• Ernesto Araujo
  • 27/11/2018
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MANDATO POPULAR NA POLÍTICA EXTERNA

 

 

Se a prioridade, segundo o presidente eleito, é extrair a ideologia de dentro do Itamaraty, não lhe parece conveniente ter um chanceler capaz de compreender a ideologia que ali existe?

Algumas pessoas gostariam que o presidente eleito Jair Bolsonaro tivesse escolhido um chanceler que saísse pelo mundo pedindo desculpas. Queriam uma espécie de Ministro das Relações Envergonhadas que chegasse aos parceiros dizendo algo como “Olhem, os brasileiros elegeram Bolsonaro. Não posso fazer nada, é a democracia. Sabem como é, o povo não entende nada. Mas fiquem tranquilos, pois aqui, na frente externa, nada vai mudar. Estou aqui para aguar todas as posições do presidente, para cozinhá-las e transformá-las no mesmo rame-rame que vocês já conhecem, continuarei falando a linguagem da ordem global. Estou aqui para não deixar nada acontecer”.

Alguém desse tipo é o chanceler que os comentaristas da imprensa tradicional – nutridos pela convivência com diplomatas pretensiosos – gostariam de ver. Alguém que enquadrasse o novo presidente, pasteurizasse as suas ideias, freasse o seu ímpeto de regeneração nacional, sob a desculpa de que política externa é algo demasiado técnico para ser entendido por um simples presidente da República, muito menos por seus eleitores.

Leia mais aqui. Texto exclusivo para a Gazeta do povo.

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