Time Staff e comentários meus
Revista Time teve que admitir:
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, venceu a pesquisa de leitores da Personalidade do Ano de 2021 da TIME. O polêmico líder, que se candidatará à reeleição em 2022, está enfrentando uma desaprovação crescente sobre o modo como lida com a economia e enfrentou críticas generalizadas de políticos, tribunais e especialistas em saúde pública por minimizar a gravidade da COVID-19 e exibir ceticismo em relação à vacina.
Dos mais de 9 milhões de votos lançados pelos leitores para quem eles pensam ser a pessoa ou grupo que teve a maior influência no ano - para melhor ou pior - Bolsonaro recebeu 24% dos votos.
Na sequência, a matéria da Time lista acusações da oposição brasileira contra o escolhido de seus leitores e anuncia, com amargor, que
“o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - que incitou os motins do Capitólio em 6 de janeiro e está pensando em outra candidatura à presidência em 2024 - ficou em segundo lugar na pesquisa dos leitores, com 9% dos votos.
Os profissionais de saúde da linha de frente que trabalharam incansavelmente para salvar vidas em meio à pandemia de COVID-19 em curso ficaram em terceiro lugar, com 6,3% dos votos.
Em quarto lugar ficou o advogado e ativista anticorrupção russo Alexei Navalny, que depois de se recuperar de um envenenamento quase fatal, voltou à Rússia em janeiro. As autoridades russas o prenderam ao desembarcar e ele continua preso. Navalny recebeu 6% dos votos dos leitores.
Finalmente, os cientistas que ajudaram a desenvolver as vacinas COVID-19 que salvam vidas ficaram em quinto lugar, com 5,3% dos votos.”
No dia 13 deste mês a revista anunciará a escolha de seus editores. Desta, por óbvio, não constará o presidente brasileiro.
Comento
A notícia, publicada hoje, 7 de dezembro pela revista, não incluía sequer uma foto do presidente brasileiro.
Posso estar enganado, mas fico com a impressão de que, a contragosto da revista – com conhecida inclinação pelo cada vez mais esquerdista Democratic Party – seus leitores mostram uma percepção da importância que passam a atribuir a quem defende o que os norte-americanos chamam traditional values (valores tradicionais) e a necessidade de sustar os efeitos de sua decadência no país. Ela está em claro confronto com os valores que orientaram a criação dos Estados Unidos no ato de Declaração de Independência.