Percival Puggina
Subproduto de um governo petista, tão logo chegou abril, está em pleno curso versão renovada e intensa do Abril Vermelho, proporcionando uma sequência de atos caracterizados pelo desrespeito à lei e à ordem. Envolve, também, a organização de ações de invasão, incitação ao crime, agendamento de tais ações e um pacote bem tipificado de delitos.
A democracia não é o equivalente institucional da anarquia, do desrespeito à propriedade alheia, nem da violência que determina certos modos de agir. Ela não é a selva das feras ideológicas nem a casa de tolerância das ideias políticas. Não é a “prostituta do mundo livre”, como a qualificou a ativista da esquerda indiana Arundhati Roy. Verdade que para nossa esquerda ela é uma debilidade da burguesia, instrumento utilitário que pode ser usado, por exemplo, como alicate de arrombamento.
O próprio Abril Vermelho é um instrumento político a serviço de conceitos próprios das tiranias. Se os fins justificarem os meios e não se cobrar responsabilidade no exercício da liberdade, a sociedade entra em colapso; mais ainda, se aceitarmos que a necessidade faz a própria lei ninguém ficará preso e não mais haverá lei ou ordem. Mas põe isso na cabeça de quem sonha com revolução e tirania.