Percival Puggina
Leio no Jornal O Sul
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo federal trabalha em ações para fortalecer a permanência dos jovens no ensino médio, mas que isso ainda precisa ser mais bem planejado para garantir recursos no orçamento.
“O jovem, quando chega ao ensino médio, muitas vezes larga ali, porque quer trabalhar. Ele precisa ter apoio financeiro para se manter na escola”, disse Santana, sem detalhar as medidas.
A declaração foi feita durante participação do ministro na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Curitiba. Segundo Camilo Santana, pesquisas indicam que apenas 64% dos jovens que entram no ensino fundamental terminam o ensino médio no Brasil. “Nós estamos perdendo quase um terço dessa meninada, mas nós não queremos perder nenhum” afirmou.
Na reunião, Santana apresentou ainda um balanço das políticas de educação no país e destacou três pontos cujo fortalecimento considera prioritário na Política Nacional de Educação: melhoria da alfabetização, expansão do ensino de tempo integral e conectividade nas escolas.
Alfabetização
Segundo o ministro da Educação, a pesquisa Alfabetiza Brasil, realizada com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica, revelou que 56,4% das crianças não estão alfabetizadas no fim do 2º ano, o que representa uma população de 1,57 milhão de crianças. Santana destacou que isso causa grave comprometimento na vida histórica curricular da educação dessas crianças.
Por essa razão, o MEC (Ministério da Educação) tem somado esforços para reverter esse cenário com o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, a nova política de alfabetização, instituída em junho deste ano, que teve adesão de 100% dos estados, menos de um mês antes do programa ser lançado, e já conta com a adesão de 91% dos municípios.
Comento
É bom que a realidade de um modo ou de outro cumpra sua missão e abra olhos de ver onde os ideólogos permanecem cegos: o jovem quando chega aos 16 anos precisa trabalhar e muitos param de estudar para levar algum dinheiro para casa.
Se o modo de estimular não for apenas dar dinheiro, como o PT costuma fazer, isso será bom. Agora só falta conversar com os donos da sala de aula, avessos a qualquer mudança em suas mal sucedidas rotinas no que diz respeito ao que a sociedade espera de seu sistema de ensino.
O problema da Educação no Brasil está na sala de aula. É ali que bons professores sempre fazem e continuarão a fazer a diferença.
E é por estar ficando isso tão difícil que o turno integral acaba sendo preocupante porque vai aumentar o tempo de trabalho concedido a quem tem outros planos para a educação de nossas crianças.