Percival Puggina
O jornalista Cláudio Humberto, em sua coluna de 28/11 no Diário do Poder, chama atenção para uma curiosidade. O ministro da Justiça, Flávio Dino, que quer ser ministro do STF após indicação de Lula, recusou incríveis 97 convites para depor nas duas Casas do Congresso Nacional. Isso é um recorde de acintes ao Legislativo cujos gabinetes o ministro passa a percorrer “humildemente” pedindo votos para que sua indicação seja aceita na CCJ do Senado e seu depoimento aprovado pelo plenário no ritual da sabatina.
Lula sabe que tem no bloco de esquerda a parcela mais fiel de sua base parlamentar. O restante de seus votos vem do Centrão, que se move pelo tilintar das “moedas” representadas por liberação de emendas parlamentares e cargos. É natural que, com esse grupo, as relações sejam estritamente comerciais, embora o rótulo aposto às mercadorias diga tratar-se de política.
Como os votos governistas são contados e cobrados, é com essa “elite” senatorial que Flávio Dino mais irá sociabilizar, dizendo que estará sempre disponível para atender os senhores senadores...