Percival Puggina
Leio em CubaNet (12/05)
MIAMI, Estados Unidos. — O podcast de CubaNet orientado aos presos políticos em Cuba abordou nesta quarta-feira o caso de Dayron Martín Rodríguez, condenado a 30 anos de prisão (!) por se manifestar em 12 de julho de 2021 no bairro de La Güinera, município de Arroyo Naranjo .
Martín foi preso naquele mesmo dia, quando tentava recuperar o telefone que a polícia havia roubado dele e com o qual gravou vídeos da manifestação.
Sua mãe e irmã, que vivem no Equador, asseguram tratar-se de uma sanção completamente desproporcional, que não reflete o ocorrido durante os protestos.
"Meu filho não merece ficar um dia sequer atrás das grades e já passou nove meses recolhido ao Combinado del Este, presídio de Havana (...) O que ele fez foi o que o povo fez: sair pacificamente para protestar", disse a mãe do preso.
Dayron Martín Rodríguez e outros 14 manifestantes de La Güinera foram condenados após uma audiência oral realizada nos dias 14, 15 e 16 de dezembro do ano passado na sala de Crimes contra a Segurança do Estado do Tribunal Municipal de Diez de Octubre.
Inicialmente, a promotoria acusou os réus de desordem pública e desacato, mas acabaram sendo julgados por sedição.
Martín Rodríguez, que enfrentou um pedido do promotor de 25 anos de prisão, foi condenado a 30 anos de prisão.
Comento
A ferocidade judicial do Estado é uma característica comum às tiranias. Estas zelam por si mesmas, protegem-se da sociedade e tentam convencer os povos que os gulags, os campos de concentração, os “paredones” e os UMAPs cubanos são concebidos e usados como instituições benéficas. Os manifestantes de 12 de julho de 2021 saíram às ruas por liberdade, democracia e Estado de Direito. Foram punidos exemplarmente, para ninguém mais se atreva. E até agora ninguém mais se atreveu.