Percival Puggina
Leio no G1
O plenário da Câmara dos Deputados votou nesta sexta-feira (18) pela derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro a um trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mantendo a previsão de R$ 5,7 bilhões em recursos públicos para o fundo eleitoral em 2022.
A derrubada do veto ainda depende, porém, de decisão do Senado. A sessão também está marcada para esta sexta-feira.
A aprovação do novo valor do fundo eleitoral foi respaldada por deputados da base e da oposição. Foram 317 votos a favor da derrubada e 146 contra.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, defendeu a derrubada do veto assinado pelo presidente. Da mesma forma, legendas do chamado “centrão”, como o PP e o Republicanos, orientaram a favor da medida. Deputados do PT também apoiaram o fundo eleitoral de até R$ 5,7 bilhões.
Partidos como o PSOL, Novo, Podemos e PSL orientaram que suas bancadas votassem contra o aumento do fundão.
Durante a sessão, parlamentares afirmaram que, apesar da derrubada do veto, ainda não está definido qual será o valor do fundo eleitoral para 2022.
Isso porque cabe ao relator-geral do Orçamento estabelecer o valor dessa verba, e a votação da peça orçamentaria ainda não aconteceu - está prevista para a próxima semana.
Ou seja, apesar da autorização para usar os R$ 5,7 bilhões, o recurso aplicado pode ser menor.
Comento
Se a derrubada do veto presidencial for mantida no Senado, estará instituída a Bolsa Reeleição. Os maus congressistas, na assustadora proporção desse placar (317 a 146), cientes de seu crescente desprestígio junto à sociedade, sabem que a derrubada do veto do presidente agrava sua situação, mas conhecem como ninguém esta realidade: para retornar às suas cadeiras precisarão de muito mais dinheiro nas campanhas eleitorais do ano que vem.
Por isso, tapam os ouvidos ao clamor popular e cravam os dentes no Orçamento da União. Impõe-se ao interesse nacional o apertado sapato da necessidade. Eis por que não extinguem o Foro Privilegiado, por que não aprovam a PEC que permitiria a prisão após condenação em segunda instância. Pouco importa a péssima imagem da democracia brasileira e o descrédito das instituições.