Percival Puggina
Leio em ZH de hoje (13/05/2022)
Somente 1% dos estudantes matriculados no último ano do Ensino Médio em escolas estaduais do Rio Grande do Sul apresentam desempenho adequado em matemática, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) no início deste mês. A grande maioria desses alunos (92%) teve atuação abaixo do básico, enquanto 4% atingiram o nível básico e, 2%, o avançado. Os números são resultado da primeira edição de 2022 do Avaliar é Tri — uma avaliação diagnóstica promovida pela pasta desde o ano passado para analisar as perdas de aprendizagem entre os estudantes gaúchos durante a pandemia e as competências pedagógicas que precisam ser reforçadas.
Mais adiante, na mesma reportagem, fica-se sabendo que em Língua Portuguesa a situação é um pouco “menos pior”: 6% dos alunos alcança conhecimento satisfatório no terceiro ano do ensino médio.
Comento
Sonhando com os milagres da cura dos danos e recuperação das perdas, o jornal dedica página inteira ao desastre educacional de uma geração de gaúchos. Durante dois anos, porém, o mesmo veículo dedicava sucessivas páginas, dia após dia, para cobrar o “fique em casa”, criando na população um clima de pânico e fazendo supor que “Educação a gente vê depois”.
A gente deveria ter visto desde muito antes, quando ela estava sendo tomada por grevistas, por militantes políticos, por professores sem vocação, que vinham derrubando a Educação gaúcha do “top of the list” para uma posição medíocre no cenário nacional. O justo louvor aos bons mestres não pode silenciar a indignação ante os resultados apresentados pela média dos egressos do sistema.
Esse peso não cai na minha consciência. Durante décadas, inclusive em muitas edições do mesmo jornal, escrevi solitário ante o que via acontecer na Educação do meu estado.