Percival Puggina
É imperioso, urgente, para o bem da democracia e do estado de direito, romper com a prevaricação, disfarçada de “equilíbrio institucional” e abençoada pela velha imprensa, que se estabeleceu entre o Senado Federal e o Supremo Tribunal Federal. Essa realidade está duramente explicitada em reiteradas declarações dos senadores Álvaro Dias, Eduardo Girão e Lasier Martins. Ao abdicarem dos julgamentos que reciprocamente lhes competem, os dois poderes desarmam a democracia das proteções constitucionais atribuídas a ambos.
O produto é abuso do poder, omissões absolutas, tirania ativa. Senadores que não são julgados pelos crimes de que são réus e ministros que fazem política em regime de dedicação exclusiva. Portanto, a eleição dos novos senadores é importantíssima para que se rompa esse ciclo vicioso.
No Rio Grande do Sul, a valerem as pesquisas na eleição para o Senado, o candidato do PT – ex-governador Olívio Dutra (em cuja posse no posto de governador foi hasteada uma bandeira de Cuba na sacada do Palácio Piratini) lidera as intenções de voto. Só não será eleito se os eleitores de um dos candidatos que aparecem em segundo e terceiro lugar migrarem suas preferências para o outro. Difícil de combinar, mas fácil de decidir.
O general Mourão, que aparece em segundo lugar na pesquisa IPEC divulgada ontem (30/09) à noite, é o candidato apoiado pelo presidente da República e isso já diz muito para quem sabe a importância de uma base parlamentar do governo no Congresso.
A ex-senadora Ana Amélia, em 2012, quando senadora pelo Progressistas, apoiou Manuela d’Ávila como candidata a prefeita de Porto Alegre; em 2018 integrou como vice-presidente a chapa de Geraldo Alckmin. Agora, disputa o Senado pelo PSD, partido que no Rio Grande do Sul apoia a candidatura de Eduardo Leite (PSDB), adversário declarado do Presidente da República. Por fim, num cenário político como o atual, o PSD alega não ter candidato à presidência, embora seu líder Gilberto Kassab faça acenos para Lula e para o PT.
São razões práticas que tenho como suficientes para recomendar, a quem não for de esquerda, um voto indispensável no general Mourão (100).