Percival Puggina
Há cerca de um mês, o grupo de advogados, denominado Prerrogativas, organizou uma expressiva homenagem a Lula. Estava ali a crême de la crême da abastada advocacia esquerdista do Brasil. Grata, reverenciava o grande líder que, para obter liberdade e condição de candidato, deu causa à soltura dos clientes de alguns deles.
Lula ganhou um quadro de Cândido Portinari (só por aí já se vê que o grupo tem tinta na caneta). E ganhou beca de um causídico mais entusiasmado que declarou vê-lo como símbolo da justiça no país. Pelo que tenho visto acontecer no topo do ambiente judicial do país, infelizmente o título faz algum sentido, sim.
Ali estava, também, o alto comando petista observando possíveis ocupantes de futuras (que Deus nos livre de tamanho mal!) cadeiras no STF. É nesses quadros que o PT garimpa as figuras que tem agraciado com tais honrarias e a elas submetido a nação. Em consonância com o ambiente de impunidade estabelecido no país, um dos oradores chutou a consciência nacional: “Se o crime já aconteceu, por que punir?”. Acho que até Lula se engasgou com essa.
Recentemente, mais de mil advogados e juristas brasileiros protestaram contra a homenagem, o título e o teor das manifestações dos colegas. Em seu manifesto, afirmam que "a advocacia brasileira não glamouriza o crime, o criminoso, a injustiça, a impunidade e a corrupção”.
Fiquei com pena da toga. A turma do Prerrogativas (Prerrô, para os íntimos) fez dela menos do que um pano de chão.