Percival Puggina
Aqui no Rio Grande do Sul, a RBS cuidou de valorizar ao máximo os resultados das pesquisas que contratou com o tão resoluto quanto equivocado IPEC. Por aí andou durante meses, sempre com a oposição e sempre sinalizando uma vitória arrasadora do ex-governador Eduardo Leite sobre Onix Lorenzoni.
Na eleição para o Senado, as fichas do IPEC eram postas na ex-funcionária do grupo de comunicação, Ana Amélia Lemos, que queria voltar ao Senado, ou de Olívio Dutra, o ex-governador octogenário que prometeu dividir o mandato com seus suplentes... Contados os votos, Eduardo Leite, por um infinitésimo, não chegou em terceiro; Mourão, que seria o terceiro, chegou em primeiro.
Na eleição presidencial, o IPEC previa, no Rio Grande do Sul, vitória de Lula com 44% contra 42% de Bolsonaro. Dois dias após a divulgação da pesquisa, Bolsonaro venceu o pleito aqui por 49% a 42%.
Hoje de manhã, no editorial de Zero Hora, li a mera constatação de que as pesquisas erraram, seguida da cobrança de pacificação nacional e de maior objetividade dos candidatos em relação às suas propostas na campanha do segundo turno.
Mas se é para pacificar, seria importante que essa pacificação começasse dentro de casa, proporcionando calmante aos esquerdistas que dominam os conteúdos do grupo. E que não retornassem a afrontar os fatos com informações de um instituto de pesquisa cujo trabalho contribuiu para o fiasco expresso em gráficos e números que a empresa apresentou à sociedade gaúcha.