Percival Puggina
O taxista com quem voltei, há pouco, do centro da cidade, estava sintonizado no horário político gratuito e se revelava eleitor de Bolsonaro. Simultaneamente, no rádio, o locutor do programa petista falava sobre si mesmo, como chefe de família, pai de suas filhas e defensor dos bons costumes, amante da paz, da harmonia e da prosperidade. Era uma fala estranha ao horário do PT porque, ao locutor, só faltava jogar flores à audiência e perfumar a atmosfera através das ondas do rádio. Estava cheio de amor para dar.
Pus-me a pensar sobre o quanto eram contraditórias aquelas palavras com o rotineiro assassinato de reputações, o aparelhamento das instituições do Estado, o aproveitamento político da Educação em todos os níveis, as invasões de propriedade, as pichações, o grevismo, o quanto pior melhor, o cancelamento de toda divergência, o bullying e a agressividade, visível e previsível, no esquerdismo com que convivemos em nosso país. Realidades, enfim, das quais fui testemunha ocular, atenta e crítica, durante quatro décadas. Pensei, também, na crescente restrição de nossas liberdades e no modo de defender o estado de direito e a democracia com práticas que vão pelo seu inverso.
Quando cheguei em casa, abri as mensagens da manhã e li a seguinte pérola, enviada pela leitora Adalgisa Cecília Polari, a quem agradeço a gentileza de endereçá-la a mim:
Eu tive um professor de Matemática em meus tempos de Cursinho que, quando ia apresentar matéria nova e, claro, já sabendo de como chegar à solução do problema, dizia pensativamente: "Que bom seria se tivéssemos uma fórmula para resolver este problema!" E, em seguida: "E temos!"
Parodiando meu saudoso professor Mauro lá do Cursinho, pergunto-me "que bom seria se tivéssemos uma fórmula para resolver essa vergonheira!" E temos! Vamos reeleger Jair Messias Bolsonaro no próximo dia 30 de outubro de 2022.
E nada mais, é claro, precisa ser dito.