Percival Puggina
São 11 dias sem poder nem sorrir na Coreia do Norte
Leio no site Terra
Medida vale para celebrar os 10 anos da morte de Kim Jong-il, pai do atual ditador Kim Jong-un.
É proibido rir, consumir bebidas alcoólicas e demonstrar qualquer manifestação de felicidade na Coreia do Norte durante 11 dias. A medida impositiva quer reverenciar o luto de 10 anos do ex-ditador do país, Kim Jong-il, morto em 17 de dezembro de 2011 aos 69 anos. Ele faleceu vítima de ataque cardíaco e, em seu lugar, foi empossado o filho Kim Jong-un, quando tinha 28 anos.
Jong-il ficou à frente do país entre 1994 e sua morte. E no dia que marcou os 10 anos do falecimento, 17, os norte-coreanos foram proibidos, inclusive, de fazer compras.
Uma homenagem foi prestada em praça na capital, Pyongyang, quando os presentes ficaram em silêncio com as cabeças inclinadas diante dos retratos de Jong-il e de seu pai, fundador da Coreia do Norte, Kim il-sung.
Comento
Temos, no Brasil, líderes políticos que ensoparam seus lenços de lágrimas e enviaram sentidas condolências quando morreu o ditadorzão, pai do ditadorzinho. São os mesmos que quando perguntados sobre prisões políticas em Cuba, respondem com ataques ao “bloqueio” comercial dos Estados Unidos; são os mesmos que pediam a Hugo Chávez receitas para permanência no poder por longos anos; e são os mesmos que olham para o próprio futuro com iguais expectativas. Pois até esses sabem que, saindo às ruas, podem levar vaias. Mas há quem, fazendo o que fizer, se julgue credor de reverências como as da foto.
Na raiz do totalitarismo está o insaciável desejo de permanência no poder e o desconhecimento da dignidade do outro, uma psicopatia que desgraça nações inteiras. A vacina contra esse mal é a consciência dos cidadãos levando ao dever cívico de agir para que tais ideias e aqueles que as cultivem sejam democraticamente mantidos a sábia e prudente distância do poder.