O ministro Luiz Fux é o presidente do Supremo, aquele tribunal onde todos são “supremos”. Imagine o grau de “supremacia” que representa presidi-la.
Quando li que o STF havia solicitado reserva de sete mil doses de vacinas para atender os tribunais superiores, fiquei aguardando as reações, mais ou menos como quem vê o clarão e fica esperando o trovão. E o trovão veio, com o justo clamor do povo. O ministro tentou justificar a solicitação recusada pela Anvisa (meu apreço por essa agência aumenta a cada dia) alegando a importância dos serviços prestados e haver muitos servidores cuja “maturidade” representava riscos adicionais, blá, blá, blá. Entendi, realmente assim. Conversa fiada para explicar o inexplicável.
Naquela situação, a Anvisa demonstrou mais senso de justiça que o STF. E isso não me surpreendeu. Se a conduta do tribunal e a justificativa me desagradaram, mais ainda me desagradou a sequência dos acontecimentos, quando soube que o presidente do STF havia exonerado de suas funções o médico autor da solicitação original assinada e expedida pelo Diretor-Geral do STF. Ao explicar o ato, o ministro deu por esquecido o que dissera antes e afirmou que o pedido feito à Anvisa era uma “falta de noção”.
Aí me lembrei do meu cinto. Eu tenho um cinto que ganhei do meu neto. Tanto pode ser azul ou marrom, conforme se gire a fivela.