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Uma multidão de cubanos enfrentou a polícia do regime ao meio-dia desta sexta-feira na calle Obispo, rua central de Habana, exigindo o fim da repressão e a favor dos direitos de Luis Manuel Otero Alcántara e de todos os cubanos.
O protesto, ocorrido por volta de uma hora da tarde na esquina de Obispo e Aguacate, foi desencadeado após a violência dos uniformizados contra vários ativistas que decidiram manifestar-se pacificamente por respeito aos direitos civis enquanto denunciavam o perigo que corre a vida de Luís Manuel Otero em seu sexto dia de greve de fome e sede.
Nas imagens, uma multidão de cubanos é vista em torno de vários policiais e agentes da Segurança do Estado, que tentavam conter os ativistas.
Uma testemunha conta que, abraçados, os ativistas se recusaram a ser presos, e diante da violência exercida por um dos agentes, as pessoas se manifestaram em apoio aos demandantes.
Diante do avanço popular, os repressores tentaram forçar os ativistas a entrar em viaturas, mas a população interveio entre gritos de "não os espanquem" e "Pátria e Vida". A polícia se distanciou do excesso perpetrado por dois agentes da segurança do Estado, que foram particularmente violentos com alguns dos manifestantes.
Depois de várias tentativas malsucedidas de colocá-los nas viaturas, os repressores foram forçados a chamar reforços.
Dois veículos tipo Van, vários carros patrulha e polícia motorizada chegaram ao local para tentar concluir as detenções e dispersar a multidão que fazia fila na loja "La Francia", uma das muitas lojas autorizadas a vender em dólares, aumentando o público inquietação antes de um movimento profundamente impopular.
Os ativistas foram presos e levados embora. Até o momento de escrever esta nota, seu paradeiro é desconhecido.
* Publicado originalmente em CubaNt, no dia 1º de maio.
** Assista ao vídeo aqui: https://youtu.be/tCTNvEVxGQM
*** Tradução do editor do site.
Comento
Fatos assim, com protestos populares e enfrentamento à polícia, são novidade nas ruas de Havana. Como regra, os cubanos temem a polícia e à violência policial. Afinal, já levam 62 anos disso e operando em todos uma cultura de medo e respeito condicionado.
Suponho que a esquerda brasileira aplauda as ações policiais, aborreça-se com as reações populares (que devem estar “a serviço dos interesses ianques”...) e não veja a hora de voltar ao poder aqui para dar uma força financeira ao regime de lá.