OS ESTADOS SÃO UNIDOS, MAS A NAÇÃO NORTE-AMERICANA ESTÁ DIVIDIDA.
Percival Puggina
Durante décadas se dizia, com acerto, que o alto grau de consenso na sociedade norte-americana favorecia a estabilidade do regime democrático. De um modo superficial, é verdade, mas que reflete bem essa percepção, afirmava-se que a diferença entre presidências republicanas e democratas ao longo da história consistia em pagarem os cidadãos mais ou menos impostos.
Acontece que a guerra fria cultural estava em curso também na maior democracia do planeta. De início sutil, depois explícita, ela foi tomando posições nas grandes metrópoles, as drogas foram debilitando as consciências, as relações entre pais e filhos foram se fragilizando e a transmissão dos valores e da fé foi sendo apartada de sua raiz, o “politicamente correto” foi se tornando a linguagem do beautiful people e as grandes empresas foram se alinhando aos projeto globalista e patrocinando as ações de seus companheiros de viagem da esquerda mundial.
Esse grupo chegou ao poder com Barack Obama. Teve oito anos para mostrar metade das unhas e só perdeu a terceira eleição porque houve no eleitorado norte-americano uma reação conservadora que elegeu Trump, num fenômeno que faz lembrar o ocorrido no Brasil com Bolsonaro.
Momentos políticos importantíssimos serão vividos pelos EUA nas cabines de votação da eleição presidencial. “É a eleição mais importante das nossas vidas”, disse Obama referindo-se ao pleito já em curso e que se conclui no dia 3 de novembro. Uma vitória de Joe Biden, digo eu, vai restaurar as linhas de suprimento do movimento revolucionário no Ocidente.
A situação permite avaliar com clareza a força destrutiva dessa esquerda, capaz de dividir o que parecia indivisível, o grande consenso nacional que fundou The Land of the Free, The Home of the Brave.