Percival Puggina
A covid-19 pode matar e mata. No mundo todo estão diagnosticados 98 milhões de casos e registrados 2,09 milhões de óbitos. Anteontem, 20 de janeiro, com 1009 mortos pela covid-19 por milhão de habitantes, o Brasil ocupava o 24º lugar na lista de quase 200 países. Era o 47º na lista que relaciona o número de mortos com o de pacientes diagnosticados (2,5%).
No entanto, todo o noticiário cotidiano sobre o assunto tem por objetivo culpar o governo federal e pessoalmente o presidente da República pelas mortes causadas por uma doença que mata no mundo inteiro. Palavras como genocídio e genocida são diariamente proferidas nos meios de comunicação e passaram a integrar o vocabulário político da esquerda mundial, disciplinadamente aplicada a nosso país e ao seu governo.
O único objetivo desta minha nota é demonstrar o quanto de malícia, de politicagem, de interesses individuais e empresariais está presente nessas matérias desmentidas pela objetividade dos números.
Tendo em conta que o Brasil é o 6º país mais populoso do mundo e que tantos outros enfrentam problemas ainda maiores, apresentando resultados piores, por que – diabos! – só no Brasil e nos EUA se ouve falar em responsabilizações individuais de seus governantes? Cabe alguma dúvida quanto à origem político-ideológica dessas exceções?
Nada se lê no Brasil sobre acusações frontais a Alexander de Croo (1º ministro belga), com o segundo pior índice de fatalidade da doença; de Andrej Babis (1º ministro tcheco), com o quarto pior índice; de Boris Johnson (1º ministro do Reino Unido), com o 5º pior índice; de Giuseppe Conte (1º ministro italiano), com o sexto pior índice; nem do espanhol Pedro Sánchez, nem do “simpático” presidente francês Emmanuel Macron ou de seu primeiro ministro Jean Castex. Todos dirigindo países com desempenho e resultados inferiores aos do Brasil.
Nota: todos os dados aqui mencionados foram extraídos de https://en.wikipedia.org/wiki/COVID-19_pandemic_death_rates_by_country