Percival Puggina
Quando digo que não há conciliação possível com os grupos políticos que governaram o Brasil no último quarto de século, sou corroborado pelo noticiário cotidiano. A simples leitura diária de jornais agrega pilhas de evidências, como esta, na página 2 de ZH de hoje (31/05): “UFRGS muda critérios para concursos de professores”.
Novos critérios? Tais provas não avaliam formação, conhecimento e desempenho? O que mais pode influir para a admissão de alguém numa instituição cuja finalidade principal é buscar excelência em Educação, sendo, para tanto, custeada pelo povo? E note-se que a palavra “povo”, aqui, está usada no mais amplo e inclusivo sentido porque todos, do indigente ao bilionário, pagam impostos e custeiam as universidades federais.
Fui ler a matéria e encontrei o frio e acrítico relato desta “pérola”: nos futuros concursos de professores, receberão pontuação extra candidatas que tiveram filhos nos últimos seis anos e os sujeitos de ações afirmativas que buscam combater os efeitos acumulados de discriminações ocorridas no passado. Entenderam? Não? Nem eu.
De que modo ser mãe de filho com menos de seis anos agrega qualificação para o ensino acadêmico? Ou, faz com que essa jovem senhora supere outra concorrente por não ser mãe de filho menor de seis anos?
Por outro lado, fui ao Google e não deu outra. Como acontece com todas essas anomalias neomarxistas, excludentes, mas ditas “de diversidade”, copiam e colam, tipo Cntrl C, Cntrl V, estratégias políticas da esquerda norte-americana. Encontrei 849 mil referências a “políticas afirmativas”. Em inglês, “affirmative action” tem 23,8 milhões de referências! Originalidade zero, portanto. É desse prato que se alimentam leis de quotas que agora saem dos bancos escolares e vão para as cátedras aumentar a militância e o desvio de finalidade da Educação em nosso país.
Esse mal, reitero, tem efeito contrário ao desejado pelos que o defendem, pois aumenta o desnível entre os que consideram mais importante queimar pestana do que baseado, aprender de bons professores do que de bons militantes, preparar-se para a vida produtiva do que para a militância. Mas o grupo que domina o Conselho Universitário destrambelhou de vez.