Percival Puggina
Era sabido que a dupla do JN tentaria trucidar Bolsonaro quando ele, na condição de candidato, atendesse ao convite para a entrevista “regulamentar” pela qual passarão outros quatro postulantes à faixa presidencial.
Ele saiu ileso e ambos os perguntadores saíram expostos. O excesso de agressividade, as perguntas sobre narrativas enviesadas e encenadas em modo teatral, num autêntico “overacting”, expuseram, em conteúdo e forma, o tipo de jornalismo que a empresa faz quando trata do presidente da República.
Para eles, o candidato e suas respostas importavam infinitamente menos do que as perguntas e os entrevistadores. Por isso, usaram os 40 minutos de que dispunham para o que mais fazem cotidianamente, ou seja, atacar o presidente. A essas alturas, outra conduta já lhes é inexigível. Tornaram-se incapazes dela. Habituaram-se a uma dieta noticiosa muito magra. Há quatro anos acantonam-se num único ângulo de observação. Praticamente nada do que perguntaram foi de interesse social ou nacional. Bastava-lhes pôr um sorriso de júbilo na torcida do ex-presidiário igualmente desinteressada do Brasil, dos brasileiros, de seus problemas e respectivas soluções.
Diante de tamanho antagonismo, Bolsonaro deu-se muito bem. Aguentou o ridículo arsenal de bobagens que os entrevistadores se esforçavam por agigantar, manteve a calma e saiu ileso.
Com essa dupla, ele só vai se beneficiar na hipótese de que façam a Lula as perguntas que a nação quer ver respondidas. Mas isso, não vai acontecer. Será uma entrevista "cabulosa".