Percival Puggina
Ontem (26/02), zapeando as News, passo pela CNN e leio nas manchetes do telenoticiário que as “fake news” russas são um grave problema da Ucrânia na guerra entre os dois países.
Não é, apenas, ignorância de quem preparou a matéria. A militância jornalística de esquerda tem uma necessidade compulsiva de colar essa etiqueta em toda informação de seu desagrado. É preciso fazer das fake news um novo “mal do século” (para justificar os abusos cometidos por quem diz nos proteger delas). É indispensável, portanto, que a expressão apareça ininterruptamente ante os olhos e os ouvidos do público. Esse jornalismo esquece o quanto ele mesmo incorre nesse mal quando distorce uma informação ou quando promove algo ainda mais enganoso – a análise tendenciosa dos fatos (fake analysis).
Então, a matraca das “fake news” roda e a expressão passa a denominar aquilo que qualquer recruta reconhece como estratégias de comunicação típicas em tempos de guerra: a transmissão de informação ilusória (misisformation), e a propaganda com o objetivo de levar o adversário a avaliar de modo errado as forças inimigas (disinformation).
O jornalismo é indispensável à liberdade e à democracia e sobreviverá à atual crise de identidade.