• 07/09/2022
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Amor à pátria não é de vaivém.

 

Percival Puggina

         Há, realmente, um contingente numeroso de pessoas que cujo respeito aos símbolos nacionais e cujo afeto ao Brasil são definidos pelo governante da hora. Se o presidente joga no seu clube ideológico, ele levanta a bandeira, põe na janela, torce pela seleção. Se o presidente é adversário, ele vira as costas para a bandeira ou sapateia sobre ela, imita o Tite e não canta o Hino Nacional, torce para que Neymar quebre a perna, para que a seleção nacional se desclassifique, quer que tudo de errado para o país

Desculpe a linguagem, um tanto fora do meu feitio, mas isso é sintoma de uma colossal debilidade de mente e espírito. Pessoas assim são incapazes de organizar um arquivo, de classificar, perceber diferenças e separar coisas distintas. Ou são submissas a um pacote homogêneo e fechado de ideias prontas e não querem reconhecer diferenças que ele desaconselha identificar.

No caso, trata-se de não confundir uma pessoa com a pátria. Trata-se de perceber que a pátria não é alguém e que o inverso também é verdadeiro. Fica evidente assim, do mesmo modo, que o amor à pátria é submisso à política, ou seja, é um amor de ocasião, tipo sexo casual.

Que pelo menos esses cidadãos cíclicos saibam: a gente vê o que fazem e temos palavras para descrever o que vemos.