionais você conhece? Pois é, todos, mas todos mesmo, servem para conter qualquer tentativa da nossa parte de contestar a ordem autoritária vigente no Brasil. O discurso do "politicamente correto" e o ataque à honra são métodos usados de forma subliminar e corriqueira para intimidar e perseguir as vozes divergentes. Até 2016, era praticamente impossível se manifestar contra o governo "popular", inclusive nas redes sociais. Grandes sites de apoio à esquerda foram financiados para monopolizar as ideias comunistas/progressistas no nosso País, e eliminar as demais.

Do aparelhamento institucional, os exemplos são muitos. O sistema de saúde foi drasticamente atingido pela mudança de paradigma nos cursos acadêmicos da área da saúde. Considerada uma área estratégica, o governo preferiu "importar" mão de obra cubana em detrimento de melhorias na formação dos médicos brasileiros. O Programa "mais médicos", além de cooptar ideologicamente muitos profissionais de saúde nativos, rendeu uma transferência de mais de R$ 5 bilhões para a Ilha da família Castro. Recentemente, o médico Milton Pires, cardiologista gaúcho, veiculou um artigo na web denunciando a perseguição de médicos do serviço de saúde pública por posições políticas contrárias ao governo petista e o assombroso desmonte da rede hospitalar. Diz ele "toda a rede hospitalar brasileira foi destruída pelo Regime Petista. UPA'S são lugares criados para esconder a morte de pacientes que deveriam estar dentro de hospitais".

Também as universidades brasileiras, em especial as federais, se transformaram em incubadoras de parasitas partidários, com pouca ou nenhuma preocupação em produzir conhecimento filosófico ou científico, tão somente para engrossar o montante de militantes úteis ao governo, com uma formação pífia e comportamentos discutíveis que levaram muitos desses à desorientação psicológica. Não vou citar aqui as inúmeras operações da Polícia Federal dentro das universidades e as investigações sobre fraudes em concursos públicos, e a prática do compadrio nas instituições privadas. Porém, é notória a baixa qualidade da maioria das pesquisas e dos trabalhos acadêmicos e a constrangedora (des) qualificação dos egressos.

Importante frisar também que grande parte das quase 500 mil ONGs, aliada aos interesses políticos e econômicos de organismos internacionais, ocupa papel central na divulgação do ideário globalista, pressionando a aprovação de leis que beneficiam seus negócios, mas que nada tem a ver com o desenvolvimento da sociedade brasileira.

A forma como a cultura foi aliciada pelo PT causa perplexidade. Sabe-se que os artistas populares tiveram atribuição fundamental no golpe comunista de 1985. Todos muito bem recompensados "a posteriori" via Lei Rouanet, contratações superfaturadas e indenizações milionárias - tudo pago pelo pobre cidadão contribuinte que amarga desde sempre a falta de acesso a um judiciário neutro, à educação de qualidade, à saúde com dignidade e à segurança pública. A última totalmente sucateada, em vias de extinção. No Estado comunista são criadas as forças nacionais. Porém, elas não servem ao povo, são leais somente ao governo.

A arte, a mídia e a educação foram transformadas pela "intelligentsia esquerdista" em ferramentas altamente destrutivas da ordem moral no nosso País. Como aceitar o fato de um docente do ensino superior publicar um livro cujo título é "como conversar com um fascista" e declarar publicamente que o assalto tem uma função social, e mesmo assim ser lançado como candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT? Como aceitar que o dinheiro público esteja sendo gasto para montar exposições "artísticas" que promovem o vilipêndio religioso e a pedofilia? Como aceitar que uma emissora de televisão, dependente de concessão pública, ajuíze uma ação judicial para minorar a classificação etária de uma novela vespertina que contém cenas de sexo e violência, de 12 para 10 anos de idade? Como aceitar o investimento publicitário em músicas populares como "arrasou "viado""; "que tiro foi esse" e "sentada diferente"? Lembremo-nos, a família é um impedimento para o monopólio do poder do Estado; deve ser destruída de acordo com o manual comunista.

Estamos vivendo em guerra. A destruição não é visível só pelo assombroso número de homicídios anuais, mas pelo ataque e aniquilamento das nossas normas sociais, da moral individual e coletiva, da ética humana e da espiritualidade. Para isso, usam uma das armas mais potentes e indignas de destruição em massa, a cultura da subversão pela violência, pela corrupção e pela libertinagem, embrulhada no dourado invólucro dos "direitos humanos". Em nome de tal "benevolência" autoproclamam-se humanistas e passam a exigir o "progresso" da civilização ocidental liberando o sujeito (na verdade, neste estágio não existe mais o indivíduo, aparece agora a criatura sujeitada) de todas as "opressões" da sociedade burguesa. Lutam, então, pelo total livramento dos impulsos sexuais, cujo objetivo, na verdade, é o de tornar a criatura submissa e improdutiva. Os estultos comunistas creem que liberando a sexualidade dos sujeitos, esses passariam a não se preocupar mais com as questões referentes à política e ao Estado, em face do seu estágio de letargia motivacional direcionada apenas aos prazeres carnais, deixando o caminho livre aos desmandos do poder instituído. Esse é o motivo da mesma forma para a defesa da liberação irrestrita de drogas. A estratégia da revolução cultural para a tomada do poder global não é cria de um só demônio - desde o século XIX essa teoria vem sendo desenvolvida pela "intelligentsia" da esquerda internacional, dentre ela, Marx, Lenin, Munzenberg, Lukacs, Mao Tse Tung, Gramsci, Horkheimer e Adorno. Theodor Adorno, sociólogo alemão e membro da primeira geração da Escola de Frankfurt, autor da obra "The Theory of Modern Music", propunha, por exemplo, usar a música como arma de destruição social. Segundo ele, músicas quanto mais degeneradas fossem, mais rapidamente promoveriam a desorientação mental, condição "sine qua non" para governar sem resistência. Sigmund Freud afirma que a integral recompensa dos desejos humanos é incompatível com a organização social humana. Assim, os pulhas comunistas pretendiam, com a desorganização geral da nossa sociedade, se oferecer "democraticamente" como "salvadores" para restabelecer a ordem e a moral, mas sob suas próprias regras.

Por essa razão, não por outras, a sociedade brasileira passou a ser "bombardeada" pela revolução cultural, mais perseverantemente a partir do final dos anos 1980 e, "coincidentemente", ao mesmo tempo do desmonte do comunismo no leste europeu.

Na sequência do término do regime cívico-militar e com a ascensão dos comunistas ao poder, lentamente todas as instituições foram cooptadas a fim de promoverem e defenderem as pautas progressistas mundiais como o feminismo (Malu Mulher, lembra da série?), erotização das crianças e dos jovens (filmes, séries e eventos para jovens ao ar livre onde drogas, bebidas alcoólicas e relações íntimas fortuitas passaram a ser a moda); letras de músicas incitando ao estupro e à violência fazem parte da degradação moral da sociedade; grupos socialmente vulneráveis como gays e negros são aliciados e usados para promover tão somente o apartheid social. Racismo é crime, cumpra-se a lei nesses casos, mas isso para eles não basta, o intuito é fazer com que negros odeiem os brancos. A mesma ideia serve de base para promover e manipular o ódio de mulheres contra os homens, gays contra héteros, filhos contra os seus pais, e o mais perverso dos desígnios: a perversão infantil através da já adiantada implantação da ideologia de gênero nas pré-escolas brasileiras. Sem dúvida, esse projeto que nega, entre outros, a diferença entre homens e mulheres, se obtiver êxito fará surgir um outro "ser vivente", nem homem nem mulher, mas "algo" que poderá a qualquer momento da vida se transmutar entre, pasme, em torno de 60 formas de definição de sexualidade. Evidente que o leitor atento percebeu que, ao questionar a criação divina, eles estão exterminando com as religiões criacionistas e a fé cristã. A ordem é corromper a sociedade até que, atormentada, ela aceite adorar somente o deus Estado e por ele ser tutelada.

Os brasileiros estão guerreando contra hostes invisíveis. O Brasil está em guerra, os estrangeiros olham boquiabertos para a sociedade brasileira, um verdadeiro laboratório de experiências de destruição moral e cultural. As trincheiras e os canhões foram cambiados por uma cortina de fumaça ideológica que, de tão embuçada, desorienta até que o beligerante se entrega voluntariamente sem alguma resistência. A subversão cultural/social da sociedade brasileira significa, para a esquerda nacional, a fase final de implantação da revolução comunista.

A trama é realmente complexa, infelizmente, muito maior do que esse espaço circunscrito permite desenvolver. No entanto, o curso da história é imprevisível e, tudo indica, os brasileiros estão prestes a mudar um futuro que já lhes parecia selado.


Bibliografia:
COSTA, Alexandre. Introdução à Nova Ordem Mundial. São Paulo: Vide Editorial, 2015.
ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. São Paulo: Lafonte, 2017.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização. Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.