• Roberto Rachewsky
  • 22/06/2015
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DESIGUALDADE, UMA REFERÊNCIA EQUIVOCADA.


A preocupação dos ideólogos do ressentimento com a desigualdade faz com que sejam criados índices com o propósito de medir a distância entre ricos e pobres.

Tais medições são fruto da equivocada visão de que se há alguém ganhando, haveria alguém perdendo.

Qualquer medição econômica que levasse efetivamente em consideração o bem estar da população, objeto da análise, não deveria medir a distância entre ricos e pobres, mas a distância daquelas pessoas da miséria.

Numa sociedade absolutamente livre, onde as trocas voluntárias por valores são espontâneas e resultado da manifestação da vontade própria de cada indivíduo, não há transações sem que haja a mútua satisfação entre os envolvidos, num processo justo de distribuição de riqueza que ocorre concomitante e constantemente sempre que um fenômeno econômico acontece.

Assim, sempre que alguém empreende para aumentar a sua riqueza, carrega junto com ele, na elevação de seu capital, todos aqueles que de forma direta ou indireta participam daquele processo produtivo, sendo, pela complexidade e capilaridade das transações, muito difícil de se visualizar até onde a geração de ganhos afeta positivamente a sociedade, mas, sem dúvida, sabe-se que afeta e melhora o nível de qualidade de vida de toda a população alcançada pelo fenômeno principal de construção de valor.

Quando um novo valor é colocado à disposição do mercado, para que seja adquirido pelas pessoas, incentiva-se, de forma crescente e geométrica, que todos os que demandarem aquele bem criem, se já não o tiverem feito, e coloquem também à disposição do mercado, valores para que possam obter recursos para adquirirem, aquele recentemente criado.

Já, por outro lado, e de forma perversa, quando a distribuição de renda é feita através da coerção, não há estímulo para a necessária criação de valor para uma troca voluntária, basta que o beneficiário passivo de qualquer distribuição, aguarde que um poder determinado use de violência, expropriando o proprietário de um determinado bem e, obviamente, de seu valor, para entregá-lo injustamente a quem nada fez para merecê-lo.

É por isso que, quanto mais livre for uma sociedade, mais rica será sua população e, independentemente da distância entre ricos e pobres, ou seja, sem dar relevância à desigualdade, mais distante da miséria se encontrarão todos os indivíduos daquela sociedade. E, de outro lado, quanto mais regulada for a sociedade, caracterizada pelo alto grau de intervenção governamental, mais próxima da miséria estará toda a população, sem que as diferenças irrelevantes entre ricos e pobres sejam eliminadas.

Provavelmente, nas sociedades livres, estarão no topo da pirâmide de distribuição de renda aqueles que tiverem produzido mais valor para os demais e para si.

Nas sociedades fechadas, onde a coerção predomina, mais ricos estarão os que detém o poder da força, que não criam valor algum, criam apenas intimidação e, eventualmente, destruição.

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